As Leoas Laranjas bem que tentaram e endureceram o jogo de forma valente, mas as americanas contaram com o talento individual para marcarem 2 a 0 e conquistarem o quarto título da competição.
Foi como se esperava: um jogo duro. Apesar de ter mais títulos e tradição na Copa do Mundo de Futebol Feminino, os EUA não tiveram um jogo fácil nesse domingo (07), em Paris. A Holanda se mostrou valente e determinada, suportou a intensidade da equipe americana por parte da partida e ainda tentou ao máximo buscar o resultado. Assim como se ocorre nos grandes jogos de futebol, a história do jogo entre Estados Unidos e Holanda se deu como algo memorável por um contexto que envolveu um marco em tudo o que se fala sobre futebol feminino. Desmistificaram-se estereótipos, o jogo “fraco” não teve vez e as garotas mostraram tanto em campo, quanto fora dele e essa Copa precisava de um bom jogo para selar com chave de ouro esse conto, e tal como cada boa história a ser contada, essa se decidiu nos detalhes. Ah, e como foram importantes esses detalhes…
Inicia-se o jogo e com ele, talvez o momento em que se exige mais atenção, principalmente contra um adversário como os EUA: boa parte dos gols importantes marcados pelas americanas saíram ainda nos primeiros 15 minutos. Ou seja, o time holandês precisava começar a partida com os olhos bem abertos para suportar a pressão que as adversárias iriam impor nesse início de partida. Funcionou, de certa forma, com as dedicadas jogadoras da Holanda se defendendo de forma bastante organizada e, passados esses minutos de tensão, as garotas foram mantendo essa organização e procurando explorar os contra-ataques com velocidade e passes precisos. Mesmo assim, ainda foi preciso contar com o ótimo primeiro tempo da goleira van Veenendaal, que fez ótimas defesas. Sendo exigida em momentos pontuais no início, meio e final de primeiro tempo, a goleira foi para o intervalo como a melhor jogadora da final.
Reforçando: detalhes. Detalhes definem situações, histórias, contos e o esporte, que soma tudo isso, não fica de fora. Aos 6 minutos do segundo tempo, o detalhe que mudou o clima da partida aconteceu: Bola cruzada da direita do ataque americano, o desvio em uma jogadora holandesa pelo caminho que acabou mudando a trajetória da bola e fez com que uma zagueira, van der Gragt, tivesse que se reposicionar para tentar o corte. O detalhe de infelicidade que a fez acertar Alex Morgan e dentro da área. O pênalti, notado pelo VAR, foi marcado e Rapinoe, talvez a grande personagem desse contexto repleto de luta e determinação que foi enfatizado durante essa Copa do Mundo, bateu bem, firme e deslocando a ótima goleira holandesa para abrir o placar e encaminhar sua seleção para o título. O golpe foi profundamente sentido não só pela jogadora holandesa envolvida no lance do pênalti, como também pelo resto da equipe, que ficou receosa, desorganizada e passou a se abrir. Apesar de começar a tomar mais a bola para si, o time sofreu ao ser atacado como não havia sofrido no primeiro tempo. 8 minutos depois, Lavelle partiu sozinha pelo meio e vendo o receio de sua marcadora em dar combate, carregou a bola até a entrada da área, quando clareou para o chute e bateu de perna esquerda para aumentar a vantagem dos Estados Unidos. A partir daí, a Holanda não queria se entregar e continuava a se alçar ao ataque, mas continuava aberta em sua defesa e só não levou mais gols porque as adversárias demoraram a finalizar ou porque Veenendaal brilhou novamente para evitar que o prejuízo fosse maior.
Com o fim da partida, as holandesas foram ao chão, frustradas por terem ido tão longe e perdido, talvez, mas também unidas, conscientes de que o trabalho sob o comando da técnica Sarina Wiegman vem dando frutos desde o título da Eurocopa em 2017. A reunião que, intencionalmente ou não, formou meio que um coração com todo o elenco e comissão técnica reunidos, representa muito o que as mulheres não só holandesas, como também no geral que pratica esse esporte tão apaixonante fazem com a bola no pé: O coração é o que as move, a determinação é o que as guia e as conquistas são o que as esperam.
Do outro lado, os frutos colhidos. EUA entre risos e festa, colhe as conquistas que são resultados de muito trabalho e muita força dessas jogadoras, que desafiaram autoridades, sua própria federação e ganharam em campo, o direito de dizerem elas próprias onde devem pisar ou não. A história dessa Copa do Mundo termina com mais uma demonstração de que essas jogadoras riem, choram e vivem esse esporte como qualquer um que ama o que faz. Seja o tetra de uma seleção talentosa, vitoriosa e muito tradicional, ou a campanha de uma que timidamente vai conquistando o seu espaço no cenário de uma modalidade que só tende a crescer e que sim, vai incomodar muito quem vê esse crescimento com olhos tortos.
Troféu fairplay: França
Revelação do torneio: Giulia Gwinn (ALE)
Chuteira de bronze: Ellen White (ING) – 6 gols;
Chuteira de prata: Alex Morgan (EUA) – 6 gols;
Chuteira de ouro: Megan Rapinoe (EUA) – 6 gols;
Luva de ouro: Sari van Veenendaal (HOL);
Bola de bronze: Rose Lavelle (EUA);
Bola de prata: Lucy Bronze (ING);
Bola de ouro (MVP): Megan Rapinoe (EUA);
Terceiro lugar: Suécia, ao vencer a Inglaterra por 2 a 1 no último sábado (6);
Melhor ataque: Estados Unidos, com 26 gols – melhor da história das Copas;
Os devidos parabéns à essas jogadoras, que venceram, convenceram e deixam o seu recado para que uma (R)evolução aconteça a ponto de ninguém mais conseguir limitar o céu que elas podem voar. Felicitações aos Estados Unidos e à Holanda, e que venham muito mais histórias pela frente!
O lateral-direito Rhuan, do Vila Nova, fez em 2024 a temporada com o maior número de jogos da carreira desde…
Revelado nas categorias de base do Cruzeiro, Breno atuou em várias posições do meio-campo e também até como centroavante, ao…
O experiente técnico Mauricio Souza, com passagens por Flamengo, Vasco, Botafogo, Athletico Paranaense e Madura United(Indonésia) comandou o Red Bull…