Corinthians sofre pela indecisão de identidade

Considerado por várias pesquisas o time do século e tendo uma década impecável, o Corinthians sofre pela indecisão de identidade seja com Tiago Nunes ou Dyego Coelho.

Embora a filosofia do clube consagrada por Tite e Carille que rendeu resultados e glórias, a diretoria alvinegra no ano de 2020 se viu a esmo no meio de ideias modernas se levando a desempenhos excelentes e resultados. Reflexo do Flamengo dominante no ano passado e início dessa temporada, com o tempero de Tiago Nunes na época do Athletico-PA e uma pitada de Sampaoli no Santos, a pressão por um estilo de jogo mais proativo era evidente.

Sendo assim, a diretoria no final de 2019 agiu rapidamente e trouxe Tiago Nunes. Treinador jovem e já com dois títulos pesados na bagagem: Sul-americana e Copa do Brasil. O começo do Paulista 2020 foi de empolgação principalmente com atuações do recém-contratado, Luan e de nomes novos como Cantillo e Ramiro. Entretanto, os problemas começaram a surgir e, consequentemente, o desempenho cobrou o seu preço.

No dia 5 de fevereiro, aconteceria a partida que havia receio dos corintianos devido a fatídica derrota para o Tolima atacava novamente, e o resultado… Guarani-PAR 1 a 0 e o sentimento de desconfiança perambulavam o time do parque São Jorge. Os torcedores não estavam errados: jogo da volta, vitória de 2 a 1 para o Timão, em Itaquera, mas acabou sendo desclassificado por causa do gol fora de casa. Após a eliminação e deficiências já apresentadas pela equipe chegando a incrível sequência de 5 jogos, 4 empates e 1 derrota no Campeonato Paulista, a campanha beirava o rebaixamento.

Uma passagem que parecia parecia promissora, mas acabou sendo um desastre.

O Corinthians só foi entrar em campo novamente quatro meses depois devido à paralisação quase que mundial pela Covid-19. Nesse retorno, Tiago Nunes retomou o modo pragmático de jogo e foi capaz de trazer resultados importantes tanto na sobrevivência do seu cargo quanto na sobrevida ganha no Paulistão.

Após a paralisação foram 4 jogos sem derrota, além de uma final de estadual totalmente inesperada contra o arqui rival Palmeiras. Contudo, o vice-campeonato veio por meio dos pés do jovem Patrick de Paula, mas os torcedores contavam com uma fagulha de esperança no desenvolvimento da equipe para o Brasileirão que se avizinhava.

Vos digo que o engano pairou em Itaquera. A pressão incessante por boas atuações e a queda de rendimento de vários jogadores, foi o estímulo da torcida pedir a demissão do treinador. Nesse contexto, o caos já estava instaurado até que, em 11 de setembro, após a derrota no clássico contra o Palmeiras e toda a revolta da torcida, Tiago Nunes foi comunicado do seu desligamento do clube. Um dos motivos para a demissão tinha sido a perda de confiança do elenco.

Dyego Coelho chegou dando espaço aos mais novos, como os volantes Roni e Xavier, porém apesar deles terem demonstrado bom futebol, a mudança de treinador não correspondeu o esperado. Ontem (30), depois de mais uma atuação fraca, Coelho utilizou a palavra “raça” como o centro da busca pelas vitórias.

Preocupação com sintomas de esperança

Tentativa de mudança de estilo, aquisição de peças que, em teoria, conseguissem se adaptar ao modelo de jogo, discurso de raça para levar os 3 pontos. A troca brusca de comando têm seus efeitos. Da primeira partida do Brasileirão até hoje foram 3 vitórias, 4 empates e 5 derrotas em 12 rodadas. Ademais, a equipe paulista ainda conta com uma péssima estatística ao seu favor: das 12 partidas que jogou, 10 sofreu gol – acumulando 17 gols tomados.

Um perigo para o decorrer do Brasileirão. A cartilha do rebaixamento já surpreendeu vários times. Portanto, uma expectativa em busca da evolução da equipe pode estar nos pés do começo animador de Otero ou nos gols de Jó, ou na chegada do equatoriano Cazares. Resta saber se a crise de identidade vai se perpetuar ou irá parar por aqui.