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Favoritos. Até que ponto?

Após derrotar o Cianorte por 2×0 no Couto Pereira, o Coritiba avançou para a final do Campeonato Paranaense. A competição será decidida com nada menos que o maior clássico estadual, o Athletiba.

Por conta das últimas partidas, onde o Athletico-PR se sobressaiu aos adversários, muitos vêem o time rubro-negro como o favorito no duelo. Situação semelhante acontece com o Coritiba, que pelo histórico de vitórias sobre o rival, é tomado por muitos como favorito dentro do clássico, sempre.

A questão é: até que ponto existe favoritismo dentro de um clássico?

Alguns confrontos desmitificam essa história de que um ou outro time “entram com a vitória debaixo do braço” em um clássico. Seja por uma situação melhor ou por histórico vitorioso.

Os Athletibas de 2016 e 2017 são unanimidade quando se fala em times Coxa-Brancas inferiores aos do Athletico que ganharam suas partidas.

Em 2016, o então técnico alviverde Gilson Kleina via seu trabalho ameaçado por uma sequência ruim. No entanto, o Coritiba foi à arena da baixada e fez a lição de casa, vencendo o rival por 2×0. A improvável vitória, já que o Athletico era visto como favorito na época, fez com que o treinador se mantivesse no cargo.

Em 2017, o Coritiba pegou um Athletico que não perdia dentro de sua casa há 8 meses e aplicou um 3×0 no time rubro-negro. Além da situação do rival ser boa, o elenco e o técnico alviverde da época, Pachequinho, estavam em descrédito com a torcida. Após esse jogo o Coritiba colocou as mãos na taça, levando essa vantagem para a decisão no Couto Pereira, onde concretizou o título de campeão Paranaense.

Já pelo lado rubro-negro, existiram partidas em que essa ideia de favoritos também foi quebrada. Como por exemplo a final do Paranaense de 1990, um Athletiba com gol contra Coxa-Branca. Ou o jogo contra o rival no fim do Brasileirão em 2011.

Na final de 1990, o Coritiba vencia a partida por 2×1 dentro do Couto Pereira, quando o então zagueiro do Coxa, Berg, fez um gol contra. O jogo encerrou em 2×2, dando o 16° título Paranaense para o Athletico. Este episódio marcou a carreira do zagueiro, que acabou se aposentando prematuramente.

Em 2011, a partida era válida pela 38° rodada do Campeonato Brasileiro. O Coritiba entrou em campo habitando o G5, com tudo para vencer o rival que estava lutando para não cair. Entretanto, o time da Baixada venceu o duelo por 1×0, o que não evitou seu rebaixamento mas tirou do rival a vaga para a libertadores.

Os resultados deste confronto foram controversos ao favoritismo em algumas outras situações, para ambos os lados.

Por situações como essas, os torcedores e até mesmo os clubes, costumam levar um Athletiba como um Campeonato à parte. A noção de favorito perde força e a famosa frase “Clássico não se joga, se ganha” cresce. Assim, aumentando a expectativa para uma grande partida toda vez que esse confronto acontece.