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Há cinco anos, Cruzeiro eliminava o São Paulo na Libertadores

No Mineirão, há cinco anos, o Cruzeiro eliminava o São Paulo numa noite épica de Copa Libertadores da América. Um jogo intenso que colocou o campeão e o vice-campeão do Campeonato Brasileiro de 2014 em combate. No fim, quem levantou a taça no ano anterior, também levou a vaga.

Aquele time do Cruzeiro não era o mesmo bicampeão brasileiro de 2013-2014. Daquele time que encantou, só entraram Fábio, Mayke, Bruno Rodrigo, Manoel e Henrique na noite de 13 de maio de 2015. Mesmo com uma equipe tida como inferior, a equipe de Marcelo Oliveira se segurou nas mãos de Fábio e derrubou o Tricolor paulista nos pênaltis.

Há cinco anos, a comemoração foi cruzeirense (Getty/Pedro Vilela)

Prévia do jogo

Campeão brasileiro em 2014 e com a vaga garantida na fase de grupos, o Cruzeiro estava no grupo 3 da Libertadores de 2015 em uma chave acessível com Huracán, da Argentina, Universitário Sucre, da Bolívia e Mineros, da Venezuela. O time sofreu um pouco, mas passou com três vitórias e dois empates na liderança.

Já o São Paulo passou em segundo de seu grupo. Não havia sorteio na época para definir os confrontos no mata-mata. Pelo regulamento, esses times iam se enfrentar nas oitavas de final. Vale a observação que o time paulista passou de fase com um ponto a mais que o Cruzeiro, que tinha avançado com 11. Assim, a ida era no Morumbi e a volta no Mineirão.

Fábio salvou, mas Centurión fez

O jogo de ida no Morumbi foi um domínio total para o São Paulo. Cruzeiro conseguiu alguns chutes, mas nenhum com real perigo de gol. Já os locais com a cancha lotada esbarravam em Fábio, que conseguiu fechar o gol quase o jogo inteiro.

A equipe de Milton Cruz era envolvente e o Cruzeiro falhava muito na defesa. Após inúmeras chances defendidas por Fábio, aos 37 do segundo tempo, o argentino Centurión surgiu por trás da zaga e cabeceou para baixo, 1 a 0 e explosão no Morumbi lotado com mais de 66 mil presentes.

Com o resultado, o Cruzeiro precisava ganhar em Belo Horizonte para se manter vivo na Copa.

Centurión São Paulo x Cruzeiro (Foto: Marcos Ribolli)
Mesmo perdendo, a derrota foi pequena por conta da grande atuação da Fábio (Marcos Ribiolli/Globo Esporte)

Emoção do começo ao fim

O Cruzeiro necessitava da vitória para avançar ou pelo menos empatar o embate. Se no jogo de ida só tinha dado São Paulo, a volta foi cruzeirense. Com quase 40 mil torcedores nas arquibancadas, o time de Marcelo Oliveira foi para cima e não deixou o Tricolor respirar. Durante o jogo, Willian e Damião foram os melhores em campo.

No primeiro tempo, vários arremates de fora da área para o Cruzeiro, chutes de longe que não colocavam em perigo o gol são-paulino, mas serviam para inflamar o time. Nos primeiros 45 minutos, um caminhão de chances perdidas.

Na volta do intervalo, o Cruzeiro conseguiu melhorar sua precisão e o gol de empate não tardou. Aos nove minutos, Willian, numa noite inspirada, lançou Mayke na direita, que passou para Leandro Damião só completar com o gol vazio. Mineirão pulsava e La Bestia seguia atacando. Marquinhos teve oportunidades, Willian outras, e quase no fim, Arrascaeta perdeu o tento que poderia ser o da classificação. Fábio, que não tinha trabalhado, teve de ser acionado na decisão por pênaltis.

Tudo parecia perdido para o Cruzeiro quando Rogério Ceni abriu as cobranças, fez o gol com toda a tranquilidade e defendeu a cobrança de Leandro Damião. Na sequência, PH Ganso bateu no meio e fez. Marquinhos converteu o primeiro para o Cruzeiro.

Na terceira cobrança, os ventos foram favoráveis ao time mineiro. Souza, volante do São Paulo, isolou. Arrascaeta empatou a disputa. As coisas melhoraram ainda mais quanto Fábio catou a batida de Luís Fabiano. Henrique confirmou a vantagem.

Nas últimas duas batidas da série normal, Centurión mandou quase que no ângulo. E Manoel, com toda displicência, mandou fraco no canto e Rogério Ceni pegou. Na primeira série alternada, Lucão sucumbiu para Fábio e Gabriel Xavier, de canhota, fez o estádio pulsar. Cruzeiro classificado às quartas de final numa das noites mais tensas de Libertadores no Novo Mineirão.

Comemoração de Gabriel Xavier e a euforia dos jogadores ao fundo (Getty/Pedro Vilela)

Essa história dos pênaltis pode ser contada também na voz e nas lágrimas do narrador Osvaldo Reis, à época, da Rádio Globo MG:

Depois de passar pelo São Paulo, o Cruzeiro pegou o River Plate nas quartas de final, venceu o jogo de ida no Monumental de Núñez por 1 a 0 com gol de Marquinhos, mas perdeu a volta no Mineirão por 3 a 0 e foi eliminado. Aquele River de Gallardo que viria a conquistar duas Libertadores (2015 e 2018) e ser vice-campeão (2019) nos cinco anos seguintes.

Foto de capa: Getty/Pedro Vilela