Sobre a base cruzeirense, presidente afirma “Quero ter Neymares”

Uma das principais reclamações da torcida cruzeirense, se refere às categorias de base, tanto no quesito de revelar jogadores quanto ao aproveitamento nos principais torneios do Brasil e do mundo. O momento de pandemia mexe com a dinâmica do setor, diretamente impactado. O sub-20 do Cruzeiro, por exemplo, voltou a jogar depois de um ano sem atividades.

Sérgio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro, em entrevista ao canal “Clube Ligados”, no YouTube, avaliou o momento da base celeste, e exaltou a quantidade de chances que os jovens estão recebendo no time de Felipe Conceição, além disso ressaltou que o projeto é de médio prazo, e citou o exemplo de Neymar na base santista.

“Desde que eu entrei, existe uma coisa chamada Covid, muita gente morrendo por isso por causa disso. A gente vê que categorias inferiores não estão treinando, não tem torneio. Eu sou cobrado às vezes ‘ah, quero ter oportunidade no Cruzeiro e não consigo’. Não consegue por isso, até por questões locais. BH, especificamente, é uma das cidades que ficou fechada por mais tempo, as restrições aqui são até maiores que em outras cidades. Então realmente temos, sobretudo nas categorias inferiores, sub-15, sub-14, um congelamento por causa disso. No sub-17 e sub-20, eles já estão tendo competições. A gente sabe que o resultado é de médio prazo. Não é nosso objetivo. Tanto é que eu pergunto: quantos títulos de base que o Neymar ganhou? Nenhum. Pois é. Nosso objetivo não é ganhar título na base, quero ter Neymares”, declarou o dirigente, que reforçou sua opinião sobre a paciência que o torcedor precisa ter no processo que vem sendo feito na Toca da Raposa I.

Perda de jogadores da base para o Atlético? 

Durante a mesma entrevista, o presidente foi perguntado sobre a ida dos jogadores Victor Alex e Lucas Pessoa, que estavam na base do Cruzeiro, para o Atlético. Sérgio disse que o clube Celeste não não perdeu jogadores da base para o rival, mas, sim, liberou os meninos dentro dos critérios de aproveitamento.
Quando se fala de base, o ambiente político eclode muito. A gente sabe, é o empresário que é amigo de um portal, tem gente que passou pelo Cruzeiro e saiu e é empresário de jogador de base. Então vem cobrando muita coisa de base que não condiz com a realidade. Outro dia falaram que a gente perdeu x atletas para o Atlético.

Nós dispensamos porque a gente quis. Desses, o Atlético contratou alguns. Ótimo. Como eu também contratei alguns que saíram de lá” apontou o presidente, que, logo na sequência, fez questão de destacar alguns nomes que contratou para a base, como o atacante Vitor Leque, que estava no Atlético Goianiense e veio para as categorias inferiores do clube. 

“A parte de elogiar poucos querem, mas eu tenho no meu ataque hoje um jogador (Vitor Leque) que era profissional do Atlético Goianiense, fez gol na Série A, saiu de lá para jogar na base do Cruzeiro. Eu tenho um atleta que era profissional do Paysandu. Tenho um lateral-direito, que trouxemos agora, que fez base no Palmeiras e era da seleção brasileira. Vai ser natural perder ou ganhar. Mas, infelizmente, querem destacar mais os que saíram e chamam de perda. Não foi perda. Foi opção técnica nossa, que não queríamos mais eles aqui. E pode dar certo em outro clube? Pode. Não tem problema. Quem não conhece a história do Cafu? É a vida”, justificou Sérgio Santos Rodrigues.

Foto: Igor Sales/Cruzeiro.