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Após ano de sucesso, CEO do Cruzeiro revela bastidores da compra da SAF por Ronaldo

O CEO celeste falou das dificuldades para contratações e o foco em permanecer na Série A do Brasileirão em 2023

Campeão da Série B 2022 e de volta a elite brasileira após 3 anos na segunda divisão, o Cruzeiro vive dias de glória e segue em festa com sua torcida nessa nova fase sob o comando de Ronaldo Fenômeno. Agora, de olho em 2023, o clube continua planejando o elenco para seu retorno a elite, diante a difícil missão: elenco de qualidade sem pagar caro.

Em participação no Seminário Brasileiro sobre futebol, a lei da SAF e o Mercado de Capitais, da Comissão de Valores Mobiliários, o CEO do clube, Gabriel Lima, reafirmou a ambição da equipe para a Série A do próximo ano: não cair. Além disso, contou bastidores da aquisição de Ronaldo da SAF, citando que até existia um “poder paralelo” em meio aos problemas vividos no clube.

“Encontramos um cenário em que houve momentos em que funcionários estavam há nove meses sem receber salário. Era muito curioso, o modelo que foi formado ali que era um poder paralelo, que eram jogadores versus dirigentes. Os jogadores ajudavam os funcionários. Os funcionários não respondiam à instituição, eles respondiam aos jogadores. Todo esse processo foi extremamente desafiador”, declarou.

Segundo ele, o orçamento que o Cruzeiro tinha para 2022 era mais do que o dobro da previsão de receitas. Foi preciso reduzir drasticamente.

“Quando a gente chegou, a gente viu que os números estavam inflados perto da capacidade financeira que o Cruzeiro tinha. O Cruzeiro tinha folha assinada de R$ 96 milhões, e tinha previsão de receita de R$ 40 milhões. Não precisa ser gênio da matemática para saber que não iria dar certo. A gente reduziu nosso orçamento para R$ 45 milhões e começamos o processo de reestruturação.”

Gabriel Lima, por fim, disse que o cenário do Cruzeiro ainda é desafiado. Ele contou que, mesmo a longo prazo, o time mineiro não terá uma política de investimentos além da capacidade financeira.

“Nosso modelo de negócio é com base em gestão e responsabilidade econômica. A gente não faz modelo de startup, de queimar caixa. Nosso modelo é de geração de caixa e viver do que gera.”

 Foto: Luke Garcia