Declarações de Cléber Reis devem gerar ‘mau estar’ com a diretoria do Santos

O zagueiro Cléber Reis voltou a ser destaque dentro do Santos, mas desta vez, por conta de declarações em entrevista concedida ao UOL Esporte. Contratado no início de 2017, o zagueiro atuou pela última vez em junho daquele ano com a camisa do Santos. Desde então, o jogador ou treina em separado do elenco como o atual momento, ou é emprestado a outros clubes. Na sua rotina diária, o zagueiro treina sozinho, sem contato com o elenco principal, em horário alternativo. O zagueiro já procurou saber o motivo do afastamento, mas nada lhe foi informado.

Indignado com a situação, o zagueiro afirma se sentir humilhado. “Me sinto sabotado, humilhado. Os caras são covardes comigo. Não estão sendo verdadeiros, honestos. Me frustra. Meu filho me pergunta “pai, você não vai mais jogar não?” e eu respondo que vou. Isso é algo que me deixa muito mau, quando meu filho pergunta. Eu não ligo quando gente de fora me pergunta, mas dentro de casa, meu filho… que sempre me viu jogando, não me envolvendo em nenhum problema. Fui esfaqueado pelas costas, né? Sigo sendo. Mas eu sou temente a Deus, sou focado naquilo que eu quero. Vou sair dessa. Logo logo, estou jogando de ovo. Quando menos esperarem, vão ver a reviravolta.”

No atual elenco, Luan Peres e Luiz Felipe são os titulares. Recentemente, o Peixe contratou Danilo Boza, e tem ainda Kaiky, Alex Nascimento e Robson Reis, além do volante Alison, que já atuou algumas vezes como zagueiro. Com isso, Cléber Reis mostra claramente estar incomodado com o afastamento, e a informação falsa que ‘corre’ por toda Baixada, sobre um possível problema no joelho que o impede de jogar. O zagueiro afirma que está à disposição do técnico Fernando Diniz a qualquer momento, para mostrar seu potencial e ser colocado junto do elenco principal do Santos.

O zagueiro também reclama da forma que é taxado no clube. “Dentro do clube, onde falam que eu sou uma peça negativa, tem pessoas que estão todos os dias comigo. Seguranças, faxineiras, estão vendo meu trabalho. Não tem valor maior do que esse, ser reconhecido na visão do ser humano. Por que os diretores, eles não querem ouvir meu lado. A única meta que eeles têm, é tirar o Cléber de lá. Eu não sirvo. Como dizem que o treinador não me quer, se eles nem me deixam treinar com o treinador?”

Sem atuar há vários meses, Cléber Reis afirmou que Vasco e Goiás interessam em contar com ele, por empréstimo para a temporada, segundo informações dos seus empresários, e o Santos acabou não aceitando a proposta de empréstimo. O zagueiro entende que a não liberação poderia estar ligada a uma possível rescisão de contrato, que o Santos já propôs e o zagueiro não aceitou. “Tem sondagem e eles não querem fazer acordo. Querem só me mandar embora. Pagam para eu treinar separado, mas não para jogar bola. Querem me minar. Teve proposta do Vasco e do Goiás, meus empresários conversam comigo, mandaram mensagens para eles, do Santos. Disseram que não aceitariam, que só aceitariam a rescisão. Que não estavam dispostos a me liberar, forçando minha saída.”

Vestindo a camisa do Santos, o zagueiro atuou apenas em dez jogos, no ano de 2017. Nos demais anos, foi emprestado ao Paraná, Oeste e Ponte Preta, e atualmente segue no Santos, apenas treinando em separado do elenco, no CT Rei Pelé.

OPINIÃO: As declarações do zagueiro Cléber Reis expõem um problema interno grave. Se a diretoria não pretende ficar com o jogador, tem que vender ou rescindir. A pergunta que fica no ar é: Como que um jogador vai ser vendido, ou até mesmo emprestado, ainda que com parte dos salários pagos pelo Santos, se ele não está jogando? Talvez para se ‘desfazer’ do zagueiro, tem que colocar ele em campo, para que outros clubes o vejam jogando e se interessem em contratar. O que não pode, é colocar o profissional de canto, apenas para treinar, se ele é pago, e muito bem pago, para jogar. Isso é inadmissível, e é mais um desafio pesado que o presidente Andres Rueda tem que superar nos próximos dias, e com certeza, com essas declarações, a situação pode até piorar.

(Foto: Ivan Storti / Santos FC)