Sem acordo, negociações devem se resolver somente na justiça

Em meio aos problemas da pandemia, mais uma situação complicada deve piorar ainda mais nos próximos dias. A Turner e os clubes que tem contrato com ela para os direitos de transmissão da Série A do Campeonato Brasileiro de 2020 não chegaram em um acordo comum e o caso deve se resolver na justiça, que deve acionar os times após 30 de junho. Os times que tem contrato com a Turner são, Athlestico, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos.

A TV alega quebra de várias cláusulas contratuais pelos clubes, enquanto os clubes acusam a TV, que não quis nenhum tipo de acordo e forçou a rescisão contratual sem pagamento de multa, o que somando os valores de todos os clubes, chegaria ao valor de R$ 2,1 bilhões.

O único clube que esteve próximo de um entendimento foi o Internacional, que chegou a contratar um escritório de advocacia para o representar, com um início até animador, mas ao longo das negociações, as ideias se distanciaram. Inter e Turner devem ainda fazer uma nova tentativa, pois o contrato é apenas até o final da temporada, o que teria uma multa mais baixa em relação aos demais clubes.

No caso dos demais clubes, os contratos vão até 2024, e sem um acordo comum, a Turner notificou os clubes que, se até a próxima terça-feira, dia 30, não se ter um acordo comum, deverá acionar os clubes na justiça. “A Turner notifica os Clubes a apresentarem uma proposta para que se alcance uma solução definitiva para a questão até 30 de junho de 2020. Na ausência dessa proposta, a Turner entenderá que não interesse dos Clubes em prosseguir nas tratativas e tomará as medidas cabíveis, na forma do contrato”, afirma o trecho da notificação recebida pelos clubes.

Os diretores da Turner estão embasados que os clubes descumpriram em várias cláusulas contratuais, como a quebra de confidencialidade de contrato de entrevistas para a imprensa e a permissão dada por clubes pra que a Globo transmita jogos para a mesma cidade onde eles são realizados. Em 2019, a Turner conseguiu transmitir apenas seis jogos desta forma, e o bloqueio de praça não foi feito.

Na versão dos clubes, a Turner deseja rescindir o contrato sem pagamento de multa. Cada clube teria o direito de receber R$ 287 milhões. Os clubes ainda reclamamo que chamaram de “tratamento diferenciado” para alguns clubes, com pagamentos de luvas. Desta forma, o Palmeiras recebeu R$ 100 milhões, enquanto outros clubes receberam R$ 40 milhões e depois, mais R$ 15 milhões, após a diretoria do Bahia descobrir esta diferença.

Com todo este embróglio, a Turner ainda não consegue ajustar uma data para os pagamentos das cotas que estão em atraso. Os valores ultrapassam a casa dos R$ 100 milhões e a Turner alega o não pagamento por conta da pandemia do novo coronavírus para não fazer os pagamentos, e sem uma data prevista pra o retorno dos jogos, a situação só piora.