Curaçao, a evolução da pequena ilha em busca de uma inédita Copa do Mundo
Em 2011, o país conseguiu oferecer seus primeiros passos no cenário continental ao diluir as Antilhas Holandesas (vale lembrar que o técnico brasileiro Pedro Celestino esteve no comando entre 1957 e 1965), nos quatro primeiros anos de sua história existiram vitórias, inclusive na estreia contra a República Dominicana. O período incluiu o argentino Manuel Bilches, Ludwig Alberto, Igemar Pieternella (interino) e Etienne Siliee, mesmo assim era ainda conhecido como agremiação de pouca relevância. A situação começou a mudar com a chegada do atual diretor-geral da base do Barcelona (chegando até ser cogitado ao cargo de técnico), o holandês Patrick Kluivert.
O primeiro sinal de melhoria foi o triunfo sobre Trinidad e Tobago no dia 6 de junho de 2015 com o placar de 1 a 0, a partir de então os seus adversários começaram a olhar com maior atenção. Antes de rumar para o Paris Saint-Germain, Kluivert implantou um sistema de recrutamento que ajudou a seleção com Remko Bicentini (treinou na época de Antilhas Holandesas e também participou de projetos em clubes holandeses). Ele conseguiu tirar o elenco de nenhum ponto (nas disputas anteriores da Copa do Caribe) para ser campeão superando a Jamaica em 2017.
Com o título retornou a Copa Ouro em 2017, agora como Curaçao, apesar das três derrotas por 2 a 0 (México, El Salvador e Jamaica) já se mostrou uma evolução. Após um período anual sem jogos (2018), o país em 2019 superou em amistosos o Catar e a Bolívia, além disso na Nations League, quase se classificou na primeira fase, em quatro rodadas fez cinco pontos ficando atrás da Costa Rica com seis (vale lembrar que a agremiação empatou com os costarriquenhos fora de casa). Ano passado conseguiram também vencer a Copa do Rei da Tailândia ao ganhar do Vietnã (final) e Índia.
Em sua segunda participação seguida na Copa Ouro em 2019 enfrentou Jamaica, El Salvador e Honduras. O time surpreendeu ao ficar em segundo lugar e eliminou salvadorenhos e hondurenhos (venceu fora de casa), chegando na fase mata-mata foi eliminado em um jogo difícil contra os Estados Unidos, derrota por 1 a 0, mas felicidade pelas conquistas em poucos anos. Em termos de elenco, o único mais conhecido antes da chegada de Kluivert em 2015 era Cuca Martina (lateral-direito que saiu do Everton, atleta com mais jogos no selecionado), porém depois disso vieram alguns atletas com capacidade devido o poder de convencimento do holandês, ou seja descendentes.
Atualmente os principais jogadores são: O goleiro Eloy Room (Columbus Crew, dos Estados Unidos), o volante Rolieny Bonevacia (Al-Faisaly, da Arábia Saudita), os irmãos do meio-campo Leandro Bacuna (Cardiff City) e Juninho (Huddersfield Town, autor de 6 gols em 40 jogos na última temporada), além dos atacantes Gevaro Nepomuceno (sem clube) e Rangelo Janga (NEC Breda). O atual 80º lugar no ranking da FIFA contratou na última semana, Guus Hiddink que não classificou a China sub-21 para as Olimpíadas, todavia tem passagem pelo Real Madrid e Chelsea, além de semifinais com a Coreia do Sul (Copa do Mundo em 2002) e Rússia (Eurocopa 2008).
Foto de capa: Seleção de Curaçao.