Entrevista com a meia Fátima Dutra, ex-Ceará e atual Torreense, de Portugal

Francisca Fátima Aquino Dutra nasceu na cidade de Cedro-CE no dia 08 de dezembro de 1999. Atuou na equipe do 3B da Amazônia e do Ceará. Atualmente está no Torreense. Conhecida e reconhecida pela habilidade e versatilidade

 

Gosta de alguns esportes além do futebol? Quais? R: Vôlei, tênis, futsal, basquete, tênis de mesa e handebol.

Time do coração: R: Não tenho um time de coração, torço sempre pelo que jogo, no caso, Torreense.

Um hobby: R: Meu hobby é o meu trabalho, amo jogar futebol.

Uma música favorita: R: Best Part – Daniel Caesar.

Melhor jogo da carreira: R: Foi um jogo entre o XV de Piracicaba x Ferroviária no paulista de 2017.

Uma qualidade sua: R: Honestidade.

Um orgulho: R: Minha irmã. Além de tudo que conquistei até aqui.

Possui algum arrependimento? R: Acredito que não, sem faço tudo com muita consciência.

Uma inspiração? R: Minha mãe e meu pai, sem dúvidas. Em relação a atletas, acredito que, CR7, Messi e Marta.

Um lugar que deseja conhecer: R: Veneza (Itália).

Foto: Ceará SC.

1- Tens sua formação profissional no antigo Menina Olímpica-CE, Tiradentes-PI e 3 B da Amazônia. Para você quais eram as diferenças entre as equipes? Como analisas as suas passagens por estes times? Como vês o aprimoramento do futebol feminino também na base, com o fortalecimento gradual do sub-20 e outras categorias?

R: A estrutura destes clubes são completamente diferentes, cada um com suas dificuldades e sacrifícios pela modalidade. Gostei muito da estrutura e do trabalho desenvolvido lá no 3B, em termos de tratar a modalidade como algo grandioso. Em todas as equipes tive passagens vitoriosas e de conquistas, pelas quais, muito me orgulho. As categorias surgindo e a seriedade no tratamento, é tudo que a modalidade precisa para ser respeitada e valorizada por todos.

 

2- No Brasil ainda atuou por Vitórias das Tabocas e Ceará. Analisas como positivo a união de duas equipes na formação de elenco no futebol feminino? Existe alguma diferença entre o Vitória/Santa Cruz e o Ceará em parceria com o Menina Olímpica? Para você, o que ainda falta para o nosso futebol saltar de patamar no cenário mundial? Por quais motivos o alvinegro cearense não conseguiu o acesso à Série A1 do Brasileiro? Para ti, a equipe conseguirá este feito no próximo ano?

R: Eu, particularmente, não vejo problema em parceiras/fusões, desde que a parceria seja produtiva e benéfica para as atletas, todos sairão ganhando em todos os aspectos. Como foi o caso do Ceará e MO, são alguns fatores que se fossem comuns a modalidade, certamente, acarretaria nesse crescimento que tanto sonhamos, como por exemplo: O apoio dos torcedores dos clubes, os patrocínios de grandes marcas, cobertura maçante da grande mídia, entre outros quesitos. Estamos caminhando para isso e sonhando com o dia em que todas as jogadoras poderão falar que são atletas profissionais do futebol. Nossa equipe tinha plenas condições de vencer nossas adversárias, porém o futebol é assim, um tem que vencer e sai vencedor quem erra menos. Tivemos falhas cruciais nos dois confrontos e isso custou nossa desclassificação. Infelizmente! Parabéns as nossas adversárias que tiveram todos os méritos nos confrontos. Sei da seriedade no trabalho do Ceará e seguirei na torcida pelo clube. Espero que o acesso já venha no próximo ano.

Foto: Torreense (Portugal).

3- Chegou agora ao Torreense (Portugal), que está na divisão de acesso portuguesa e vem contratando algumas atletas brasileiras. Como vês a sua adaptação ao novo país? Existe alguma diferença latente que viu já entre o futebol português e brasileiro? Quais são as suas expectativas para o decorrer da temporada?

R: Acredito que a maior dificuldade em relação a adaptação tem sido o clima e alimentação, porém nada tão problemático que possa atrapalhar neste processo. Aqui eles prezam e são muito rígido com a questão do respeito e a educação, mas em relação ao treinos ainda não tive tempo para formar uma opinião entre as qualidades e desvantagens em relação aos treinos do Brasil. A minha maior expectativa é conseguir o meu objetivo no clube, que é conquistar o acesso e levar o Torreense a elite do futebol feminino de Portugal. Estou muito ansiosa para o começo do campeonato.

 

4- Atuas tanto no meio, como de lateral-esquerda. Como veio essa aptidão de atuar em dois setores distintos? Acreditas que facilita na hora de ser escalada? Como analisas o primeiro impacto de Pia Sundhage no comando da seleção nacional? Como estais em Portugal, acreditas que possa ser mais fácil chegar na seleção principal?

R: Eu sempre fui meio-campista até ir jogar em SP em 2017, pelo XV de Piracicaba, que foi o meu primeiro clube profissional. Lá comecei jogar de LE e consegui ganhar essa versatilidade e vantagem de atuar em duas posições diferentes. Daí a considerar uma vantagem, eu acho relativo. Tudo depende do trabalho no dia-a-dia e eu trabalho muito forte para estar entre as 11 titulares e poder ajudar minha equipe ativamente. Uma excelente treinadora e com uma história grandiosa mundialmente, porém, assim como todo profissional, precisa de tempo para adaptar sua filosofia de trabalho ao futebol brasileiro. É um dos meus objetivos sim e seguirei trabalhando muito até alcançar. Sei que sou jovem e que ainda não é o meu momento. Preciso evoluir fisicamente, taticamente tenho muito à aprender e seguir aprimorando a parte técnica. Mas, sei que tenho condições e potencial para chegar. Assim como cheguei na seleção de base, chegarei na principal.

Foto: Ceará SC.

5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?

R: Obrigada a todos os colunistas e leitores do MF, principalmente, os que acompanham a nossa modalidade. Precisamos muito do apoio e incentivo de vocês. Máximo respeito e gratidão a vocês pela oportunidade de contar um pouco da minha carreira.

Jean Lucas

Jornalista por formação, Geógrafo nas horas vagas, dono de um conhecimento vasto sobre o futebol, países e curiosidades que vocês somente verão em minhas matérias.

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