Entrevista com Augusto César, 27, possui passagens por Internacional, Chapecoense, Sport, Joinville, Tractor Sazi, Emirates Club, Sanat Naft, Querétaro e atualmente está no Matsumoto Yamaga
1- Qual é a sua relação com o Internacional por ser um clube da cidade onde você nasceu e permanecer por tanto tempo atuando pelo colorado?
R: O Internacional é o clube onde fui criado, me deu oportunidade e desde de pequeno me ensinou tudo. Se eu estou onde estou hoje e sei o que sei é graças ao Internacional, clube grande, campeão do mundo e tenho um carinho muito grande. Sou colorado, torço muito quando assisto os jogos, é um carinho e uma paixão inexplicável.
2- Qual foi o clube em que mais teve dificuldades em se adaptar e qual você mais se sentiu a vontade?
R: A maior dificuldade foi no meu primeiro ano no Irã, minha primeira experiência fora do Brasil, foi bem complicado a questão da língua, não sabia inglês. O futebol é um pouco diferente, se comunicar com os jogadores em si e para mim foi uma experiência muito nova. Na Chapecoense, foi onde me senti mais a vontade, quando cheguei em 2013 era novo e aquele grupo me acolheu, pudi fazer várias partidas ali e naquele ano subimos para a Série A.
3- Como avalia em estrutura e paixão, o futebol iraniano e emiradense comparado ao brasileiro e mexicano? Com qual torcida se identifica mais?
R: Em questão de estrutura, condições de treinamento e de transporte, é os Emirados Árabes, apesar de não ter torcida nos jogos, a estrutura é bem organizada. No futebol iraniano também é bem estruturado, mas Emirados é melhor. O futebol mexicano é bem intenso, jogo rápido apesar da altitude que tem do país e do estádio; já o futebol brasileiro é aquela alegria nos pés, aquela felicidade, drible e jogada diferente que ninguém imagina, é surpreendente.
Augusto César pelo Matsumoto Yamaga. Foto: Divulgação.
4- Como você vê o rebaixamento da Chapecoense por ter vivido essa situação com o clube?
R: Então, a Chape teve esse ano de rebaixamento com várias questões, a salarial, muitas trocas de treinadores, mas eu acho que a principal questão foi a financeira. Ficamos um bom tempo sem receber e alguns jogadores se desmotivaram, o grupo no geral. Primeira vez que eu passo por isso na minha vida, porém foi uma experiência boa. O grupo era muito bom, mas a gente sabe que para formar um grande clube as coisas precisam estar certo. Não estou falando que as coisas não foram certas, mas as situações precisam estarem certa em todos os setores.
5- Agora no Japão e com a pandemia o que mudou na sua rotina de atleta? Faz atividades em casa? Qual sua opinião sobre o isolamento e que medidas está tomando para se prevenir?
R: Com essa pandemia, o país tem reforçado as medidas, uso do álcool, a máscara. Estamos treinamento normalmente, pelo menos a maioria dos clubes tão treinando, teve alguns casos nas ligas aqui e tá indefinido até agora, a princípio pra recomeçar dia 2 de maio, mas como aumentou o índice de pessoas aqui com o coronavírus eles estão preocupados. O treino está normal, estamos fazendo alguns amistosos e esperar dar o aval pra gente começar o campeonato.
6- Se não fosse jogador de futebol qual profissão seguiria? Possui algum ídolo no mundo do futebol e fora dele?
R: Essa pergunta é a mais difícil se não fosse jogador o que eu ia ser, essa é a mais difícil para mim parei e pensei aqui. Eu gosto de fazer muitas coisas, gosto de jogar futebol, de cozinhar, de fazer um samba, de pagode, talvez seria música. Sei que essa profissão é bem difícil no Brasil, algum curso de cozinhar, ser chefe. Eu faria uma coisa que eu gosto. Mas eu não me imagino não jogando futebol ou como eu gosto tanto de futebol talvez fazer uma faculdade de Educação Física, pra ser preparador físico, mas não me imagino fazendo outra coisa. Eu amo o que faço e faço com muito gosto.