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Entrevista com o atacante Serginho, do Jorge Wilstermann, da Bolívia

Sergio Henrique Francisco nasceu em 19 de dezembro de 1984 na cidade de Avaré-SP. Tens passagens por Mogi Mirim, Botafogo-SP e Portuguesa. Atualmente está no Jorge Wilstermann (Bolívia). Conhecido e reconhecido pela habilidade de drible e rápido raciocínio

 

1- Seja Bem-Vindo Serginho. Para começar gostaríamos que se apresentasse ao pessoal que acompanha o Mercado do Futebol.

R: Boa tarde, meu nome é Serginho, tenho 34 anos e atualmente estou no Jorge Wilstermann, da Bolívia.

 

2- Revelado pelo Guaratinguetá/SP e sendo promovido ao profissional em 2010, conte-nos um pouco sobre o início da sua carreira no futebol?

R: Comecei muito antes do Guaratinguetá (2010), no caso do São Bento (subi com 18 anos), passei por Red Bull, Linense, Mirassol (times do interior paulista) e Portuguesa. Tive uma passagem em Angola (Recreativo Libolo) e agora a minha segunda oportunidade fora do país é na Bolívia.

 

3- Atuou por várias equipes de menor porte no interior do país (Mirassol, Red Bull Brasil, Linense e XV de Piracicaba). Para você, como é atuar nestes clubes? Quais são as principais dificuldades?

R: É os clubes do interior paulista estão bem estruturados, caso do Mirassol, Red Bull, XV de Piracicaba e Botafogo de Ribeirão Preto (equipe de Série B) e não deixa a desejar nada para os clubes de fora. Pois tem uma estrutura e staff muito grande, a maneira que tratam os jogadores, eles dirigem o clube, as condições de trabalho profissional. Os clubes do interior de São Paulo hoje conseguem, pois querem conquistar seus objetivos e tem uma grande visibilidade por isso.

 


Foto: Jorge Wilstermann (Bolívia).
 

4- Vestiu as camisas de Brasiliense, Boa Esporte, Mogi Mirim, Portuguesa e Botafogo-SP. Como foi atuar nessas equipes que participaram (participam) por muito tempo da Série B e C do Brasileiro? O que tem tirado de positivo destas passagens?

R: Eu passei pelo Brasiliense, Boa Esporte, Mogi Mirim, Portuguesa e Botafogo-SP, ambos são clubes tradicionais no Brasil. No Brasiliense e no Boa Esporte tive experiência breve. No Mogi Mirim foram dois anos positivos, sendo artilheiro na equipe, na Portuguesa estava na Série B, estava numa situação ruim, mas tem tradição e peso na camisa. Já em Ribeirão Preto, conquistei muitas coisas, ficamos por um gol e não subimos para a Série B, mas ficamos entre os 8 melhores do Paulista. Tenho um carinho grande por essas equipes, todos tem torcida e cobrança, fui bem preparado para isso e fico feliz de ter atuado nessas equipes.

 

5- Como foi o convite do Jorge Wilstermann? Como foi a sua adaptação a Bolívia e ao estilo de futebol no país? Como viu a participação da equipe na Libertadores? Ficou surpreso após muito tempo em times de menor expressão chegar a um dos maiores do país? Como é a relação sua com a torcida? Se puder comentar sobre os acontecimentos de racismo, esteja a vontade?

R: Estava no XV de Piracicaba, depois de duas semanas recebi a proposta do Jorge Wilstermann, vislumbrando jogar às oitavas da Libertadores, é claro que você não pode pensar, fomos às quartas em 2017, campeão da Liga nacional em pouco tempo. Ganhei o carinho e o respeito da torcida (facilitou a adaptação), fiquei entre os 5 melhores do campeonatos nos últimos dois anos, prova que nosso trabalho está sendo bem feito e alegria (contento). Sendo reconhecido por todos de Cochabamba, assim fica mais fácil fazer o nosso trabalho. Sobre o tema do racismo, chato falar sobre isso, não gosto de comentar. Infelizmente está longe de ser erradicado na Bolívia. Mas a gente vai levando, suportando as injúrias e somos profissionais e precisamos trabalhar da melhor maneira possível para deixar o nosso nome na história do clube. É claro que esses acontecimentos nos deixam triste, como eu vim com uma meta e estamos conseguindo o que estamos propondo, então é manter o foco e conquistar os títulos pelo clube.

 

6- O atacante tem a responsabilidade de uma torcida nos pés e sempre será cobrado mesmo que esteja fazendo muitos gols. O que tem para aconselhar para a nova geração de atacantes que está se formando no país?

R: Então, o atacante vive de gol. Se nós não fizermos gol, iremos morrer de fome, então temos que nos dedicar ao máximo, tem que treinar sempre, muito mais que os outros, principalmente finalização, pois às vezes temos somente uma chance em 90 minutos e assim é a chance do gol, talvez um gol muda a história de jogadores. Então temos que estar atentos sempre, apesar de não ter muitos gols, tenho uma média boa para um atacante de beirada e por todos os clubes onde passei, eu sempre fiz gols, isso é uma marca que ajuda muito. O conselho que posso dizer a nova geração, é que se espelham nos atacantes de renome, me inspirei muito do Romário, ele tinha uma raciocínio rápido na finalização, ele sempre ficava próximo da área, quando tinha jogos dele, acompanhava de perto e via vídeos. São jogadores assim que você aprende, fazer como os jogadores que já passaram, fizeram sua história e aprender com os mais velhos é sempre importante.

 
Foto: Jorge Wilstermann (Bolívia).
 

7- Uma mensagem aos colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?

R: Agradecer a todos pela oportunidade de estar falando um pouco da trajetória (carreira). Agradecer aos colunistas, leitores do Mercado do Futebol que apreciam e acompanham o site, Deus abençoe. Não deixem de ver o MF, pois eles divulgam todos os atletas que estão fora do país. Abraço a todos.