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Entrevista com o ex-jogador e atual treinador, Alexandre Gallo

Alexandre Gallo, natural de Ribeirão Preto (SP), é ex-volante, ex-diretor de futebol e atualmente trabalha como treinador no São Caetano.

Alexandre passou, enquanto jogador ou técnico, por grandes clubes do futebol brasileiro como Santos, Vitória, São Paulo, Botafogo, Atlético Mineiro, Corinthians, Internacional, Náutico, entre outros. Ao todo, Galo soma 15 anos de carreira dentro de campo e 16 à beira do mesmo

 

1- Você sempre sonhou em ser jogador de futebol? 

R: Sem dúvidas. Minha mãe fala que desde pequeno a única coisa que eu falava era que queria ser jogador de futebol e comecei muito cedo, em Ribeirão Preto, participei de vários campeonatos locais. Fiz um teste no Botafogo, ainda no infantil e por lá fiquei. Joguei por 11 anos, basicamente, dos 13 aos 24 anos e o Botafogo acabou me vendendo pro Santos. Santos que, sem dúvidas abriu as portas do mercado brasileiro e mundial. Dentro disso, meu início foi mesmo de uma vontade muito grande de chegar e ter oportunidade de ser um atleta profissional que era meu sonho. 

 

2- No Santos você despontou e lá você viveu um momento muito especial que, deve ser o maior da sua vida. Aquela semifinal de Brasileirão, em 95, entre Santos e Fluminense. É inesquecível pra você também? 

R: Foram cinco temporadas no Santos, muito feliz por ter passado esse tempo todo dentro de uma equipe bastante importante do futebol brasileiro. Que culminou com esse 95, que infelizmente acabamos não ganhando o Campeonato Brasileiro em função de um erro crasso do Márcio Resende de Freitas na final do campeonato. Mas antes disso tivemos a semifinal, que sem dúvidas, foi um dos jogos escolhida pela torcida do Santos como um dos mais inesquecíveis. Acho que o Fluminense era uma equipe melhor que a nossa, mas o time dentro do campeonato se encaixou bem, uma equipe jovem. O Santos vivia um momento de transição financeira bem ruim, de uma reformulação estrutural do clube tentando buscar possibilidades. Lamentamos por não ter ganho o título.

R: A competição foi muito bem feita, infelizmente não joguei o último jogo da final. Tomei o 3º cartão amarelo e fiquei pendurado 3 jogos durante o campeonato. E no primeiro jogo da final, lá no Maracanã, tomei o terceiro amarelo e acho que isso aí também fez um pouco de falta. Era capitão da equipe, um dos mais vê junto com Pintado, Marquinhos Capixaba. Exercíamos uma liderança muito grande naquele time. Mas acho que essas coisas são coisas de Deus, não era pra acontecer.

 

3- Como ficou o sentimento dentro do vestiário?  Os jogadores realmente acreditavam que seria uma virada histórica assim?

R: Por incrível que pareça, quando acabou o jogo no Maracanã, nos já retomamos uma situação de muito positivismo e que teríamos a condição de virar e o Fluminense naquele ano, até então, não tinha perdido por mais de 2 gols pra ninguém. Renato, Ailton, Vampeta. Uma equipe competente e conseguimos essa virada de uma maneira incrível. Mas desde o momento do vestiário, no Maracanã, nos estávamos acreditando que essa virada poderia acontecer. 

 

4- Neste mesmo jogo, tem uma história que diz que o Geovani levantou, no ônibus após a partida, e disse que o Santos viraria e ele faria dois gols. É verdade?

R: Por incrível que pareça aconteceu, e não só com ele. Aconteceu com o Marcelo Passos e com o Macedo. Foi uma coisa incrível, eles falaram e fizeram. Foi um dia muito especial, uma energia muito positiva com a torcida. Aquela manutenção da equipe no meio-campo trouxe um astral, uma energia muito grande para a equipe e nós conseguimos ter força pra poder superar um momento de muita dificuldade no campeonato. O Pacaembu completamento lotado, onde fazíamos alguns jogos. O Santos sempre se dividiu entre o Pacaembu e a Vila, que não deixava de ser a nossa casa. Sem dúvidas foi um dia inesquecível.

 

5- Gallo, em uma entrevista você disse que foi um dos jogadores que mais disputou decisões, mas também esbarrou na trave e conquistou muitos vice-campeonatos. Por exemplo, no Brasileirão com o Santos em 95, Portuguesa em 96 e Atlético em 99. Você sente esses “quase” ainda ou se vê realizado com a sua carreira de jogador?