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Entrevista com o volante Lucas Siqueira, do Grêmio Novorizontino-SP

Lucas Santos Siqueira nasceu no dia 23 de setembro de 1988 na cidade de Bom Jardim-RJ. Fostes revelado no Friburguense e possui passagens por Ceará, Vasco da Gama e Paysandu. Atualmente está no Grêmio Novorizontino-SP. Conhecido e reconhecido pela polivalência e pelo elemento surpresa no ataque

 

1- Foi revelado no Friburguense. Quais seus principais momentos com a camisa do clube? Quais os principais ensinamentos na época de base? O que tens de destacar de positivo na equipe? Ainda tem passe atrelado ao time, pretendes retornar algum dia? 2011 foi o seu ano de artilharia?

R: Cheguei no Friburguense em 2004, com 15 anos. Morei na concentração do clube por mais de 10 anos! A minha formação foi feita dentro do clube, muito o que sou como profissional e como ser humano, eu devo ao Friburguense. Por lá vivi várias fases da minha vida! Fiz muitos amigos, tenho muitas boas histórias, bons momentos e por isso, tenho um imenso carinho pelo clube. Tanto, que renovo anualmente o meu contrato com eles. Vejo como uma forma de gratidão e lealdade ao clube que me formou. Sempre sou emprestado pelos times que passo e assim mantenho vínculo com o Frizão! O Friburguense é o tipo de “clube família”, acredito que este seja o seu diferencial! O Siqueira gerencia o futebol muito por esse lado, desde 1999! Os jogadores gostam do Friburguense e se sentem bem lá! Exemplo disso são o Cadão, Sergio Gomes, Ziquinha e Bidu que no decorrer das suas carreiras foram emprestados para equipes maiores, mas sempre mantiveram vínculo com o clube. Ainda hoje, eles jogam no Friburguense, estudam, exercem funções de auxiliares nas categorias de base, para futuramente continuarem trabalhando com o futebol! Sobre 2011, foi um ano inesquecível para o clube! Foi o ano que a cidade de Nova Friburgo sofreu com a maior tragédia climática da história do Brasil. Na época, o Friburguense estava na segunda divisão do campeonato carioca. Tínhamos que saber lidar com o sofrimento da população e ao mesmo tempo voltar com o time para primeira divisão! Nos empenhamos em dar essa alegria aos Friburguenses, em um ano de tanta dor! Foi um importante passo para o reerguimento da cidade! Um grande desafio, que ainda bem que dentro do campo foi só sucesso! Vivi uma excelente fase, marcando gols e tendo boas atuações! Conseguimos o tão desejado acesso e levamos o Friburguense de volta à elite do futebol carioca. Foi um feito bem marcante por toda a situação que estávamos passando!

 

Imagem: CR Vasco da Gama.

 

2- Atuou pelo Sampaio Corrêa-RJ e pelo Macaé. Poderia nos contar sobre a experiência de vestir a camisa destas equipes? Conte-nos sobre o título da Série C em 2014? O acesso daquele ano é especial para ti? A equipe do Sampaio Corrêa reúne condições de ascender a nível estadual nos próximos anos?

R: Cheguei no Sampaio Corrêa no início da minha carreira. Na fase de transição do juniores para o profissional. Ao meu ver, é a fase mais difícil para o atleta! É um divisor de águas para muitos. Minha passagem, pelo Sampaio, foi muito legal! Tive uma boa sequência de jogos e conquistamos o título estadual da 3ª divisão do Rio! Foi muito importante para mim, porque a partir de então, me firmei como profissional e fiquei confiante para seguir na minha carreira! Acredito sim que o Sampaio Corrêa tem condições de obter ascensão no futebol do Rio nos próximos anos, pela estrutura que está criando e a postura correta de trabalho. Anos depois, fui emprestado para o Macaé para disputar a série C do Campeonato Brasileiro! Na verdade, foram duas boas passagens por lá! Em 2013 batemos na trave na disputa pelo acesso e em 2014 conquistamos o histórico título da série C do Brasileirão! O jogo do acesso foi contra o Fortaleza, dentro do Castelão, diante de 65 mil pessoas! Recorde de público entre todas as divisões do futebol brasileiro naquele ano! Foi uma partida épica que também nos deu a vaga na série B! Depois vencemos o CRB nas semifinais e decidimos o título contra o Paysandu lá em Belém, no estádio do Mangueirão, lotado! Esse título brasileiro sem dúvidas, foi uma conquista que me deu uma projeção muito grande dentro do cenário nacional!

 

3- Jogou pelo Vasco da Gama. Como foi a responsabilidade de tão grande clube? Achas que conseguiu fazer um bom papel no cruzmaltino? Diga-nos sobre a torcida e a estrutura do time?

R: Estar no Vasco foi realizar um sonho! Sentimento de que todo esforço e sacrifício até então, valeram muito a pena! Afinal tinha conseguido chegar em um dos maiores clubes do país com uma história gigantesca! A estrutura é muito boa! Campo, vestiário, fisioterapia, alimentação etc. Também tem excelentes profissionais que nos dão totais condições de buscar o nosso melhor desempenho! Logo no início, joguei como titular e tive boas atuações no Campeonato Carioca. Fiz bons jogos, gols e tive um momento inesquecível dando assistência para o gol do Gilberto, na final do Campeonato Carioca de 2015, contra o Botafogo, sacramentando a nossa vitória por 2 a 1. O Vasco tinha mais de 11 anos que não era campeão carioca. Aquele título foi muito comemorado por nós! Foi um momento muito marcante na minha carreira, conquistar esse título, no Maracanã lotado! Eu tive um bom relacionamento com a torcida vascaína! É uma torcida imensa e extremamente apaixonada! Claro que a cobrança é grande, mas eu soube lidar bem com tudo aquilo! Era muito bacana quando jogávamos em outras regiões, os aeroportos e hotéis ficavam cheios de torcedores! Aquela multidão te chamando pelo nome, pedindo uma atenção, uma foto, dando um incentivo ou até mesmo uma cobrança, era “massa”! Em São Januário e no Maracanã, participei de momentos marcantes com a torcida! No geral, tive um bom relacionamento com todos no clube e com os torcedores. É legal que até hoje as pessoas me param na rua comentando a minha passagem no Vasco e principalmente da assistência na final do Campeonato Carioca! Fico muito feliz e por ter vivido bem intensamente todos os momentos no Vasco da Gama!