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Entrevista com o zagueiro Artur Jesus, do Boa Esporte

Artur Jesus Vieira nasceu no dia 11 de junho de 1990 na cidade do Rio de Janeiro. A sua formação foi pelo São Caetano e pela Portuguesa. O atleta tem passagens por América Mineiro, Fluminense e Paraná. Atualmente está no Boa Esporte-MG. Conhecido e reconhecido pela boa marcação e por ser polivalente

 

 

1- Um esporte além do futebol?  R: Todos os tipos de luta, gosto tanto de ver como tenho vontade de praticar.

2- Música nacional ou internacional?  R: Gosto das duas opções mas escuto com mas frequência as nacionais.

3- Um local para viajar?  R: Ilhas Maldivas onde quero me casar.

4- Um momento marcante?  R: Nascimento dos meus filhos.

5- Maior orgulho?  R: Sair de uma favela do Rio de Janeiro com muitas dificuldades e ter virado atleta profissional que era meu sonho desde criança, lutei com toda minha força e consegui. 

6- Maior arrependimento?  R: Não tenho arrependimento, cada erro meu me fez mas forte, então sou grato por coisas ruins que aconteceram na minha vida, me transformaram em um homem melhor.

7- Um filme?  R: O mordomo da casa branca, me emocionei do começo ao fim. 

8- Uma música?  R: Grupo Revelação – Tá Escrito. Meu pai sempre cantava para mim nos momento que eu queria desistir dos meus sonhos, na minha adolescência. 

9- Comida favorita?  R: Não tenho comida favorita, gosto de todos os pratos que minha esposa faz, cada um melhor que o outro, ela parece que adivinha o que eu estou com vontade de comer no dia, ela consegue ler minha barriga.

 

 

Imagem: América Mineiro.

 

 

1- Tem sua base feita na Portuguesa e no São Caetano. Quais foram os principais ensinamentos daquela época? Por que não seguistes a carreira em algum destes clubes? Como é analisar o atual momento das equipes? Qual desses tem melhor estrutura para poder se reerguer nos próximos anos?

R: Aprendi muito nos dois clubes, tanto dentro de campo, de como saber me posicionar em campo taticamente, quanto fora dele, com organização e responsabilidade nos horários. No São Caetano eu consegui me destacar no Campeonato Paulista juvenil foi quando a Portuguesa veio com uma proposta financeiramente melhor e tinha uma base mais forte com boas campanhas nos campeonatos e me interessei foi quando decidi trocar de clube. Na Portuguesa fiquei três anos desde o primeiro ano de juniores até o último ano, não quis esperar por uma oportunidade no time profissional da Portuguesa por conta de uma proposta do Clube Náutico Capibaribe (PE) aonde no momento eu e meu empresario na época, achamos que iria ser melhor para minha carreira então decide trocar, queria procurar coisas novas então não pensei duas vezes para ir embora. Eu sempre achei as duas equipes muito forte no futebol paulista e com uma visibilidade muito boa no Brasil, acho que eles poderiam estar numa situação melhor do que estão hoje, porque os dois clubes tem muitas histórias boas no Futebol Brasileiro. Acho que hoje o São Caetano está mas perto de uma volta ao cenário nacional, mas creio que não será breve precisa de um planejamento voltado para isso e planejamentos sempre são demorados, acho que eles desanimaram um pouco do futebol por lá e se acomodaram em estar onde estão, não pensam em algo grande.

 

 

2- Possui passagens no Náutico, União Mogi-SP, Nova Iguaçu-RJ e Atlético Goianiense. Como analisa a estrutura e a torcida de cada equipe? No Atlético Goianiense foi onde conseguiu um maior destaque no futebol, por qual motivo em dois anos atuou em mais de 70 partidas? O que poderia dizer de positivo em sua passagem pelo ACG? Quais diferenças entre o futebol carioca, goiano, pernambucano e paulista? Defina o momento do seu primeiro gol na carreira?

R: Náutico-PE em 2009 estava passando por uma crise financeira muito grande e até refeições muitas das vezes era limitada, às vezes tinha almoço, mas não tinha janta, e vice-versa, era um tempo de muita conturbação, com salários atrasados para jogadores e funcionários do clube, mas os campos para os trabalhos eram bons e a torcida sempre muito apaixonada mesmo sabendo da limitação do clube, apoiavam bastante. O União Mogi não tinha estrutura nenhuma às vezes nem campo para treinar tínhamos e não tínhamos uniforme para os treinos, treinávamos com roupas individual de cada um, muitas das vezes tomávamos banho com água de obra, suja de cimento para tirar a lama que era muita dos campos que treinávamos, melhorava um pouco. Tinha que esperar chegar em casa para tomar um banho de verdade, isso todos os dias, foi o clube que eu mais passei dificuldades da minha vida, porém também foi o clube onde mais aprendi a dar valor a tudo então foi muito importante para minha vida eu passar por lá amadureci bastante. No Atlético Goianiense sempre teve uma estrutura excelente em todos os quesitos, um grande clube, com torcida pequena, no entanto apaixonada. O Atlético foi um clube que me recebeu de braços abertos e me deu a oportunidade de mostrar meu futebol no cenário nacional, por lá fui vice-campeão Goiano em 2013 e revelação do campeonato desse ano, em 2014 fui campeão goiano, joguei dois campeonatos brasileiros Série B, onde consegui me destacar e aparecer para grandes clube interessados no meu futebol. Um clube que eu vou ser grato para sempre vou torcer, um clube que foi muito importante para minha ascensão no futebol. A diferença do futebol desses locais acho, que de diferente é só o paulista um futebol muito superior aos demais com jogadores com nível muito alto de qualidade, independente da equipe, então se torna um futebol mais competitivo com grandes clubes com bons jogadores e clubes menores também com bons jogadores, fica muito difícil prever que um clube grande irá sobressair nos pequenos, os outros não acho que são muitos diferentes um do outro, com sempre os clubes maiores se destacando. A melhor sensação do mundo um gol sempre é um motivo bom sendo o primeiro tem seu gosto especial não esqueço nunca.

 

Imagem: Atlético Goianiense.

 

3- Chegou ao Fluminense em 2015 e atuou em uma partida, porque não conseguiu a almejada sequência no clube? Além disso teve passagens por América Mineiro, Goiás e Paraná. Quais as semelhanças entre estas três equipes? América e Paraná se mantém na primeira divisão? O seu maior momento na carreira foi o título mineiro com o América e por quê?

R: O clube tinha muitos jogadores experientes e quando você vem de um time da Série B do brasileiro com pouca idade, para zagueiro dificulta muito, demoram a acreditar que você pode também ter uma sequência de jogos num grande clube como o Fluminense, faltou o clube acreditar mais em jovens como eles acreditam hoje se fosse agora com certeza a história seria diferente e eu conseguiria a tal sequência num clube grande clube. À semelhança é que são clubes muitos fortes no Brasil, clubes que tem uma história grande no futebol com estrutura excelente e merecem estar sempre no brasileiro da Série A, não são time de Série B do brasileiro não merecem jogar essa competição pela grandeza que tem e pelas histórias e títulos conquistados, sempre com jogadores de muita qualidade. Acho que os dois se mantém na primeira divisão, só depende deles tem tudo pra permanecer, o Paraná vai sofrer um pouco, por que faz tempo que não joga uma competição de alto nível como é a Série A do brasileiro, o América tá começando a entender mais a competição e entrou nesse ano forte diferente do que no ano que eu joguei a Série A lá em 2016. Foi um momento único ser Campeão Mineiro, ainda mais valorizado por eliminar o Cruzeiro e o Atlético-MG nas finais, um momento meu que consegui ter sequência e quando o jogador possui isso, tudo facilita para o desempenho dele confiança aumenta e você pega ritmo de jogo tudo sai naturalmente.

 

 

4- Atualmente está no Boa Esporte-MG. Qual o principal objetivo para o decorrer do ano? O fato da equipe ter ficado no meio da tabela na primeira divisão do mineiro dificultou no planejamento para a Série B? A equipe de Varginha tem muitos “medalhões”, como é esta mescla entre juventude e experiente? Atuas além de zagueiro, como lateral-direito, é importante jogar em várias posições para que se consiga a titularidade?

R: Primeiro é permanecer com a equipe na Série B do brasileiro, segundo pessoal é fazer bom trabalho com bons jogos por eu ser zagueiro preciso muito de sequência de jogos e estou em busca disso. Eu não estava no estadual aqui, mas creio que não tenha nada a ver, o time chegou a maioria dos jogadores com o brasileiro já na primeira rodada, então estamos pegando entrosamento dentro da competição e sofremos no começo com isso, mas o time está achando a forma de jogar e tenho certeza que ira fazer bons jogos. Tem jogadores experientes como Willian Barbio que era do Vasco, Amaral voltante ex-Flamengo, Gustavo Geladeira zagueiro ex-Flamengo, eu vindo do Fluminense, Douglas Baggio ex-Flamengo, e muitos jovens que se destacaram nos clubes nos estaduais pelo Atlético Tubarão-SC e pela Cabofriense-RJ, o time tá cada dia mas entrosado e vamos sair dessa situação que o clube passa hoje. Quanto mais o jogador ser versátil o jogador ser melhor ajuda no elenco do time e você consegue ter mas oportunidade de atuar, não fica preso em uma posição só, o jogador tem que se adaptar onde o treinador colocar o mais rápido possível.

 

Imagem: Fluminense.

 

 

5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?

R: Primeiro parabéns pelo trabalho de estar dando muitas informações para o leitor que gosta de futebol e nos conhecer mais, contando um pouco de nossa carreira, continuem com esse intuito, porque tem muitos sites que criticam, mas não sabem como foi a luta até onde chegamos. Aos leitores aproveitem essa entrevista e as informações que poucos meios de imprensa fazem, então quando temos algo desse conteúdo temos que aproveitar.