Entrevista com Wescley, o atacante da URT apaixonado por carros antigos

Wescley Matos da Silva, atacante de 26 anos da União Recreativa dos Trabalhadores de Patos da Minas, a URT, nasceu no Rio de Janeiro-RJ e já jogou em três centros em sua carreira. Mas sua história de atleta não começa com o futebol. Antes de ser profissional, Wescley fazia atletismo e chegou a ser campeão estadual no Rio.

Além da URT, o atacante já jogou por Nova Iguaçu, Resende, Portuguesa, São Gonçalo e Artsul, todos do RJ, Hercílio Luz, de Santa Catarina, Desportivo Brasil e Ponte Preta, de São Paulo. Vale ressaltar o carioca tem uma paixão curiosa. Sem nenhuma influência familiar, Wescley é um aficionado por carros antigos e tem um Fusca 1969. E ele contou que pretende aumentar a coleção.

Atacante veloz e com boa impulsão, jogou cinco partidas no Campeonato Mineiro de 2021 na equipe que está atualmente na quinta posição da primeira fase. A equipe do oeste mineiro tem 16 pontos e jogará a vida pela classificação às semifinais contra o América Mineiro na 11ª rodada da primeira fase do Estadual. Dependendo dos resultados, a equipe pode ficar entre os quatro melhores com um empate.

 
Foto: Resende.
 

Confira abaixo a entrevista com Wescley, atacante da URT:

 

1– Wescley, você é carioca e começou a carreira no Nova Iguaçu. Mas antes, conciliava dois esportes, atletismo e futebol. Como foi esse início e qual foi o momento de decisão que o fez ir para o futebol?

R: Eu já treinava nas categorias de base do Nova Iguaçu, e recebi o convite pra fazer parte da equipe do atletismo no Colégio, eles sabiam que eu praticava esporte e me convidaram pra competir pela escola, nas competições municipais que aconteceram na Vila Olímpica da minha cidade. Eu ganhei. Mas, um ano depois os treinos de futebol passaram a ser todo os dias, optei por continuar no futebol e larguei o atletismo.

 

2– Você chegou a ser campeão municipal de atletismo, conta mais sobre essa história e o quanto ter essa experiência nesse esporte te ajudou no aspecto físico?

R: Fui convidado pra competir pelo município, ganhei as competições municipais e estaduais. Com isso, fiz tempo pra participar do estadual de atletismo. Me tornei campeão e recordista dos mil metros infantil, logo após fui contratado por um equipe de ponta. Comecei a receber uma ajuda de custo, fui cotado para categorias de base da seleção. Essa experiência me ajudou demais a ter facilidade pra atuar desde então. Pois, geneticamente e aprofundado em tudo que pratiquei no atletismo. Consigo ter uma dinâmica de jogo alto, devido ao condicionamento que adquiri fisicamente.

 

3– Depois de começar a carreira no time do Rio, foi para talvez o principal centro do futebol brasileiro, São Paulo. Lá, passou pela base do Desportivo Brasil e pela Ponte Preta, ambos times da região de Campinas. Como foi a passagem por lá?

R: Foi uma experiência incrível, o Desportivo Brasil, sem sombras de dúvidas, é umas das melhores instalações no futebol brasileiro. E pude desenvolver muito. Sem contar que foi a primeira experiência fora do futebol carioca. Na Ponte Preta, tive a primeira experiência mais calorosa com a torcida. Me machuquei bastante, então acabou me limitando de conseguir meu espaço na Macaca.

 

4– Após passar pelo Rio e São Paulo, no ano de 2019, você foi para Santa Catarina jogar no Hercílio Luiz. Dessa forma, foi sua primeira vez fora do Sudeste para jogar futebol. Como foi a adaptação lá e qual sua avaliação sobre a passagem?

R: Então, em Santa Catarina tive bons números e tinha o pensamento de ser um futebol de muita força, mas não achei. Achei a qualidade técnica elevadíssima. Tive um numero bacana de jogos, o que me fez evoluir bastante também.

 

5– Em 2020, você teve uma curta passagem pelo Artsul e agora está no futebol mineiro jogando pela URT, de Patos de Minas. Como está sendo esta temporada para ti? E você vê como possível uma chegada na semifinal do Estadual ou a conquista do Troféu Inconfidência?

R: Tem sido um início de temporada bastante desafiador, onde tenho trabalhado bastante pra conseguir meu espaço. Tenho entrado nos jogos, mas no meu primeiro jogo como titular acabei me machucando e perdi espaço. Agora é correr atrás, pra ter novamente oportunidade. Em relação a classificação, ela é bem acessível. No momento, estamos a um ponto da zona de classificação restando a última rodada. Isso na fase principal, no momento estamos classificados para o Inconfidência.

 

6– Finalizando sobre o futebol, qual foi seu melhor e pior momento até agora na carreira?

R: O melhor momento foi no acesso pelo Nova Iguaçu em 2016. Onde tínhamos caído em 2015, porém não joguei por ter operado o joelho. Consegui dar a volta por cima individualmente e pelo clube. O pior momento foi a perda de um amigo de profissão no acidente aéreo desse ano.

 

7– Agora falando mais sobre a parte fora de campo. Antes de ser atleta, ou até mesmo durante a carreira, pensou em mudar os rumos e tentar a vida em outra área profissional?

R: Antes não, mas durante sim. Por diversas vezes. Nada supera o trabalho. Mas, mesmo assim o futebol se torna uma incógnita. Pois são diversos fatores que te tenta parar. Salários atrasados, lesões, indefinições e etc.

 

8– Você é um apaixonado por carros antigos mesmo tendo apenas 26 anos e tem um Fusca 1969. De onde veio esse interesse por veículos antigos?

R: Sempre gostei, não é algo de família. Inclusive estou negociando um outro agora. Se der certo te chamo para fazer uma volta.

 
Wescley dirigindo o Fusca 1968 (Acervo Pessoal)
 

9– Deixe uma mensagem aos leitores e colunistas do Mercado do Futebol.

R: Fala galera, aqui quem tá falando é Wescley atleta da URT. Quero agradecer o espaço, e a oportunidade de falar um pouco sobre minha vida e minha carreira, deixo o meu grande abraço a todos que tiveram acesso a esse bate papo, que o Senhor vos abençoe!

 

Perguntas cortitas
1– Uma música: O seu amor por mim – Wesley Santos
2– Um filme: Extraordinário
3– Se não fosse atacante, seria: Lateral
4– Um jogo: Brasil 2-0 Alemanha – Copa do Mundo 2002
5– Uma frase: “silêncio, fluente no idioma.”

 

Foto de capa: Acervo Pessoal