MF entrevista o treinador alemão André Visser, do Rio Branco-ES
Andre Visser nasceu no dia 20 de agosto de 1983 na cidade de Bremervahen (Alemanha). Antes de ser treinador foi goleiro de times alemães e portugueses. Atualmente está no seu primeiro trabalho dentro do Brasil e busca se estabelecer dentro do mercado trazendo conceitos importantes ao futebol
1- Seu início foi na BFV (Federação Bávara) na parte de sub-16 a sub-21. Como foi seu processo antes de se tornar técnico de algum clube? Você chegou a atuar como jogador ou isso nunca foi seu sonho? Quais os principais ensinamentos daquela época que hoje você pratica dentro do futebol? Como vês a disputa por espaço entre novos e antigos treinadores dentro do mercado?
R: Então, antes de ser técnico, eu joguei na Alemanha e em Portugal como goleiro profissional, mas parei bem cedo por causa de uma lesão no pé (33/34 anos). Na época de jogador nunca pensei nisso, eu queria atuar até 50, porém não funcionou e me apaixonei no futuro depois de me aposentar. Gostei de procurar soluções, caminhos e na verdade tive um treinador que participou do Mundial e em uma temporada ele praticamente não falou comigo (aniversário e fim). Alguns que xingavam os atletas, isso não ajuda, contudo tem lados de treinadores, montar treinamento e apoiar, sempre procurar fazer o melhor para eles. Eu vejo dificuldades no futebol brasileiro com transição ofensiva, por exemplo Gil Mineiro fez um gol com esta situação, gosto muito de trabalhar nesse sentido.

2- Teve uma rápida passagem no Rio Branco-ES, o time vinha embalado dentro da Copa do Brasil, mas diminuiu o ritmo em termos de resultado. Quais foram as mudanças ou acontecimentos que fizeram um clube promissor não conseguir ir mais longe dentro da Série D? O que você leva de positivo em consideração ao futebol capixaba?
R: Quando eu cheguei, a situação estava complicada no Rio Branco. Depois eles me falaram que alguns contratos iriam vencer e desde então os jogadores foram saindo, assim cerca de 50% do elenco que pensei em trabalho no ano acabou não seguindo conosco. Não tinha muito tempo para ajustar o sistema tático, procurei soluções para jogar mais alegre, pressionar linhas altas, mas em duas semanas fica difícil ajustar. Porém meu grupo é fechado e tem Copa Verde e além da Copa do Espírito Santo, assim vou trabalhar e ver o que consigo fazer. Apesar de ter nascido na Alemanha, me considero brasileiro. Minha mãe é brasileira, eu passava as férias e tenho família no país, então conheço bastante do futebol capixaba. Por isso não foi muito difícil chegar, eu adoro o Brasil, a vida aqui é mais fácil.
3- Como foi retornar tão rápido ao Rio Branco? Qual o planejamento para a sequência da quarta divisão, ainda é possível chegar na próxima fase? Aos 37 anos, o que você planeja no futuro daqui há uma década ou isso não passa na sua mente? Se pudesse escolher um time dentro do Brasil, escolheria qual e a motivação disso?