Ítalo Rodrigues é um pernambucano de 35 anos. Ele assumiu o cargo de executivo de futebol do Paysandu. Ele fez curso para treinador; Gestão de Futebol e outros relacionados ao esporte. Ítalo trabalhou durante boa parte da sua carreira, no Náutico como auxiliar-técnico das categorias de base; auxiliar de coordenação técnica da base; supervisor de futebol profissional e coordenador de futebol profissional. No clube paraense, ele chegou com a tarefa de montar a equipe para a temporada 2021 e alcançar outro patamar
1– Você é graduado em Educação Física e fez cursos de Treinador; Gestão de Futebol; Gestão e Direito no Esporte e mais outros. Esses cursos era objetivando a sua atual profissão de diretor de futebol? Você sempre quiz atuar na gerência de clubes?
Resposta: Os cursos eram visando essa atuação na área de gestão como um todo. Eu nunca tive a intenção de virar executivo de futebol. Sempre pensei: “Se eu chegar até gerente vai ser bacana. O suficiente para mim”. Mas, acabou acontecendo. E é uma função que eu me encontrei e gosto muito, tenho prazer em exercer. No entanto, nem sempre quis atuar na gerencia, pois entrei no futebol sonhando em ser treinador.
2– No início da sua carreira você trabalhou com sub-15 e 17. O que te levou a mudar para o profissional? Trabalhar com as categorias de base é mais complicado ou mais fácil?
Resposta: O que me levou ao profissional foi que ainda ali na base, eu comecei a organizar muitas coisas para as categorias que eu trabalhava. Questões administrativas mesmo. Plano; controle de atletas; controle escolar; muitas coisas que não existiam no clube. Comecei a implementar alguns projetos como: ficha de avaliação quais são os critérios para avaliar um atleta, ficha para liberação comecei a criar vários projetos. Nem imaginava que tinha esse perfil. E a partir disso, o pessoal do profissional enxergou esse potencial em mim e fez o convite para eu trabalhar na supervisão do futebol profissional.
3– Você passou boa parte da sua carreira no Náutico. Qual a importância desse clube na sua vida? O que você tirou como aprendizado dessa longa passagem?
Resposta: Quando entrei no Náutico, eu estava no segundo período da faculdade. Então, o Timbu foi muito importante para a minha formação. Foi o clube que abriu as portas para mim. Um clube que eu tenho carinho imenso e uma gratidão gigante. Eu passei todo esse tempo no Náutico pela minha competência. Foi por estar contribuindo com o clube.
4– Você foi eleito, pela Conferência de Futebol do Nordeste, o melhor diretor de futebol da região, em 2019. Isso foi resultado do bom trabalho que vinha fazendo com o Náutico. Como você avalia o seu trabalho com o clube pernambucano? E como você se sentiu a ser eleito o melhor?
Resposta: Eu recebi a notícia com muita honra, principalmente porque eu competi com outros dois profissionais e um estava na Série A e o outro tinha acabado de conquistar o acesso para a Série A. Acredito que esse título veio muito em cima, não só das conquistas que eu atingi no Náutico, mas principalmente pelo baixo orçamento que tínhamos. Conseguimos ser campeão estadual com o orçamento de R$ 180 mil, enquanto seu maior rival tinha uma folha de R$ 6 milhões. Não é fácil. O trabalho tem que fazer diferença. Mas, não é por isso que estou no futebol. Não entrei no futebol pela questão financeira e nem status. Eu entrei no futebol porque entendo. É um meio muito conturbado e obscuro, então entrei para fazer a diferença. O que eu sempre tento pregar são valores. Mostrar que pode atingir resultados de forma honesta, principalmente no trabalho profissional.
5– Você chegou ao Paysandu agora em 2021. Você planeja impor algo que trouxe do clube pernambucano no paraense? Pretende seguir o mesmo planejamento que tinha? Ou quer fazer diferente no Paysandu?
Resposta: Cada clube tem a sua realidade, a sua cultura, assim como qualquer empresa. É preciso levar em consideração muitas coisas para desenvolver o planejamento no Paysandu e é justamente isso que pretendo fazer. Óbvio que existem coisas que podem coincidir que eu tenha implementado lá, implementado cá. Mas sem dúvida alguma eu tenho que entender o contexto do clube que eu estou hoje, que é uma agremiação gigante e de massa, com uma proporção muito maior de onde eu estava. Isso é preciso ser levado em consideração.
6- Você chegou recentemente ao time paraense. Mas já conseguiu perceber semelhanças e diferenças entre o futebol do Norte e o do Nordeste? Qual o seu maior objetivo para com o Paysandu?