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‘O CRB é a possibilidade de um grande trabalho’, diz Allan Aal em entrevista ao MF

Allan Aal, é o novo técnico do CRB. O treinador que conseguiu o acesso para a Série A com o Cuiabá, na última temporada, chega com alta expectativa e concedeu entrevista exclusiva ao Mercado do Futebol. Confira, na íntegra

 

Início de carreira

 

1- Sua carreira de treinador teve início em 2011, no Rio Branco-PR. Após o término de sua carreira como atleta, o que te levou a buscar trabalhar na área técnica? Sempre teve esse desejo?

R: Quando eu parei de jogar, já imaginava, até antes de parar, em continuar no futebol. Talvez pelo perfil que eu sempre tive dentro de campo, de liderança, de conseguir visualizar o jogo. Pelo fato de ser zagueiro, ali atrás você consegue enxergar o jogo de uma maneira mais completa, então sempre tive alguma leitura, sempre tive essa liderança e sempre tive essa intervenção, mesmo enquanto atleta, procurando ali ser um treinador dentro de campo. Então aconteceu naturalmente, mas a gente procurou se preparar durante um ano, antes de retornar ao futebol em uma outra função.

 

2- Ainda sobre o início da carreira, como foi a sua preparação, desde a aposentadoria como jogador, até a estreia na beira dos gramados?

R: Logo que parei, tirei um período de férias, para definir o que eu queria para fazer da minha vida. Aí comecei a me aperfeiçoar, estudar e fazer cursos. Ingressei em uma universidade, não terminei ainda pela correria, mas sempre procuro participar de cursos, de simpósios, especificações e especializações, para que pudesse voltar, não só com a visão de atleta, mas com uma visão de comissão técnica, de treinador. É uma coisa muito diferente da outra, mas o fato de você ter jogado, faz com que você visualize e anteveja muita coisa que você já viveu. Temos que ter um ângulo de visão como alguém que que está fora do vestiário, mas facilitou muito para mim, juntamente com os estudos, com essas especializações e com a parte teórica mais acentuada que a gente buscou. Facilitou bastante o meu trabalho.

 

Trabalhos anteriores

 

3- Coritiba, Paraná e Guarani são alguns dos grandes clubes pelos quais trabalhou. Qual a importância dessas experiências profissionais e o que você trás na bagagem desses trabalhos?

R: São grandes clubes. São clubes com características próprias, com maneiras diferentes de lidar o futebol,  com políticas diferentes. Serviram para um aprendizado e por uma experiência muito grande, procuramos levar o que tem de positivo em cada uma dessas equipes que a gente trabalhou e também tirar lição das coisas negativas. Isso faz com que o nosso trabalho se consolide entre equipes de grande nome no cenário nacional, que passam por alguns momentos de transformação e de reestruturação. Mas, com certeza, a gente pode mostrar o nosso trabalho de uma maneira qualificada, independente de ter um período maior ou menor de trabalho, saímos com as portas abertas e principalmente com a consolidação. São trabalhos diferentes que conseguimos implementar objetivos e com conquistas diferentes. Uns mais curtos, outros mais longos, mas que mostraram a nossa capacidade. Então isso é o mais importante, o que o clube te dá, mas também o que você dá ao clube. Tenho certeza que, por onde passei, contribuí juntamente com a comissão de alguma maneira.

 

4- Na última temporada, você fez um belo trabalho no Cuiabá e conseguiu conquistar o acesso para a primeira divisão. De volta à competição, o que de importante você traz na bagagem, para lutar pelo acesso, também pelo CRB?

R: Trazemos muita coisa positiva nesta última passagem no Cuiabá e também muito positiva do início do primeiro turno, no Paraná. Deixou muito claro que você precisa ter um grupo forte e comprometido. Forte não em quantidade, mas sim em qualidade. Precisamos manter uma homogeneidade no grupo, porque vamos precisar de todos os jogadores. No Cuiabá eu sinto, por exemplo, que o diferencial para nós, na conquista do acesso, foram os atletas que, mesmo não sendo titulares, quando entravam faziam a diferença. Esse ano a Série B vai ser muito difícil, pelo número de equipes grandes, que já até foram campeãs brasileiras. Sabemos da dificuldade e procuramos passar esse tipo de pensamento no dia a dia dos nossos atletas. Não são só os onze homens que resolvem o problema na Série B e sim um grupo. O nosso grupo vem se fortalecendo, também, em busca de algumas peças, para termos opções. A diretoria vem entendendo isso e vem fazendo o melhor trabalho possível conosco. A expectativa é muito grande, mesmo sabendo da dificuldade que vamos enfrentar, mas vamos procurar em jogo a jogo buscar os nossos objetivos.

 

A escolha e as expectativas para o CRB

 

5- Quando recebeu a proposta para trabalhar no CRB, quais foram os principais fatores que interferiram para que você aceitasse o cargo no clube?

R: O CRB é uma equipe muito tradicional, o que pesou muito foi esse fator, da camisa. Além do fator, também, que nos últimos anos sempre teve próximo do acesso. Isso pesou bastante e o projeto de uma nova diretoria, com uma nova maneira de administrar o futebol, também fortaleceu a nossa vontade de vir para cá. Eu nunca tinha trabalhado no Nordeste, é um futebol que vem crescendo cada vez mais, que vem evoluindo cada vez mais e tem um mercado que é muito chamativo. Juntamos todos esses fatores, o elenco que temos também nos dá expectativa e a possibilidade de brigar por grandes coisas. Como falei, jogo a jogo sem se precipitar, mas esses fatores foram fundamentais para que a gente aceitasse a proposta e o novo desafio.

 

6- Em perspectiva de futuro, quais são os seus maiores desejos profissionais e em que patamar deseja chegar com o CRB?