O zagueiro Pablo Castro, do Bordeaux concede entrevista especial ao site MF

Pablo do Nascimento Castro nasceu no dia 21 de junho de 1991 na cidade de São Luís-MA. Tem passagens pelo Ferroviário-CE (base), Ceará e Corinthians. Atualmente está no Bordeaux. Conhecido e reconhecido sobre o posicionamento e poder de liderança

 

1- Um esporte além do futebol? R: Fórmula 1.

2- Música nacional ou internacional? R: Os dois.

3- Um local para viajar? R: Ilhas Maldivas.

4- Um momento marcante? R: Lua de Mel.

5- Maior orgulho? R: Minha família.

6- Maior arrependimento? R: Não tenho.

7- Um filme? R: Assim nasce uma estrela.

8- Uma música? R: Shallow.

9- Comida favorita? R: Churrasco.

10- Doce ou salgado? R: Os dois.

 

1- És de São Luís (capital do Maranhão). Como avalia o processo de ter iniciado na base de um clube maranhense, ido para o Ferroviário-CE e depois para o Iraty-PR até chegar no Ceará Sporting Club? Chega a acompanhar o Tubarão da Barra mesmo de longe, o que achas desse ressurgimento no cenário nacional? No Ceará se notabilizou pelo gol no amistoso contra o PSV. Como foi esse momento para você? Cássio era o goleiro do adversário naquela época, chegou a brincar de forma sadia com ele sobre o assunto? Num futuro mesmo que distante, teria vontade de retornar ao alvinegro cearense?

R: É muito legal, eu saí de um lugar que naquela época o futebol maranhense não tinha muita visibilidade. Pois o Sampaio Corrêa e o Moto Club não tinha nem divisão, muito menos a terceira ou segunda (já que o Sampaio anos depois chegou). Difícil para o nosso futebol, mas foi ali que quis sair e cheguei ao Ferroviário (um ano) e depois Iraty na base e voltei ao Tubarão da Barra (fiquei sete meses) e assim fui para o Ceará, onde consegui mostrar meu talento para todo o Brasil.

R: Sobre o Ferroviário, é uma coisa bem especial que tenho, pois foi um clube que abriu as portas na base, onde mostrar meu futebol desde moleque e hoje vendo o Ferroviário numa situação bem melhor do que na época que estava lá, foi muito gratificante. Isso mostra o trabalho que está sendo feito durante cinco anos ou mais, a recompensa no futebol brasileiro com a conquista da Série D e na Série C faça um grande campeonato e quem sabe subir para a segunda divisão. Então o futebol cearense tem crescido bastante nos últimos anos. Tem um tempinho que saí do Ceará, na época a evolução já acontecia e agora acredito que esteja em um estágio bem maior. Sem dúvida, esses empréstimos foram importantes para o meu amadurecimento e crescimento, onde aprendi muito.

R: Já no Ceará foi outro momento muito especial. Onde o clube me colocou no profissional, sendo logo contra o PSV, diante de uma grande equipe internacional. Engraçado que o Cássio era o goleiro da época e quando cheguei no Corinthians até brincava com ele nesse aspecto. Porém foi um embate muito especial que foi ali que alavancou a minha carreira, pois era minha estreia, pude mostrar um pouco do meu trabalho e assim o PSV teve interesse no meu futebol. Então sobre o futuro, somente a Deus pertence. A gente não sabe o que pode acontecer, mas me sentiria honrado se no futuro, eu tivesse essa nova oportunidade de defender as cores do Ceará óbvio. Pois é um clube que tenho um carinho muito grande, assim como todas as equipes que eu passei.

2- Profissionalmente passou por Quixadá-CE, Tiradentes, Avaí e Ponte Preta. Como analisas o futebol no interior do Ceará? Para você essa passagens por empréstimo foram fundamentais em qual aspecto? Em Santa Catarina e no interior de São Paulo teve uma sequência pelos clubes, a se deve isso? Em 2014, foi a fase mais artilheira de sua carreira, existia uma liberdade maior por parte do técnico aos zagueiros adentrarem a área na hora dos escanteios? Como foi conquistar o acesso pelo Avaí FC?

R: É exatamente, Santa Catarina no Avaí e interior de São Paulo na Ponte Preta. Onde tive sequência, através da minha mudança profissional na parte da alimentação (com a minha esposa em casa, no começo é um pouco difícil), recuperação, aos poucos vamos vendo o resultado dentro de campo. Hoje isso se torna mais natural, foi isso conseguia me recuperar melhor, tinha mais energia e acredito que fez crescer muito mais e ter a sequência na carreira. Então tínhamos em 2014 um grande batedor de falta, o Marquinhos (até se aposentou no ano passado), por isso já sabíamos onde a bola iria cair e foi muito treinamento e capacidade dele no cruzamento. Teve um volante (Eduardo Costa) que fez muitos gols também naquela época. Sobre o acesso do Avaí foi muito especial, o primeiro à Série A, onde consegui mudar o pensamento da imprensa e torcida em 2013, depois de trocar tudo como profissional, muito trabalho e com ajuda dos companheiros (como falei antes).

 

3- Passou por Grêmio e Corinthians, por quais motivos teve poucos minutos com a camisa do Imortal Tricolor? Existia alguma pressão maior por ser aposta? O elenco gremista era muito forte naquela época ou hoje eles estão em um nível maior? No alvinegro paulista foram 50 jogos e o campeonato brasileiro. Como foi fazer parte deste elenco vitorioso sendo titular absoluto? Como definiria o estilo de trabalho do técnico Fábio Carille? Define 2017 como melhor momento da carreira?

R: Sobre o Grêmio, eu era muito jovem, precisava aprender muitas ponderações táticas (posicionamento do corpo, realmente muito mesmo). Acredito que isso me fez não atuar tanto na equipe, mas foi uma experiência muito boa, onde tive dois técnicos de muita qualidade (o falecido Caio Júnior e Vanderlei Luxemburgo), pois me ensinaram bastante coisa e levei muito para minha vida. Se existiu alguma pressão, eu acho que não. A pressão ela vem mais de mim, eu sou um cara bem exigente, então era mais para mostrar meu profissionalismo, minhas qualidades, porém não existia alguma pressão por ser aposta. Verdade, naquela época, o time do Grêmio tinha muito forte e com jogadores com nome no futebol nacional. Mas acredito que hoje o Grêmio é mais forte do que naquela época, isso é minha opinião.

R: Essa minha passagem pelo Corinthians foi muito importante, fazer parte daquele elenco de 2017 foi marcante, vai ficar eternizado na minha mente e ser considerado titular absoluto. Isso é muito gratificante, mas é claro isso é conquistado com muito trabalho e empenho, eu consegui ter o meu espaço. Sobre o técnico Carille, como pessoa e profissional é espetacular, eu aprendi bastante pontos, eu tenho uma visão totalmente diferente de posicionamento defensivo, graças a todos os ensinamentos que aprendi com ele. É um cara que me ajudou muito, se 2017 foi um dos melhores momentos da carreira, acredito que sim. Foi um ano que me fez mostrar meu futebol e qualidades no Brasil, onde praticamente quase ninguém me conhecia, pois passei em equipes menores até chegar no Bordeaux e no Corinthians mostrei as minhas qualidades no profissionais. O meu 2017 e 2018 foram marcantes por diversos motivos, por causa dos títulos Paulista e Brasileiro, além da convocação a seleção nacional. Então defino esses dois anos como os melhores da minha carreira, essas foram conquistas marcantes.

4- Atualmente está no Bordeaux, mas antes esteve próximo do Krasnodar e tendo o nome ventilado no Barcelona. Como recebes a notícia de ter sido avaliado por tão grande clube? Por quais motivos a venda ao futebol russo não se concretizou? Já tem mais de 60 jogos entre idas e vindas, qual momento descartaria no clube? Por quais motivos a equipe está no meio da tabela nesta temporada? Como recebeu a convocação de Tite para Seleção Brasileira? Ainda é um sonho seu ter sequência na seleção?

R: É verdade, eu tive bem próximo do Krasnodar, entramos em acordo tudo certinho, tempo de contrato, salário, valor de compra. Mas na última hora, eu pensei bem, pensei na minha família e nas dificuldades que poderia ter na Rússia e escolhi não ir. Então foi um momento de muita reflexão, uma decisão é muito difícil a ser tomada. Mas fico esperançoso com essa minha decisão chegar ao meu objetivo de alcançar um grande clube da Europa. Fico muito feliz de ter vinculado meu nome a grandes nomes do continente como o Barcelona e Manchester United, mas isso foi bastante especulação e somente de ter sido cogitado isso dá um ânimo para continuar como sempre, para que eu venha conseguir meus objetivos pessoais, que é o meu grande pensamento.

R: É estamos passando uma temporada bem complicada, onde não conseguimos mostrar todas as nossas qualidades, mas esperançoso com o novo projeto do clube, pois foi vendido. Eles trouxeram um grande treinador e conseguimos fazer um embate bem melhor do que os anteriores e acredito que a gente vai evoluir bastante, teremos 15 dias para trabalhar muito e assim mostrar nossa habilidade. Foram mais ou menos 60 jogos no Bordeaux, um momento que poderia descartar foi quando cheguei em 2015 (agosto), onde não consegui mostrar meu potencial e as lesões que dificultaram a minha sequência e me atrapalhou, então acredito que foi esse o que poderia descartar da minha passagem pelo Bordeaux. Descartar, mas não esquecer. Essas dificuldades me fizeram um jogador mais forte mentalmente e aprendi bastante com todos os meus erros, então é assim que eu penso.

R: A seleção brasileira é uma situação bem forte para mim, defender seu país, ser chamado é o reconhecimento de anos de trabalho, então eu fiquei muito feliz e agradecido. Sempre vou estar pensando na seleção brasileira, nesta última convocação não fui chamado, mas não posso desanimar e vou seguindo trabalhando, me esforçar e com esperança para que eu seja convocado mais vezes.

5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?

R: A mensagem que eu queria falar é vocês que estão vendo, é sempre acreditar no seu potencial. Nada é dado e fácil, então você tem que se dedicar muito e a dedicação vem com muitas dificuldades no meio do caminho e nunca desista. Mesmo que pareça que seja impossível, acredite, se dedique. Por isso a vida é para os fortes e sempre colocando Deus em primeiro lugar para que a caminhada seja melhor. Beleza, tamo junto e um forte abraço.