O racismo, apesar de criminalizado, é figura presente nos estádios de futebol no Brasil e no mundo. Apesar de também ocorrerem casos em outros contextos, precisamos entender que o futebol não é um mundo à parte. O esporte é um show, entretenimento, mas como em toda a sociedade, existem limites.
Na última semana, ocorreu o duelo entre Brusque e Londrina, pela Série B do Campeonato Brasileiro, onde o esporte, novamente, foi ofuscado por um caso de racismo. Celsinho, jogador que atua pelo Londrina, relatou ter sido ofendido racialmente, por pessoas que estavam na arquibancada do Brusque. O jogador identificou o agressor, como membro do staff do Brusque e expôs a situação em entrevista. O caso foi relatado na súmula, pelo árbitro da partida.
O Brusque, por sua vez, acusou Celsinho de oportunismo e ameaçou processar o atleta, através de nota, divulgada nas redes sociais. Tempo depois, o clube, covardemente, emitiu uma nova nota, retirando as palavras como pedido de desculpas.
A situação além do absurdo fica ainda pior se lembrarmos que, só nesta temporada, já é a terceira vez que Celsinho sofre ataques racistas. Nos dois episódios anteriores, teve seu cabelo chamado de ”negócio imundo” e ”ninho de cupim”. O intervalo entre as ofensas do narrador Romes Xavier, juntamente com o comentarista Vinícius Silva, e o do narrador Cláudio Guimarães, foi de menos de uma semana. Nos dois casos, houveram afastamento dos profissionais.
Mas por que há a liberdade de se fazer tais comentários, sem medir as consequências? A resposta, é porque raramente há ”consequências”. A impunidade deixa a impressão de que casos de racismo podem ser resolvidos apenas com uma retratação, ou uma nota de repúdio. Mas, a realidade deveria ser tratada conforme as leis.
Na maioria dos casos, uma nota de repúdio ou um pedido de desculpas, são vistas como o suficiente. A postura do Brusque, ao publicar uma nota acusando o jogador de oportunismo e, após a repercussão, voltar atrás com um pedido de desculpas, exemplificam a falta de preocupação em dar suporte ao caso e escancara o desejo único de não manchar a própria imagem como instituição.
As atitudes são impensadas. Quando o estrago é nítido, há o desespero de reparar a reputação do acusado e não o desejo de dar suporte à vítima. O estrago comercial é mais temido que o estrago que poderia ser causado na vida dessas pessoas. O silêncio e a negação diante de um ato racista, são formas claras de conivência.
Racismo é crime previsto por lei e devem ser tratado como tal. Crimes não são combatidos com notas de repúdio e pedidos de desculpa. Se há covardia para cometer, deve haver pulso para punir.
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