Ainda são 10h30 quando eu faço o primeiro contato com o goleiro Waldson Viana, por WhatsApp.
- Waldson, bom dia! Podemos conversar?
- Tô indo cortar o cabelo, pode ser depois?
Uma hora mais tarde
conversamos por ligação. Waldson é tímido e já deixa claro: “Não entendo muito
disso de entrevista”, fala sorrindo. Apesar da pouca intimidade com
jornalistas, ele se dispõe a responder minhas perguntas. A carreira do atleta
soteropolitano começou em Salvador, quando entrou na base do Bahia Esporte
Clube aos 12 anos. Hoje, com 29, acumula experiências em diversos clubes do
Nordeste, Rio de Janeiro e São Paulo. No exterior, atuou em dois times
europeus.
O defensor é um dos três
goleiros que compõem o elenco do Cavalo de Aço neste ano. É o mais antigo no
clube, chegou em dezembro de 2018, quando foi contratado para a temporada
passada. Apesar do tempo em que está no Imperatriz, o atleta só estreou no
último sábado, contra o Cordino, pelo Campeonato Maranhense. A boa atuação de
Waldson, garantiu a ele a chance de ser titular no jogo desta quinta-feira pela
Copa do Nordeste. Durante a entrevista ele comentou o momento que está vivendo:
“Sorte é estar preparado para quando a oportunidade vir”.
Esta entrevista foi grava na
última terça-feira (4), por telefone. Waldson Viana falou sobre sua carreira,
elogiou os colegas de grupo e brincou sobre a repercussão da sua atuação contra
o Cordino. Confira a entrevista:
Ananda Portilho: Você chegou ao Imperatriz ainda em 2018, mas só estreou no último sábado contra o Cordino. Com a saída do Jean (atual Retrô), você vislumbrava uma oportunidade de ser titular neste ano?
Waldson: Sim. Quando eu recebi a ligação do Marcelo (Copertino) na época, perguntando se eu queria voltar, fazendo uma proposta para voltar, eu não pensei duas vezes. Eu estava praticamente de pré-contrato com um time da Bahia, tinha recebido uma proposta até boa, mas quando ele e o Rodrigo me ligaram eu não pensei duas vezes. Eu joguei a temporada passada aqui e me identifiquei muito com esse time, gostei muito de jogar no Imperatriz. Eu tinha um sentimento de não ter vivido o que eu queria: mostrar o Waldson e ter a oportunidade de jogar no Cavalo de Aço, sentir o calor da torcida. Ano passado fiquei ali em segundo. Ainda chegava a brincar com o Jean. “Me dá uma brecha, né? Descansa um pouco… Deixa eu jogar um jogo” (risos). Mas ele estava certo e eu faria o mesmo. Principalmente porque somos goleiros, para é muito difícil jogar e tem que estar sempre dando sequência e ritmo. E eu ficava ali sempre na suplência.
Ananda Portilho: Como foi receber a notícia de que você seria titular contra o Cordino?
Waldson: Não é de agora que eu venho trabalhando dia após dia esperando essa oportunidade. Todo mundo treina querendo jogar, mas cabe ao treinador escolher um. Eu estava trabalhando desde o ano passado, respeitando todos os meus companheiros, conquistando meu espaço. Quando fiquei sabendo que ia jogar foi aquele momento de êxtase. Claro que a gente tem que se controlar, manter a postura, mas fiquei muito feliz e muito alegre mesmo. Eu sempre digo uma frase que é assim: “Sorte é estar preparado para quando a oportunidade vir”. Graças a Deus eu estou preparado.
Ananda Portilho: Esse jogo contra o Cordino te rendeu o troféu Mozart, de melhor jogador na partida. Como foi para você ter esse reconhecimento logo na sua primeira partida como titular?
Waldson: Eu fiquei muito feliz pelo prêmio individual, por ajudar meus companheiros, mas o mais importante foi a vitória. Estrear com a vitória. Infelizmente só podiam escolher um, mas toda a equipe estava de parabéns e tem seu mérito. Se apenas um ou dois jogassem bem, acho que a gente não sairia com resultado positivo, mas todos jogaram bem, todos na sua posição contribuíram e deram seu melhor. Eu ainda brinquei com os meninos: “Eles tiveram que escolher e aí olharam o mais bonito do grupo e acabaram me escolhendo” (risos). Claro que é brincadeira. Eu fiquei muito feliz com isso, mas esse mérito é de todos nós.
Ananda Portilho: As defesas que você fez nessa partida te renderam um apelido entre os torcedores: “São Waldson”. O que você achou?