Durante velório, casa de Paolo Rossi é invadida

Mateus Guimarães

No dia do funeral, enquanto toda a Itália clamava pela despedida de Paolo Rossi, a casa de ‘Pablito’ em Bucine, na zona rural da Toscana, foi assaltada.

Após retornar do funeral em Vicenza do ex-atacante italiano, sua esposa Federica encontrou a casa de fazenda na Toscana totalmente em estado de caos após uma invasão e roubo. Entre os objetos perdidos está o relógio de Paolo Rossi. As investigações da polícia estão em andamento

Paolo foi velado hoje (12) em Vicenza, cidade onde fez sua ultima partida profissional e onde seu coração se encontrava ao futebol, pois foi em Vicenza que Paolo começou sua carreira profissional. Seu caixão foi carregado por seus ex-companheiros de seleção, jogadores da Squadra Azzurra campeã mundial. Entre eles Marco Tardelli e  Antonio Cabrini, seus grandes amigos e companheiros da inesquecível seleção de 1982, fizeram questão de carregar seu caixão.

A transmissão da despedida de Rossi, que morreu há três dias, vítima de câncer nos pulmões, foi transmitida para toda Itália.

Na cerimonia fúnebre do ídolo italiano, ex-jogadores e ex-companheiros falaram a respeito de Paolo. Antonio Cabrini comoveu-se e cumprimentou Paolo Rossi , seu ex-companheiro não só na Seleção, mas também na Juventus: “Perdi não só um amigo, mas um irmão. Quantas emoções compartilhamos. Eles perturbaram nossa vida. Fizemos parte de um grupo. , diga ‘aquele grupo’. Pensei que ainda íamos caminhar juntos por muito tempo. Já estou com saudades, tenho saudades das suas brincadeiras, das suas palavras de conforto, das nossas brigas e do seu sorriso – continuou ele – São aqueles como você que embelezam amizade. Eu não vou deixar você ir. Você sempre vai estar dentro de mim, prometo que vai ficar perto da Federica e dos seus filhos, mas você fica perto de mim ”.

“A morte de Paolo me atingiu porque eu não sabia sobre sua doença e, portanto, foi um golpe do azul. Ele representou o futebol italiano, ele não tem igual.” É assim que Paolo Maldini lembra de Paolo Rossi, antes do início da cerimônia fúnebre na Catedral de Vicenza. “Paolo Rossi era apenas ele e tive a sorte de jogar com o Milan, ele no final da carreira e eu era muito jovem”, acrescentou Maldini.

O povo de Vicenza provou isso no momento mais difícil: enfileirando-se às centenas, aos milhares, para esperar a sua vez, no frio e até que escurecesse, para saudar o caixão de nogueira claro no lendário estádio ‘Menti’ com o corpo do campeão mundial de 82. A cidade está de luto, e será ainda hoje, assim como aconteceu em Prato, onde nasceu Rossi , o funeral do jogador de futebol que deixou a Itália feliz.

Entre os muitos que chegaram a Vicenza para a última despedida está Marco Tardelli, que passou muito tempo em frente ao caixão com Federica Cappelletti, mulher de Rossi e as suas duas filhas, e o treinador da Fiorentina, Cesare Prandelli. “Para mim ele é um amigo, um amigo sincero: não consigo encontrar as palavras, ainda não o aceitei”, disse o antigo seleccionador italiano. Em seguida, comentando sobre a fila de pessoas fora do estádio, acrescentou: “É o testemunho de como o Paolo viveu a sua profissão, e as pessoas vêm saudar o Paolo, não o jogador. Ele conseguiu se recuperar como poucos no mundo. dos momentos sempre difíceis relembrando os valores da amizade Nunca foi personagem, tornou-se porque no futebol fazia o que fazia.”

Ao longo do dia de hoje, a Serie A e todos os clubes homenagearam Paolo Rossi por meio de uma série de iniciativas por ocasião da próxima fase do campeonato. Os jogadores entraram em campo com o luto nos braços e antes do início de cada partida foi dedicado um minuto de silencio, com a transmissão de um áudio histórico que irá relembrar as façanhas do ex-atacante na Copa do Mundo de 1982. Esta noite a casa funerária permanecerá aberta bem depois do horário programado (20h) para permitir que os que estejam na fila cumprimentem o campeão.