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Entrevista com o ex-volante de Flamengo e América-RN, Goéber Maia

Na última sexta, dia 05 de junho, entrevistamos por meio de uma live no Instagram, Goéber Maia. Ele comentou sobre suas passagens pelo futebol candango, Flamengo e Volyn (Ucrânia), além de seu último trabalho na gerência de futebol do América de Natal. Confiram os fragmentos textuais e confira por completo no nosso IGTV:

 

1- Tens a sua formação atrelada ao ARUC-DF, além disso passou por Gama. Como foi a sensação de ser campeão candango logo no início de sua carreira? Tens alguma informação do atual momento do ARUC? Passou por algumas temporadas em clubes do Distrito Federal, acreditas que houve evolução do estado ou ainda tudo é muito inicial?

R: Sou nascido em Brasília e tive minha formação na cidade. Na época de Gama, a agremiação tinha parcerias com outros clubes e assim eles emprestavam esses atletas que eram poucos utilizados. Por isso fui parar no ARUC, equipe que estava na segunda divisão brasiliense, no ano que estive tinha o Paulo Victor (atuou no Fluminense na década de 1980) como preparador de goleiros e o nosso arqueiro era o Serjão, conhecido pela sua mobilidade e força na hora de atuar. Então teve um tempo que o futebol candango era bem visto no cenário nacional, principalmente com a elevação do Gama e do Brasiliense, mas nos últimos anos estacionou, porém agora com as novas diretorias a tendência é de procurar retornar a esta situação boa. É importante a capital nacional ter times de qualidade para brigar por grandes situações.

 

2- No decorrer, teve passagens foram pelo Flamengo e Volyn (Ucrânia). Quais as principais diferenças em termos de estrutura, torcida e afins entre jogar num grande brasileiro e um médio time ucraniano? O que poderias dizer de positivo em ambas as passagens? Fostes campeão da Copa do Brasil em 2006, como descreverias aquela final? Além disso, esse foi o seu maior momento da carreira? Como foi a adaptação em terras ucranianas?

R: Fico muito feliz de ter a oportunidade de atuar em vários lugares distintos, além de ter ganho em Euro no caso da Ucrânia. Em 2005, fiz uma ótima Série B pelo Gama e assim tive a chance de atuar no Guarani, apesar da passagem rápida em 12 jogos, foram decisivos para que depois do Campeonato Paulista tivesse como escolher entre 4 propostas, estavam Flamengo, Internacional, Palmeiras e São Caetano. Caso o Cruzeiro fizesse um contrato, eu iria, pois meu pai torce para a equipe e assim estaria realizando um sonho. Mas como não aconteceu pensei em questão de projeção e salário, em termos financeiros, o São Caetano tinha melhor situação, porém a camisa do Flamengo pesou e assim aceitei ir, após conversas com Kleber Leite e outros encarregados da agremiação.

R: Digo que Flamengo e Corinthians são a seleção brasileira do dia-a-dia, por causa que eles têm uma maior pressão em termos de torcida e imprensa pelos resultados obtidos. Sobre o Volyn, é uma espécie de Chapecoense ou Coritiba, uma equipe intermediária no cenário ucraniano, contudo aprendi muito em termos ofensivos e de jogo, algo que pretendo implementar quando for treinador de um time profissional aos meus atletas. Em 2006, aproveitei muito bem o momento da final, pois estive na concentração e vi uma torcida inflamada e um estádio cheio para um grande clássico entre Flamengo e Vasco, quando ganhamos o título mesmo não sendo titular, gostei demais de participar daquele momento e vai ficar marcado na minha memória.

 
Foto: América de Natal.
 

3- No último ano teve a experiência como diretor de futebol no América de Natal. Como analisas esse período de reestruturação na equipe? O time estava caminhando bem no ano de 2020 e até chegava como um dos favoritos ao acesso para Série C, como vês essa situação agora com a pandemia? Como foi participar de um acesso histórico de um clube potiguar para primeira divisão? O que falta para os times da capital retornar ao cenário nacional com força?

R: Sobre ser gerente de futebol, gostei do trabalho e até me identifiquei, todavia após não conseguir o acesso para terceira divisão, sendo eliminado para a Jacuipense-BA não seguimos para o decorrer da outra temporada. Até pensava que o Floresta-CE iria brigar pelo título, mas parou também no time baiano, depois disso vi que realmente queria estar próximo do campo, trabalhando junto aos jogadores, pois passei 17 anos da minha carreira nessa situação e absorvi muitos conceitos dos treinadores que trabalhei, assim criei um apego maior e por isso quero trabalhar junto ao gramador como técnico.

R: Então no período que estava como comentarista da rádio 87 FM em Natal com Aquino Neto fiz entrevistas com os campeões do estadual ano passado, caso de Moacir Júnior, então técnico. No mais, depois recebi o convite do antigo presidente José Rocha me pedindo para trabalhar como gerente de futebol e aceitei dividir meu trabalho junto com o Centro de Futebol Goéber. Não conseguindo o acesso tive o respaldo do candidato a presidência que ganhou, Leonardo Bezerra que continuaria no cargo, todavia o tempo passou e ouvi por terceiros que ele havia contratado outra pessoa. Então fui esclarecer tudo com ele e comentou que contratou um gerente mais experiente, mas se ele tivesse me colocado em outro cargo por mim tudo bem, não tenho esse tipo de vaidade, pois estou no início da minha trajetória. Depois desse desacerto, acabei deixando a agremiação.