Paulinha, de 25 anos, é estudante de engenharia de produção e virou um fenômeno de popularidade entre os rubro-negros, depois que começou a filmar os jogos da arquibancada e divulgar no seu canal no YouTube, o Paulinha 1895, que tem 56.603 inscritos. Paulinha já postou 108 vídeos no seu canal, gerando cerca de mais de 2 milhões de visualizações.
Os vídeos mais vistos foram os dos jogos entre Vasco 0x1 Flamengo, em São Januário, no dia 8 de julho do ano passado, e Flamengo 0x2 Cruzeiro, no dia 8 de agosto desse ano, na partida de ida da Libertadores da América, no Maracanã, ambos com 79 mil visualizações. No vídeo, da vitória contra o Vasco em São Januário, Paulinha mostrou como foi o percurso da torcida do Flamengo até São Januário sendo escoltados pela polícia militar, momentos do jogo com a vibração dos rubro-negros com a vitória dentro do estádio do maior rival e a volta pro ponto de concentração dos torcedores, que foi no bairro do Estácio.
No Instagram, além de falar sobre o Flamengo e do canal, Paulinha também faz algumas promoções sorteando produtos do Flamengo, como camisas oficiais e ingressos para jogos.
Paulinha é integrante da Raça Rubro-Negra, a maior torcida organizada do Flamengo, e com a torcida, ela viaja por todo o Brasil e até fora do país, seguindo o time do coração. Ao seu lado nos jogos, sempre está seu namorado, Igor Correia, que também faz parte da torcida e também tem um canal no YouTube, o Bancada Rubro-Negra.
O fanatismo de Paulinha pelo Flamengo vem de berço. Filha única de um casal de rubro-negros, Paulinha foi ao Maracanã pela primeira vez com 3 anos de idade, levada por sua mãe Sueli Cota, que é uma rubro-negra fanática, que acompanhava o Flamengo por todo o Brasil e que até hoje ainda vai aos jogos. O pai de Paulinha, Paulo, é mais contido e as vezes é “arrastado” por sua filha para alguns jogos.
No dia das mães, Paulinha gravou um vídeo para o canal com Sueli, para que ela pudesse contar um pouco da paixão pelo Flamengo e responder algumas perguntas feitas por seguidores. No vídeo, Sueli, que também é capoeirista, revelou que Paulinha lutou capoeira até aos 13 anos
Mercado do Futebol: Paulinha, quando você teve a ideia de criar um canal para divulgar os vídeos feitos nos jogos do Flamengo?
Paulinha: Não sei ao certo, sempre tive um bom número de pessoas que me seguiam no Facebook e Instagram sem eu fazer “nada”. Só postava as fotos que ia aos jogos. Depois comecei a perceber que ainda não tinha um canal que mostrasse torcida organizada (caravana, preparação de festa). Aí só faltou a coragem para começar, demorou um pouco mas está dando certo.
MF: Desde quando você é uma integrante da Raça Rubro-Negra
Paulinha: Em 2008 me associei a Torcida.
MF: Encontrou alguma resistência dentro da torcida em fazer seus vídeos? E teve algum jogo que você não conseguiu filmar legal devido a tensão da partida?
Paulinha: Esse era um medo, de como as pessoas iam reagir. Mas pelo contrário, a maioria apoia e até gosta de aparecer nas filmagens. Uns anos antes eu era a responsável por tirar as fotos da torcida nos jogos, então só mudou um pouquinho. No começo eu esquecia bastante, hoje em dia acostumei. É lógico que não dá para pegar toda jogada importante ou gol. Por mais que eu filme, vou para a arquibancada para torcer.
MF: O vídeo do jogo contra o Vasco em São Januário foi um dos que mais rendeu visualizações no seu canal. Acredita que a rivalidade e pelo jogo ser na casa do rival, fez com que esse vídeo tenha sido um dos mais assistidos?
Paulinha: Acredito que sim. Não é sempre que se tem clássico lá. A tensão da partida é sentida por cada pessoa que se dispõem a ir. Tanto pela rivalidade do jogo como pela rivalidade das torcidas. Como são poucos ingressos para visitante, quem não foi quer saber como é.
MF: Você costuma viajar para ver os jogos do Flamengo fora do Rio de Janeiro e até mesmo do país, como foi na final da Sul-Americana no ano passado, contra o Independiente. De todos esses jogos que você já foi, quais foram os mais marcantes?
Paulinha: Cada jogo fora tem algo marcante. Gosto muito de lembrar que estava naquele 4 a 5, na Vila Belmiro, foi incrível. San Lorenzo ano passado também, de maneira ruim, mas nunca vou esquecer.
MF: No Rio de Janeiro, qual foi o mais marcante?
Paulinha: Sem dúvidas o jogo do Hexa.
MF:Sabemos que há muita rivalidade entre as torcidas e você, por ter um maior destaque devido ao canal, já teve problemas com outras torcidas por reconhecerem você?
Paulinha: Até agora não. Mas se eu já tinha cuidado por onde andar antes nos dias de jogos, agora tenho o dobro.
MF: O Igor, seu namorado, que também tem um canal no YouTube (Bancada rubro-negra), te acompanha em todos os jogos? Vocês brigam por causa do Flamengo?
Paulinha: Ele acompanha na maioria, nem sempre por causa de trabalho viajamos juntos. Olha, brigamos por bastante coisa. Mas Flamengo não é uma delas. Rs
MF: No vídeo que você fez com a sua mãe no dia das mães, você disse que ela é a maior responsável pelo seu fanatismo e amor pelo Flamengo. Quando você for mãe, fará o mesmo que sua mãe fez com você, em passar todo esse amor pelo Mengão?
Paulinha: Com toda a certeza. Quero eu ter metade de ligação com meu futuro filho que tenho com a minha mãe. Acredito que boa parte disso seja pela nossa parceria na vida e nos estádios.
MF: Falando sobre o Flamengo, é nítido que o clube hoje é mais organizado, mais estruturado, com a vida financeira estável, porém, vem tendo dificuldades em relação a conquistas de títulos importantes, porém, o time vem sempre brigando por eles. Você acha que mesmo não tendo conquistado os títulos que passaram perto, como o brasileiro de 2016 e as copas do Brasil e Sul-Americana no ano passado, o Flamengo está no caminho certo para que esse ano e nos próximos, os títulos tão cobiçados como Libertadores e Brasileiro venham?
Paulinha: Não acho que se continuar assim vamos ganhar alguma coisa. A estruturação do clube e a quitação de dívidas deveria ser algo básico e não um mega diferencial. Infelizmente nos últimos anos pecamos muito no lado do futebol, profissionais ruins, falta de planejamento e falta de cobrança. Tanto que o resultado é esse, a falta de títulos. Mesmo tendo um dos elencos mais caros. Se não for mudada a postura que se dirige o clube, vamos continuar assim, disputando para ver onde chegamos mais longe e nunca comemorando campeonatos ganhos.
MF: Sobre a torcida organizada no estádio, está cada dia mais difícil fazer uma bela festa devido as punições que elas vêm sofrendo por causa de brigas e confusões. E essas punições fazem com que seus materiais como bandeiras, faixas e instrumentos sejam proibidos de entrarem no estádio, inclusive, as três maiores organizadas do Flamengo estão punidas, sem poder utilizar seus materiais. A Raça Rubro-Negra está fazendo algum trabalho de conscientização de seus associados para que ela não venha ser punida novamente?
Paulinha: Conversa não falta, mas fica cada dia mais difícil controlar o que pode gerar punição.
MF: Qual a música da torcida que você mais gosta?
Paulinha:Sou apaixonada pelo nosso Hino e a maneira que ele é cantado em uma só voz no estádio inteiro.
MF: Qual o seu sonho em relação ao Flamengo e quem é o seu ídolo no futebol?
Paulinha: Meu sonho? Ganhar Libertadores e Mundial, eu poder estar presente. Ídolos mesmo são os que eu não vi jogar, mas acompanhando de perto gosto muito do Pet.
MF: Paulinha, obrigado pela entrevista e deixe um recado para seus seguidores e toda a nação rubro-negra:
Paulinha: Nesse 1 ano e pouquinho tudo aconteceu muito rápido, só tenho a agradecer a todos que me acompanham. Prometo não perder a essência do canal, que é totalmente de arquibancada! Obrigada pela oportunidade de falar um pouquinho mais do que eu acho e pela divulgação. SRN!
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