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Entrevista com o treinador Leston Júnior, do Floresta-CE

Leston Izaias do Nascimento Junior nasceu no dia 20 de setembro de 1978 em Divinópolis-MG. Iniciou sua trajetória como treinador na base e já no profissional treinou equipes como Botafogo-PB, Remo e Santa Cruz. Atualmente está no Floresta-CE. Conhecido e reconhecido por ser estudioso e com fama de acessos na carreira

 

1- Primeiramente, queríamos conhecer um pouco da sua trajetória antes de ser treinador. Quando veio a vontade de seguir essa área? É de uma nova geração que começa a carreira de técnico entre os 25 e 35 anos não possuindo uma trajetória como jogador. Em que isso pode ajudar ou prejudicar na consolidação perante os atletas e dirigentes?

R: Meu pai trabalhou praticamente toda sua vida dentro do futebol, primeiramente nos gramados e depois sendo comentarista em Minas Gerais. Eu acabei trilhando outro caminho e escolhi ser treinador, cargo onde me sinto muito realizado. Meu início foi na base ajudando no trabalho de equipes tradicionais como América Mineiro, Cruzeiro e Bahia, depois disso há 10 anos comecei minha trajetória em times profissionais no estado de São Paulo. Tenho como maior conquista o título estadual com o Botafogo-PB e além disso dois acessos nacionais (Tupi e agora o Floresta), apesar de ser uma carreira curta, mas vejo com muito vitoriosa até o presente momento. Na minha visão, a pouca idade somente afeta em termos de torcida ou imprensa que pode acreditar em uma falta de experiência, porém entre os jogadores não tive problemas, eles preferem ver o conteúdo passado nos treinamentos. Também sobre os dirigentes, isso não é um empecilho.

 

2- Passou por Mogi Mirim, Villa Nova-MG, Moto Club, Botafogo-PB e Santa Cruz. Como foi ser campeão estadual pelo Belo? Teve uma boa sequência na Paraíba (depois foi para o Evaristo Piza) chegando até próximo de subir de divisão, o que faltou para conseguir tal feito? O Santa Cruz está na iminência do jogo do acesso e se não subir enfrentará o Floresta na fase de grupos, seria melhor ou pior disputar vaga com o time pernambucano? 

R: Me sinto muito honrado de ter trabalhado no Botafogo da Paraíba, onde conquistei um título estadual a qual estávamos defendendo, ou seja, o bi-campeonato 2017/2018 contra equipes tradicionais como o Treze e o Campinense. Na Série C, acabamos oscilando entre a sexta e a oitava rodada e acabei sendo demitido, apesar que cerca de um mês antes recebi uma sondagem do Náutico que acabava de tirar Roberto Fernandes do cargo. Eu acreditei no projeto da equipe como gosto de fazer e cumprir meus contratos, essa atitude me deixa externar minha indignação enquanto aos dirigentes que utilizam o artifício da demissão de treinadores, como válvula de escape para críticas da imprensa e da torcida. Sobre o Santa Cruz torço pelo acesso da equipe, pois tem uma bela história em termos de trajetória e além disso para ter mais uma equipe do Nordeste entre as principais do Brasil. No mais, minha torcida é uma retribuição pelo carinho dos torcedores que até hoje me mandam mensagens positivas.

 
Foto: Floresta EC.
 

3- Antes de chegar em território cearense, como foi o seu tempo de preparação fora de campo para retornar ao comando técnico? O clube da Vila Manoel Sátiro sempre se notabilizou por utilizar muito a base, mas de vez em quando contrata jogadores conhecidos do futebol nacional (Robert e Magno Alves). Como foi dosar a entrada de jovens atletas com jogadores mais veteranos? Já existe um planejamento para a temporada 2021 ou ainda é muito cedo, mesmo com a chegada da Fares Lopes?

R: A diferença de estar no trabalho ou somente em casa é a questão do treino somente, pois acabo vivendo o futebol todo tempo em termos de estudo, assistindo jogos da Série A, B, C, D, quando possível partidas dos aspirantes e sub-20, assim estando preparado para todos os mercados e oportunidades que possam surgir. Sobre o Floresta não existe nada direcionado a utilização de jovens atletas da base, mas com tranquilidade e apoio do proprietário e de Fred Gomes conseguimos trabalhar com jogadores de 17 anos e ter titulares com uma faixa de idade baixa. Todavia, precisamos também de atletas experientes com currículo de conquistas recentes que acabaram conduzindo esses jogadores a sua melhoria dentro e fora de campo. No final acabamos tendo o acesso como resultado. Sobre planejamento meu contrato é até o fim da Série D e não podemos pensar em negociação para próxima rodada antes da resolução do campeonato. Primeiro temos que buscar chegar a final e quem sabe sermos campeões para depois vermos a questão de permanência ou não na agremiação.