Uma breve análise do 3-5-2 de Marcelo Oliveira no Fluminense


Foi no dia 12 de janeiro de 2018 pela Flórida Cup, no Spectrum Stadium, contra o PSV, que o Fluminense usou pela primeira vez o 3–5–2. O elenco, na época, era composto por: Júlio César, Gum, Renato Chaves, Reginaldo, Richard, Gilberto, Marlon, Sornoza, Douglas, Marcos Júnior e Henrique Dourado. O treinador era Abel Braga. Entretanto hoje, em setembro de 2018, o técnico é Marcelo Oliveira, e o esquema nem sempre tem continuado o mesmo.

A primeira vez que o novo comandante tricolor usou o esquema de três zagueiros foi no dia 16 de agosto (7 meses depois da estreia do mesmo com o antigo treinador) , quando o Fluminense visitou o Defensor, no Estádio Luis Franzini, e venceu por 1 a 0. A escalação usada foi composta por: Júlio César, Ibañez, Gum, Digão, Gilberto, Jadson, Airton, Ayrton, Sornoza, Pedro e Matheus Alessandro. O último jogo do Tricolor com essa formação foi no primeiro jogo das oitavas de final da Copa Sul-Americana, contra o Deportivo Cuenca.

Muita coisa mudou nesse recorte de tempo mencionado acima. Marcelo Oliveira chegou, e quatro jogadores do elenco titular que disputou o jogo de estreia no torneio nos Estados Unidos foram embora. Tendo em vista esses fatores, externarei os motivos pelos quais acho que o Tricolor das Laranjeiras deveria permanecer no 3–5–2 se quiser conquistar taças nesse fim de temporada.

Foto: Reprodução/Fluminense

GOLEIRO

Apesar de Rodolfo ter garantido a vitória por 1 a 0 no clássico contra o Botafogo, depois de ter defendido a cobrança de pênalti de Rodrigo Lindoso, Júlio César, no momento, é o goleiro ideal para a equipe titular. Na Copa Sul-Americana, dos cinco jogos que o Fluminense disputou, Júlio passou quatro sem tomar gols. Além de sete dos 25 jogos do Campeonato Brasileiro.

ZAGUEIROS

A zaga tricolor é composta por Gum, Ibañez e Digão. Sim, um garoto como o Ibañez necessita ser o titular no esquema de três zagueiros. Gum e Digão, apesar de campeões brasileiros e experientes, não possuem a qualidade técnica do jovem zagueiro, que chegou a atuar como volante na base. Isso mesmo, qualidade técnica dos zagueiros num esquema com três defensores é essencial. No mínimo um componente do trio precisa auxiliar na saída de bola, o que facilita as transições defesa-meio/ataque-meio.

LATERAIS

Na direita, o lateral Léo realmente precisa ser o substituto de Gilberto  (lesionado sem previsão de retorno) . O lateral disputou as últimas partidas contra São Paulo, Vitória, Botafogo, Atlético Paranaense e Deportivo Cuenca, e obteve bons desempenhos. Já pela esquerda, o garoto Ayrton Lucas é considerado por muitos como o melhor lateral esquerdo desta edição do Campeonato Brasileiro e, para mim, não é diferente. O jovem lateral destaca-se na mescla de seu vigor físico com seu talento técnico, o que resulta em suas arrancadas agudas, que trazem perigo aos adversários.

MEIO-CAMPO

A trinca de meio-campistas é constituída por Richard, Jadson e Sornoza. Mesmo tendo atuado abaixo do esperado nos últimos jogos, Jadson é criativo, ajudando nas ligações meio-ataque, geralmente caindo para os lados do campo e, por isso, merece a titularidade. Richard possui bons desarmes e interceptações, além de ter bom controle com a bola nos pés. Já Junior Sornoza é crucial na organização do meio-campo tricolor. Com bons passes, chutes de fora da área perigosos e bons cruzamentos em escanteios, o equatoriano não pode sair dos 11 inicias.

ATAQUE

Para substituir o jovem atacante Pedro, Luciano, para mim, é o ideal. Diferentemente do de Kayke, o estilo de jogo de Luciano se encaixa melhor no 3–5–2, pois ele colabora com passes  ( já atuou como meia em jogos anteriores, pelo Fluminense), contra-ataques perigosos, e também sai bastante da área, ajudando na marcação. Everaldo, ex-jogador do São Bento, é o jogador mais subestimado do atual elenco tricolor. O atacante é primordial na equipe montada por Marcelo Oliveira que, atualmente, possui deficiências em seu poderio ofensivo. Misturando dribles e velocidade, Everaldo é uma grande ameaça, e precisa ser mais valorizado


Por fim, concluo que o 3–5–2, na minha opinião, é o esquema ideal para o atual Fluminense. Com um elenco limitado em relação aos times da época de Unimed, e até mesmo ao ano passado, jogar nessa formação é basilar se o treinador almeja grandes conquistas no ano de 2018.