Em primeiro jogo com público, Fluminense teve prejuízo; veja

A CBF, enfim, divulgou, nesta segunda-feira, o boletim financeiro – o famoso borderô – da partida do Fluminense contra o Fortaleza, do dia 6 de outubro, o primeiro jogo Tricolor com público desde o início da pandemia de Covid-19. 

O público pagante de 3.187 torcedores que compareceram ao Maracanã na derrota por 2 a 0 para a equipe cearense geraram uma receita de R$ 99.632,50.

O valor, porém, foi insuficiente para cobrir os custos operacionais do estádio, que ficaram em R$ 710.271,12. Desta forma, a receita líquida da partida (receita – total das despesas) ficou negativa em R$ 610.638,62.

Desde então, o Fluminense realizou mais um jogo com público no Maracanã, contra o Atlético-GO, no dia 9 de outubro. O borderô deste segundo jogo, porém, ainda não foi divulgado.

O prejuízo neste primeiro jogo já era imaginado pelo clube em razão do número de ingressos vendidos, uma vez que o cálculo interno era que seria preciso comercializar 10 mil bilhetes para cobrir os gastos de abrir três setores do estádio (Sul, Leste e Oeste) e por usar o protocolo da Prefeitura do Rio para evento-teste.

Em sua última entrevista coletiva, no dia 1º de outubro, o presidente Mário Bittencourt dizia não temer um resultado financeiro negativo nesses primeiros jogos com público:

– Uma das grandes discussões do Conselho Técnico (da CBF), e que foi unânime, é: todos nós teremos inicialmente dificuldade financeira para fazer as operações. Em qualquer estádio e de qualquer clube, todos nós. Nós precisávamos fazer com que os torcedores pudessem começar a retornar, não está sendo priorizado o critério financeiro. Se fosse priorizado o financeiro, não valeria a pena abrir nessas condições nesse momento. Até para o torcedor também. Vamos fazer de tudo para seguir as regras e vá flexibilizando, para ir ficando mais barato para o torcedor e para a gente, até que volte a encontrar uma equação interessante.

Em cada um dos três jogos anteriores realizados no Maracanã com portões fechados, contra Bragantino, São Paulo e Bahia, as despesas do Fluminense ficaram pouco acima dos R$ 200 mil. Número inferior em razão da operação de estádio reduzida pela ausência de público.

Na comparação entre os dois cenários (sem e com público), os aumentos ficam por conta, principalmente, das rubricas referentes a despesas operacionais, aluguel do estádio e contas de consumo.

Diferença de gastos dos jogos SEM x COM público do Fluminense:

  • Taxa Ferj (de R$ 0 para R$ 4,6 mil)
  • INSS 5% decreto (de R$ 0 para R$ 4,9 mil)
  • Despesa operacional (de R$ 12 mil para R$ 20 mil)
  • INSS 20% S/ despesa operacional (de R$ 2,4 mil para R$ 4 mil)
  • Confecção venda e pré-venda de ingressos (de R$ 0 para R$ 16,5 mil)
  • Aluguel de estádio (de R$ 30 mil para R$ 90 mil)
  • Contas de consumo (de R$ 50 mil para R$ 75 mil)
  • Despesas operacional do estádio (de R$ 63 mil para R$ 436 mil)