Burkina Faso, a ambição que faz o brilho da conquista

O futebol de forma institucional entrou no país em 1960 com a criação de sua Federação, no mais quatro anos após houve a filiação na FIFA e por consequência na CAF (Confederação Africana de Futebol). No entanto, a sua primeira participação na Copa das Nações Africanas foi em 1978, ainda como Alto Volta (a localidade teve um atraso no esporte, por causa da ditadura militar entre 1966 e 1984). Burkina Faso ou a terra de pessoas incorruptíveis começou seu processo de ascensão a partir dos anos 1990.

Sua primeira maior aparição no cenário continental foi em 1998, com um quarto lugar na Copa das Nações Africanas (derrota para o campeão Egito). Além disso, outras campanhas fazem parte do histórico burquinense como o 3º lugar no Mundial sub-17 em 2001, superando a Argentina no confronto e o vice-campeonato em 2013 da CAN, perdendo a final para a Nigéria. Esses resultados colocaram em 2011, o país como o quarto melhor africano dentro do Ranking da FIFA, mas por azar nas Eliminatórias de 2014, Burquina foi eliminado pela Argélia pelo gol fora de casa.

O atual time comandado por Kamou Malo tem a mistura dos jogadores da região, como uma leva europeia de gabarito. Entre os principais estão: Edmond Tapsoba (defensor do Bayer Leverkusen), Yacouba Coulibaly (Cartagena), Charles Kaboré (meio-campista do Dinamo de Moscou e próximo dos 100 jogos com o selecionado),
Cyrille Bayala (Ajaccio), além da dupla de primos Lassina Traoré (Ajax) e Bertrand (Aston Villa). O experiente Pitroipa (Paris FC) faz parte do elenco e Yaya Banhoro (Joinville) perdeu espaço no ano passado.

Segundo Charles, Les Etalons (Os Garanhões) tem que aproveitar a próxima chance que aparecer: “Para times do calibre de Burkina Faso, a chance de classificação só pode se apresentar uma vez a cada 20 anos. E não consegui aproveitar essa chance quando ela se apresentou. Isso continua sendo uma grande pena, pois era a minha chance e não me vejo tendo outra. Dito isso, estou muito esperançoso para o futuro da seleção nacional. Burkina Faso deve virar uma nova página”. A disputa será intensa, pois na fase inicial terão logo os argelinos para superarem.

Lassina Traoré afirma a FIFA que o país tem totais condições de enfim chegar na primeira Copa do Mundo: “O povo de Burkina Faso está começando a acreditar que podemos fazer isso. Eles sabem que temos uma equipe que pode ir longe, especialmente com a nova geração que está chegando. Eles estão se relacionando bem com os jogadores experientes que alcançaram a final da Copa das Nações da África em 2013 e terminaram em terceiro lugar em 2017. Receberemos nossa recompensa contanto que persistamos e temos o que é preciso para alcançá-la coisas grandes”.