|

Gâmbia e Mauritânia buscam sua sobrevivência na estreia da competição

Poderíamos nos debruçar por horas sobre a história do futebol nesses países, mas o intuito principal do material é contar um pouco do processo de crescimento nos últimos anos e o atual momento. Sobre Gâmbia, o belga Tom Saintfiet (48 anos e em seu décimo trabalho a frente de seleções) teve 16 jogadores dos 28 convocados com casos confirmados de coronavírus, ou seja, logo no jogo mais importante, onde pode definir a permanência ou não na briga pela classificação ele terá vários desfalques.

Em termos de história, o seu primeiro duelo foi em 1962 quando ainda era dominado pelo Reino Unido e se chamava Gâmbia Britânica, além disso entre 1966 e 1994 ficou sem participar de algumas Eliminatórias por diversos motivos (apesar que na década de 1980, o ex-atacante Biri Biri ajudou na construção de um bom time). Somente nos anos 2000 que a situação começou a se ajeitar no país, mas um novo baque aconteceu em 2015, quando foi banida pelo uso de jogadores com mais de 20 anos na Copa Africana de base, mesmo assim enfim conseguiu sua classificação.

Vale lembrar que os gambianos eliminaram Angola e República Democrática do Congo (tradicionais no continente), sendo um dos menores em termos de território e população (quase dois milhões de habitantes) e cercado pelo Senegal. O elenco é considerado jovem em relação a muitos adversários, pois existe uma preocupação latente da Federação com a formação dos atletas, como promessa aparecem Ablie Jallow (Royal Sérésien da Bélgica) e Musa Barrow (Bologna).

Pelo lado da Mauritânia, o futebol é considerado ainda semiprofissional na localidade tomada pelo deserto, contudo existem um antes e depois do ano 2014. Na década de 1960 houve a formação dos clubes ligado a instituições e entre 1971 (sua filiação a FIFA) até 1998, a seleção não disputava com frequência as Eliminatórias da Copa, além da CAN. Entretanto, o pior período foi entre 2008 e 2012, pois o país disputou somente um amistoso, ou seja, ficou estagnado enquanto outros selecionados evoluíam.

Mas, o francês Corentin Martins fez uma escolha arriscada ao deixar o Stade Brest (onde fazia a ponte entre auxiliar e técnico) para assumir a seleção que chegou em um tempo atrás no último lugar do Ranking da FIFA. A escolha foi certeira, pois conseguiu captar alguns atletas com descendência no país e formou uma seleção mais qualificada, todavia foi a Federação Internacional de Futebol que colocou um ponto final no ostracismo ao financiar o futebol pagando salários em dia, construindo CT de qualidade e até comprando um programa para visibilizar o esporte.

Entre os atletas convocados, a base é de nomes que atuam na França (espalhados por Le Mans, Le Havre, Vaulx, Canet, Grenoble, Valenciennes, Nancy e Boulogne), além daqueles que jogam na Mauritânia (FC Nouadhibou, atual vice-líder da competição domina essa parte). Bélgica, Bulgária, Congo, Croácia, Grécia (atacantes do Lamia e do Aris), Índia, Iraque, Líbia, Romênia e Turquia são outros locais representados. Lembrando que ano passado, o comando foi repassado para o francês Didier Gomes da Rosa (52 anos e com trabalhos em outros noves países do continente).