Entrevista com o volante Kassiano Soares, do Ranong United, da Tailândia

Jean Lucas 17 de janeiro de 2020 11:0527 de janeiro de 2024 09:05

Kassiano Soares Mendonca nasceu em 24 de abril de 1995 na cidade de São Gonçalo-RJ. Fostes revelado pelo Fluminense FC e tens passagens por Qormi (Malta) e STK Samorin (Eslováquia). Atualmente está no Ranong United FC. Conhecido e reconhecido pela força física e bom passe

Um hobby: Jogar videogame.

Filme favorito: Fique rico ou morra tentando.

Uma música favorita: Tá escrito – Grupo Revelação.

Jogo mais marcante da carreira: Meu primeiro Fla x Flu.

Uma qualidade sua: Ser humilde.

Um defeito seu: Ansiedade (sou muito ansioso).

Um orgulho: Meus pais.

Uma inspiração: Meus avós.

Um lugar que deseja conhecer: Nova York.

Um ídolo no futebol: Kanté – Chelsea.

1- Fostes da base do Fluminense. Como foi esta década no tricolor carioca? Como avalias a estrutura da equipe? Acabou tendo uma passagem pelo Inter de Lages-SC, mas acabou não jogando, por qual motivo não teve a sequência desejada na equipe? Seria um sonho seu voltar ao Fluminense? Como analisas o atual elenco do time?

R: Foi uma experiência bastante positiva, cheguei um menino com 12 anos, saí um homem formado com 22 anos (época que acabou o meu contrato). Tive a oportunidade de conviver com grandes jogadores, fazer grandes amigos, sem contar os funcionários que até hoje quando vou a Xerém, onde fica o CT da base sou bem recebido por todos, isso é muito legal. Sobre estrutura o Fluminense é um dos maiores clubes do Brasil, revela grandes jogadores para o exterior. O clube oferece todo suporte para o atleta pensar apenas em jogar futebol, lembro que na base tínhamos acompanhamento de nutricionista, psicóloga, assistente social, temos que valorizar muito isso. Agora ainda tem o novo CT do profissional, o clube vem evoluindo a cada ano, lembro de quando cheguei e quando saí houve uma evolução muito grande, sempre dando o suporte necessário aos atletas.

R: Em relação ao Inter de Lages, sim fui emprestado para jogar o Campeonato Catarinense que é um bom estadual, porém acabei tendo uma lesão séria na posterior da coxa (grau 3) e como o estadual é um campeonato muito curto, não daria tempo de eu recuperar e ainda jogar, optei por voltar ao clube seguir o tratamento no Fluminense. Sobre voltar ao Fluminense é um sonho, até pelo fato de ter ficado 12 anos no clube, sempre me imaginava jogando no profissional, atuando no Maracanã com o apoio daquela torcida fantástica. Disputar a Série A, sobre o atual elenco o Fluminense veio de um 2019 difícil, teve troca de treinadores, perdeu jogadores no meio da competição. Mas pelo que estou acompanhando tem feito boas contratações e manteve uma base, tem tudo para ser um bom ano e ganhar títulos. Mesmo de longe, estou na torcida, tenho amigos dentro do clube ainda.

2- Passou pelo MyPa (Finlândia), STK Samorin (Eslováquia) e Qormi (Malta). Quais as diferenças entre o futebol finlandês, eslovaco e maltês? Para você era válido o investimento do Fluminense no time eslovaco? Como foi essas experiências no futebol europeu? Qual o principal momento em sua avaliação? Como foi estar duas temporadas em uma mesma equipe profissional?

R: O futebol finlandês e eslovaco são bastante parecidos, de muito contato físico, e exploram muito a força, além da bola longa. O maltês é um futebol bem tático (por ser perto da Itália tem alguns treinadores italianos, outros malteses que copiam o estilo do vizinho). Porém tem muitos sul-americanos principalmente brasileiros, o que faz ficar mais parecido com o nosso, sendo um futebol mais técnico. Sobre o principal momento tenho certeza que foi na Finlândia, fui muito novo (19 anos), saí do Rio de Janeiro com 35 graus e cheguei na Finlândia com – 14. Uma cultura totalmente diferente, não falava nada de inglês, nunca tinha morado sozinho, é óbvio que em cada lugar você amadurece, ganha experiência, aprende uma nova cultura, mas se for pra escolher um assim específico ficaria com a Finlândia. Me preparou para viver tudo que vivi depois de lá e vivo hoje. Sobre estar em duas temporadas numa equipe principal foi ótimo, a segunda com certeza melhor por já está bem adaptado.

Foto: Fluminense FC.

3- Tens uma certa adaptação como zagueiro, mesmo sendo volante. Para você quais as diferenças entre os posicionamentos? É necessário para os jogadores atualmente terem pelo menos uma atuação em duas posições diferentes para serem titulares em suas equipes? Quais são as suas principais características em sua opinião?

R: Sim, tive a oportunidade de jogar bastante tempo na base como zagueiro, porém sempre gostei de jogar com a bola, ás vezes arrancar em velocidade. A grande diferença é que de volante, você sempre está dando o combate na frente da defesa e também tem que ir ao ataque. O zagueiro é mais posicionado, tem que possuir um bom tempo de bola, é fundamental para essas duas posições. Acredito que para ser titular não, todavia no futebol moderno o jogador que atua em duas ou mais posições facilita bastante o trabalho do treinador, às vezes por um problema de lesão do companheiro ou no próprio jogo pode mudar o esquema sem mexer em nenhuma peça. Sobre minhas principais características sou um jogador de muita força física, bom passe e posicionamento. Consigo ter uma boa leitura de jogo.

4- Estais chegando ao Ranong United FC (Tailândia). Como avalias mesmo de longe à segunda divisão tailandesa? Quais são as suas perspectivas para o decorrer da temporada? O que te fez aceitar a proposta desta equipe? Como foi o processo de negociação?

R: Sim, estou chegando agora e me surpreendeu o futebol tailandês. Nível técnico muito bom e jogadores rápidos, todos os times usam os 4 estrangeiros permitidos (um asiático), tendo muitos brasileiros também o que eleva o nível técnico da liga. Acredito que iremos fazer uma boa temporada, temos um excelente treinador espanhol que prioriza a posse de bola e a parte tática. Temos tudo para fazer um grande ano e conquistar a vaga na primeira divisão. Sobre a proposta quando chegou não pensei duas vezes, futebol asiático no geral tem crescido muito e aqui na Tailândia não é diferente, muitos estrangeiros estão deixando grandes centros na Europa e vindo atuar aqui, e na Ásia em geral. Sobre a negociação, meu empresário o Renato Santos, da Brazil Talents Sports que conduziu. Tínhamos a oportunidade de voltar a Europa, porém pelo crescimento, a chance de abrir portas em um novo mercado, optamos por vir pra cá. Estou muito feliz.

Foto: Ranong United FC (Tailândia).

5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?

R: A mensagem que eu deixo para os colunistas e leitores é que nunca desistam de seus sonhos, que com humildade, trabalho e perseverança podemos alcançar.