Entrevista com o volante Sandro Manoel, do Al Taawon, da Arábia Saudita

Sandro Manoel dos Santos nasceu no dia 23 de julho de 1988 na cidade de Recife (Capital de Pernambuco). Atuou com as camisas de Ceará, Cruzeiro e Santa Cruz, atualmente está no Al Taawon, da Arábia Saudita. Conhecido e reconhecido pela força e precisão na marcação

 

1- Nasceu no dia 23 de julho de 1988 na cidade de Recife-PE. Foi revelado no time da sua cidade, o Clube Náutico Capibaribe, como é trabalhado a questão da rivalidade entre as grandes equipes do estado? Como é feito a análise para conseguir uma vaga no time profissional?

R: A rivalidade é a essência do futebol, quando fica só dentro de campo é muito bom. Quando sai fora dos estádios isso é ruim, chegando a ser lamentável. Por que, nós jogadores queremos realizar um espetáculo bonito para os torcedores, e desejamos que toda a rivalidade fique para nós ali dentro das quatro linhas. E resolvidas, com gols e vitórias. Sobre as dificuldades de se tonar um jogador profissional, posso descrever que é a mesma dificuldade que 90% dos jogadores brasileiros tem. Passando por aquela dificuldade financeira, abrindo mão de muitas vezes do estudo, (algo totalmente errado), renunciando o aconchego da família.

R: Na busca de conseguir trilhar um caminho no futebol, que é incerto. Salientando que poucas pessoas valorizam e lhe incentiva. Devido ao descrédito que você chegará a se tonar um jogador de futebol. Mas enfim, não podemos nos apegar a essas pessoas pessimistas, temos que acreditar nos nossos sonhos em busca das nossas realizações. Aprendi que precisamos nos apegar as pessoas que acreditam, independente das circunstâncias da vida e até mesmo de suas qualidades e defeitos. Elas sempre estarão ao seu lado. Nunca vou esquecer da minha mãe, do meu irmão, que foram meu suporte para chegar aonde cheguei hoje. De ter esse privilégio de saber que consegui realizar meu sonho de criança que era ser um jogador de futebol.

 

2- Chegou ao Cruzeiro em 2008 e não teve oportunidade, anos após retornou e teve poucas oportunidades. Como é atuar em uma das consideradas grandes equipes do país? Por quais motivos não teve sequência no clube? Como é a estrutura e a torcida do time?

R: Infelizmente não tive grandes oportunidades, mas foi onde com humildade aprendi mais sobre futebol. Confesso que não ficou nenhuma mágoa em minha vida, muito pelo contrário. Na verdade foi um privilégio enorme de participar desse grande clube Brasileiro, um clube de massa, que tem uma torcida apaixonada e vibrante. Um time que tem uma tamanha estrutura que impressiona. O clube que ficou e sempre estará marcado na minha vida. Ali eu aprendi também a ser um bom filho, a tomar postura de um homem de verdade. La só tenho agradecimento a fazer, a todos que participaram da minha trajetória naquele clube. Deixo aqui meu sinceros agradecimentos a essa grande equipe! CRUZEIRO ESPORTE CLUBE.

 

Foto: Washington Alves/Light Press.
Foto: Washington Alves/Light Press.

 

3- Atuou por Marília-SP, Democrata GV, Uberlândia, Boa Esporte e Nacional de Patos ambos de Minas Gerais. Como é atuar em equipes pequenas dos estados de São Paulo e Minas Gerais? Defina sua passagem por ambos os clubes?

R: Jogar nessas equipes chamadas pequenas, algo que particularmente não considero. Foi umas das experiências maravilhosas que tenho na carreira. Durante o período nessas equipes, aprendi a valorizar mais a posse de bola e ainda o companheirismo dos atletas. Na vida futebolística, temos que amadurecer em cada ocasião.

 

4- No Santa Cruz foi onde que teve a maior sequência de titular, atuando bem por três anos. Como foi a recepção na sua chegada a equipe? Como é jogar por mais de 100 partidas em um time tradicional? Acreditas que tem o reconhecimento da torcida coral?

R: “Devemos fazer tudo sempre com amor”. Sempre desenvolvo meu trabalho com muito amor para poder chegar ao objetivo. Primeiro de tudo foi um privilégio enorme de tamanha emoção, poder participar de mais de 100 jogos pelo Glorioso Santinha. (Como é conhecido). Fui muito bem recebido por comissão jogadores e funcionários. Saliento que neste clube, foi onde obtive maior sequência de jogos. Porém, na minha história dentro do clube, durante esses 3 anos, posso declarar que “nada foi fácil”. Tive que buscar sempre meu espaço com muito trabalho, muita dedicação, seriedade, respeito ao próximo, muito amor, muita obediência. E graças a Deus fui honrado naquele clube. Chegando até fazer alguns gols mais importante do ano de 2013.

R: Principalmente o gol do título Pernambucano em cima do seu rival, dentro da ilha do retiro. Cara, sobre reconhecimento, costumo falar que nem JESUS conseguiu agradar a todos aqui na terra. Da mesma forma, não será Sandro Manoel que vai conseguir agradar a todos. Mas até hoje todas as vezes que vou visitar o clube, me deparo com a torcida, escuto pedidos pelo meu retorno, comentários bastantes satisfatórios. Acredito que fiz um bom trabalho nesses 3 anos. Destaco que tenho um carinho enorme por todas as torcidas dos clubes que já passei, a do Santa não foi diferente.

 

5- Em 2015 vestiu a camisa do Ceará Sporting Club conquistando o maior título de sua carreira, a Copa do Nordeste. Qual foi o principal momento daquele título? O que podes recordar de positivo da passagem no clube? Foi por causa da projeção da conquista que conseguistes sair do Brasil e ir para o exterior?

R: Na minha vida, não existe o melhor e maior título. Pra mim todos são especiais! O Ceara é um grande clube, não só eu como a minha família também adorou. Tenho várias lembranças boas daquela passagem pelo Vozão! Foram 6 meses muito intenso. E ainda tive também o privilégio de conquistar esse inédito título pelo Ceará da Copa do Nordeste. O que vem sempre na memória e jamais esquecerei, foi aquele momento antes da partida. Passamos mais de 50 minutos pra chega no vestiário. Onde tinha bastante torcedores aos redores do Castelão, dando força ao time. Desejo mesmo aqui de longe, que o Vozão volte para o seu lugar devido no Campeonato Brasileiro, que é a série A. Olha, a minha saída do Brasil, foi o resultado do histórico que já tinha na vida futebolística. Um dos meus amigos, Clailton Baracho explica sobre Sorte, e eu aprendi também assim. “Sorte é o encontro de oportunidade com o preparo”. E foi isso que aconteceu, surgiu a oportunidade e me encontrava preparado.

 

Foto: Divulgação/Ceará SC.
Foto: Divulgação/Ceará SC.