Futebol Asiático

Entrevista com o zagueiro Gerson, do Renofa Yamaguchi

Entrevistamos o zagueiro Gerson Fraga Vieira, de 25 anos, atualmente está no futebol Japonês atuando no Renofa Yamaguchi. O zagueiro foi revelado pelo Grêmio em 2013 e tem passagens por Oeste, Red Bull Brasil, Atenas (Uruguai), Mumbai City (Índia) e Atlético Tubarão.

 

 

1- Foi grande destaque nas categorias de base do Grêmio, como foi sua experiência na base do clube? Quais as principais dicas que recebeu que levou a tornar-se o zagueiro que é hoje?

R: “Eu sou muito grato ao Grêmio pela excelente formação que me foi proporcionada. Tive todo suporte para me desenvolver como atleta e como pessoa. Só tenho bons sentimentos quanto a este período. O Grêmio sempre formou bons defensores e cresci vendo os mesmos jogarem, isso já me acrescentou muito, fora que treinadores experientes e profissionais de desenvolvimento técnico me ajudaram com gestos e situações específicas da posição”.

 

 

2- Também atuou pelas categorias de base da Seleção Brasileira, como foi a experiência e a sensação de representar o país, visto que era considerado um líder dentro do grupo? O que mais marcou sua passagem pela seleção?

R: “Vestir a camisa da seleção foi e sempre será uma honra e um grande orgulho que carrego comigo. Desfrutei muito compartilhando momentos com grandes jogadores e pessoas que lá estavam também. O que mais me marcou era a pressão de jogar contra qualquer outra seleção sendo favorito e sendo “obrigado” a ganhar. Esse foi um desafio único que vivi até hoje”.

 

 

3- Em 2013 foi chamado para treinar entre os profissionais do Grêmio sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, como foi a transição da base para os profissionais, apesar de não ter recebido tantas oportunidades na equipe?

R: “Foi uma realização para mim ser dirigido pelo Vanderlei e estar vivendo o que um dia eu sonhara, estar no grupo principal do Grêmio. As oportunidades dependem de vários fatores, alguns fizeram eu receber poucas, o que é muito difícil de lidar. Encaro isso com bons olhos como mais um experiência que pude vivenciar”.

 

 

4- Sem muitas oportunidades no Grêmio acabou sendo emprestado para o Oeste, Red Bull Brasil e Atenas (Uruguai), como foi seu desempenho pelas equipes? Quais dificuldades enfrentou no futebol uruguaio?

R: “Os empréstimos me ajudaram muito a conhecer uma outra realidade, viver o que é o Mercado do Futebol e suas diferenças. Tive poucas oportunidades no Oeste pois estava vindo de lesão. Red Bull tive mais oportunidades e pude contribuir mais. Campeonato uruguaio é bem como se imagina no Brasil, muito intenso e bastante jogo aéreo. A cultura uruguaia se assemelha a do meu estado (RS), então posso assim dizer que não tive dificuldades em me adaptar”.

 

Foto: Grêmio FBPA.

 

 

5- Em 2016 acertou sua ida para o Mumbai City (Índia), como foi a experiência de atuar em um campeonato que vem crescendo nos últimos anos? Teve alguma dificuldade no país, visto que é uma cultura totalmente diferente do Brasil?

R: “A Indian Super League é um campeonato super organizado, com campos maravilhosos e bons jogadores e treinadores estrangeiros. Foi uma decisão difícil mas que no fim se mostrou mais que acertada. Trabalhei lá com uma comissão brasileira sensacional, o que ajudou muito na adaptação. Sofri um pouco com a diferença na comida, mas no hotel que ficávamos eles faziam o possível para nos ajudar preparando refeições menos temperadas. Trânsito lá é uma loucura e as cidades super populosas”.

 

6- Após atuar na Índia retornou para o Brasil para atuar no Tubarão, durante o Campeonato Catarinense assumiu a faixa de capitão da equipe, foi considerado como um dos principais jogadores da equipe na competição, como foi sua passagem pelo clube?

R: “A minha passagem pelo Clube Atlético Tubarão foi um período sensacional na minha carreira. Clube gerido por pessoas sérias e comprometidas, tudo me foi proporcionado na medida do possível. A torcida tem uma energia diferente que contagia! O carinho que tenho por esse clube e cidade é gigante. Fui muito feliz e sou muito grato por este momento que tive lá”.

 

 

7- Atualmente está no Renofa Yamaguchi, do Japão, onde disputa a J2-League, equivalente a 2ª divisão japonesa, quais são as suas expectativas e a do clube para a temporada? Quais dificuldades está encontrando neste começo de temporada no Japão?

R: “A qualidade de vida no Japão é excelente, única dificuldade que tenho aqui é idioma que ainda não entendo. O futebol aqui é muito rápido e intenso, precisei de umas semanas para me adaptar. Eu espero jogar e contribuir o maior número de minutos possíveis e assim como é o objetivo do clube, quero muito subir o time para a J-1”.

 

 

8- Um recado para os leitores do site Mercado do Futebol?

R: “O Futebol, não diferente da vida, é um meio muito difícil e muitas variantes influenciam na carreira de um atleta. A busca por crescer deve ser continua, assim como dormir com a consciência tranquila também”.

 

 

Rafael Nunes

Colunista do Mercado do Futebol

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