Aline Pellegrino: "Nem tudo que o futebol masculino é, o feminino tem que ser''

Aline Pellegrino, ex-jogadora de futebol e, atualmente, Coordenadora do Departamento de Futebol Feminino da Federação Paulista de Futebol, marcou presença no primeiro workshop da CBF no Recife, com trabalhos voltados ao desenvolvimento do futebol feminino (pela primeira vez como pauta central).

O projeto possui outras duas etapas, que não puderam ser realizadas em decorrência da pandemia da Covid-19. Portanto, a CBF deverá retornar ao estado até novembro, para realizar uma seletiva com as jogadoras e apresentar uma nova competição.

”Sobrevivemos aos trancos e barrancos. Com diretores desmanchando equipes, mandando atletas para casa, por não admitir o futebol feminino. Isso é um momento muito importante para a gente, para dar ao futebol feminino a dimensão que merece”, afirmou Elias Coelho, diretor do futebol feminino da FPF.

Aline Pellegrino destacou a necessidade da mudança de mentalidade, quanto ao futebol feminino no Brasil. ”Se não, daqui a 10 anos, outras pessoas vão estar lutando pelo mesmo que nós. Vai ter ótimos trabalhos, mas o clube acaba o projeto, acaba a competição. Como a gente enraíza a percepção? Com oportunidade”, afirmou.

A falta de seriedade no âmbito do futebol feminino, também foi alvo de cobranças e expandiu a crítica ao nível nacional. “Em 2018, eu joguei a final do Brasileiro. Tínhamos uma premiação e o presidente pegou todo o dinheiro para pagar o salário do masculino. É um contexto que temos que combater.”

Além disso, Pellegrino defendeu o equilíbrio entre a quantidade e a qualidade dos jogos. A temporada 2022 terá duas competições a mais: a Supercopa e a Série A3 do Brasileiro. Entretanto, o número de partidas cairá de 366 para 364.