Rafaela Andrade da Silva nasceu no dia 02 de maio de 1997 na cida de de Sousa-PB. Iniciou sua carreira no São Bernardo-SP e passou pelo Botafogo-PB, Tiradentes-CE e Kindermann-SC. Atualmente está na Ferroviária-SP. Conhecida e reconhecida pela sua versatilidade e aplicação em campo
1- Tens seu início de carreira no São Bernardo e na Portuguesa. Quais os seus principais ensinamentos da época desses clubes que hoje você utiliza? Como analisas o declínio da Lusa que chegou a estar na Série A1 anos atrás e hoje nem disputa as principais competições nacionais? Seria reflexo da falta de gestão da diretoria que passou e a atual? Como foi conquistar o Sul-Americano sub-20 e além disso o Campeonato Brasileiro ano passado?
R: Acho que o principal foi a vivência e experiência em campeonatos, algo que antes dessas duas equipes, eu não tinha oportunidade em participar de campeonatos de alto rendimento. É realmente uma pena que um clube com tanta história esteja passando por um momento tão ruim, acredito que uma série de decisões erradas feitas por todas as diretorias acabaram ajudando a lusa a chegar a essa situação difícil.
R: Na verdade o sul-americano foi uma vez,e foi um momento único na minha carreira, foi minha primeira vez na seleção o primeiro campeonato, com um geração muito promissora, sendo assim muito importante para o meu crescimento e desenvolvimento. O Campeonato Brasileiro também foi um momento incrível, foi a primeira vez que tinha chegado as fases finais dessa competição e logo de cara já ser campeã, ainda mais contra uma grande equipe como o Corinthians, foi um dia incrível que vai ficar marcado na minha carreira e na história da Ferroviária.
2- Passou pelas equipes do Foz Catataras, Kindermann-SC e Napoli de Caçador. Como analisas a estrutura oferecida por essas equipes? O fato do Kindermann ter se aliado ao Avaí aumenta o nível do futebol catarinense como todo? Essas alianças produzidas no futebol feminino melhora ou piora a situação do esporte? Você acredita que a cidade de Caçador em Santa Catarina sirva como exemplo de evolução entre as mulheres? Existe alguma rivalidade entre Kindermann e Napoli? Por quais motivos teve tanto destaque na equipe do Kindermann?
R: Todas as equipes tinham uma boa estrutura de treinamento e profissionais de ótima qualidade, aprendi e cresci muito em todas elas. Acho que a parceria ajuda sim muito em questões de material e até financeira, mas o Kindermann assim como outros times do sul já tinham uma grande história vencedora mesmo sem a ajuda de times masculinos. Se a parceria ajudar a modalidade ela será sempre bem-vinda, mas não esquecendo das equipes que sempre lutaram e existiram sem essa ajuda, as vezes os times de camisa acabam recebendo uma visibilidade maior e os outros times ficam de lado, tem que tomar muito cuidado com isso, pois até hoje as equipes pequenas que sempre lutaram pela modalidade.
R: Sim, Caçador é uma cidade que abraça e apoia a equipe do Kindermann e tem muito orgulho do futebol feminino levar e representar o nome da cidade nacionalmente. Acho que como em todos os esportes independente dos dois times serem da mesma diretoria e cidade, a rivalidade é natural do esporte, as atletas querem ganhar de qualquer forma e o Napoli acaba sendo o grande adversário do Kindermann no estatual. Acredito que pela sequência de boas atuações, sempre me doei muito em todas as partidas, oferecendo o meu melhor pra ajudar a equipe, participei de 98% dos jogos, e isso fez com que a comissão, além da equipe tivessem muita segurança no meu trabalho.
3- Passou por 3B da Amazônia-AM, Tiradentes-CE e Botafogo-PB. Como foi atuar em um clube do seu estado natal, a Paraíba? Como analisas a evolução do futebol feminino no cenário das regiões Norte e Nordeste? O 3B da Amazônia chega com um mínimo favoritismo ao acesso à primeira divisão, você acreditas que poderá ser realizado esse ascenso do clube amazonense? Como avalias as suas passagens por estas equipes?
R: Fique super feliz em poder jogar no meu estado e ainda conseguir um título estadual que é tão importante e honrada em poder reapresentar a Paraíba. Ainda está um pouco atrás das equipes das outras regiões, pelo fatos de ter menos campeonatos e equipes de alto rendimento, mas está crescendo com a possibilidade de jogar a Série A2, as equipes querem essa oportunidade e assim começam a investir em contratações de atletas e comissão para tentar chegar a Série A1 e assim a modalidade vai crescendo aos poucos nessas regiões.
R: Acredito que sim, o 3B está sempre chegando as partes finais da Série A2 e acaba perdendo a classificação sempre por um detalhe ou outro, todavia é um equipe que sempre investi e tratar super bem suas equipe, vejo que com todo o vestimento que o Bosco faz o 3B chegará a Série A1 em breve. Foram passagens ótimas em todas as equipes consegui chegar as finais dos campeonatos estaduais e fiquei muito feliz.
4- Atualmente está na Ferroviária-SP. Como avalias a metodologia de treino de Tatiele Silveira? Acreditas que ela possa ser uma substituta da Pia Sundhage no futuro da seleção brasileira? Como foi ser campeã contra um time que não perdia jogos? Qual foi o ponto central na sua visão para conseguir segurar o ímpeto do Corinthians nas duas partidas? Quais são as suas expectativas para o pós-pandemia? Você atua como volante e também como lateral-direita, como analisas essa versatilidade em campo?
R: É uma comissão que exige muito da equipe e tenta tirar sempre o máximo de todas as atletas, temos treinos e material de qualidade, tudo isso aliado ao conhecimento da comissão potencializa em muito nosso rendimento e o resultado vem dentro de campo, como nosso título do Brasileiro de 2019. É difícil dizer, mas ela vem fazendo um grande trabalho na Ferroviária e por todas equipes que já passou, acredito que ela deve manter o trabalho que vem fazendo e assim quem sabe pode surgir um oportunidade. Foi sensacional ser campeão não só pelo fato do título, mas também por ter conseguido parar a melhor equipe até então do campeonato com um grande recorde de vitórias, acho que acabou sendo um motivação a mais para nossa equipe, ainda mais por já ter perdido algumas partidas para elas na temporada.
R: Acredito que a estratégia foi a certa e nós conseguimos executar bem o que foi combinado e treinado antes dessa final, e sem dúvida a entrega e garra de todas duram as duas partidas. Tudo fique seguro dessa doença, que o mundo volte a normalidade com todos os cuidados com a saúde de todos e assim possamos voltar aos treinos e competições, espero que a Ferroviária consiga se manter na frente da tabela e volte ainda mais forte para brigar por mais títulos. Eu gosto de estar sempre jogando independente da posição, se eu conseguir ajudar a equipe é o que importa, claro que o fato de atuar em outras posições me ajuda a ter mais chances de estar sempre como titular e a ter uma leitura de jogo mais ampla, mas a posição que eu realmente gosto e me sinto a vontade é como volante.
5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?
R: Agradeço pela oportunidade em falar um pouco sobre minha carreira e sobre a modalidade, espero que todos apoiem e ajudem o Futebol Feminino a crescer cada dia mais, um abraço a todos, se protejam e se cuidem. Fique em casa!