Medida de FPF diz que “futebol é para homens” e jogadoras protestam contra.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) comunicou, em 29 de Maio, um regulamento que anunciava um teto salarial de 550 mil euros a todas as jogadoras inscritas na liga BPI de futebol feminino. Como resposta, as atletas criaram o movimento “Futebol Sem Gênero” contra esse limite salarial imposto pela FPF, e a acusaram de ser discriminatório.

Por meio de um comunicado oficial na íntegra, o movimento diz: “O movimento Futebol Sem Género não irá afastar-se daquilo que é o essencial desta sua luta que é o de, com os argumentos que fez constar do seu exercício do direito de participação, convencer a FPF de que está errada na sua intenção de impor um teto salarial somente aplicável ao futebol feminino.

E como movimento livre e independente, não irá reagir a declarações ou opiniões trazidas a público, seja do Presidente do Sindicato, seja de quadros desse mesmo Sindicato, seja até, de quadros internos da própria FPF, por muito erradas e infundadas que as mesmas sejam e, no caso, são.

Deste modo, o movimento Futebol Sem Género aguarda que a FPF diga se mantém a sua opinião de que é admissível a imposição de um teto salarial somente aplicável ao futebol feminino e, se o mesmo, não fere os mais elementares direitos fundamentais.”

No mundo do futebol, cotidianamente circulam milhões de euros e acompanhamos todos os anos transferências milionárias que muitas vezes passam dos 100 milhões de euros. E acompanhamos também jogadores homens ganhando essas quantias asburdas para fazerem exatamente o mesmo que essas mulheres.

A discriminação de gênero no mundo do esporte está enraizada, assim como na sociedade. Os estereótipos impostos são opressores, violentos e fazem com que essas mulheres que, assim como os homens, têm gosto pelo futebol e querem praticá-lo sem terem suas feminilidades arrancadas por julgamentos desnecessários. Eles também exigem dessas jogadoras muito mais do que exigem de jogadores, além de se estender para as áreas econômicas e sociais. Esta medida da FPF só veio para dizer que, para eles, “o futebol é para homens”.

Capa: Reprodução do instagram do Movimento Futebol Sem Gênero.

Giovanna Brito

18 anos, aspirante a jornalista esportiva, apaixonada por futebol e pelo Flamengo.

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