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Sem diferença de gênero! Brasil iguala pagamentos da seleção feminina e masculina

Durante a coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, o presidente Rogério Caboclo anunciou a equiparação dos pagamentos feitos aos jogadores e as jogadoras das Seleções Brasileiras Principais. Pela primeira vez, as atletas receberão os mesmos valores de diárias e premiação pagas aos jogadores para períodos de preparação e jogos.

No anúncio, Rogério disse: “Pia é sabedora disso assim como as jogadoras da seleção, a CBF fez uma igualdade de valores em relação a prêmios e diárias entre o futebol feminino e masculino. Aquilo que eles recebem de convocação diária, elas também recebem, aquilo que elas vão ganhar de premiação pela conquista ou por de etapas das olimpíadas no ano que vem serão o mesmo que os homens vão ter. Na Copa do Mundo, será igual proporcionalmente ao que a Fifa oferece. Não há mais diferença de gênero, pois a CBF está tratando de forma igual homens e mulheres”. 

A decisão da CBF vem de encontro com movimentos mundiais por igualdade de gênero dentro do futebol. A FIFA, em 2016, incluiu pela primeira vez o termo gênero nas preposições do seu Estatuto. Em seus os objetivos, o documento cita: “Fazer todo o possível para que todos os que pretendam praticar esta modalidade o façam nas melhores condições, independentemente do gênero ou idade”. A inclusão da palavra gênero abriu o precedente que faltava às mulheres para cobrar as confederações.

Getty Images

Em 2017, as jogadoras norueguesas reivindicaram salários iguais pagos pela Norges Football. Dessa forma, conquistaram um feito inédito: a paridade salarial entre homens e mulheres. Nos anos seguintes, outras nações seguiram o exemplo da Noruega. Em 2018, foi a vez da Nova Zelândia. A Federação de futebol do país igualou salários, prêmios e direitos de imagem das seleções masculina e feminina. No ano seguinte, as federações da Austrália e Finlândia se juntaram ao grupo.

Após a Copa do Mundo Feminina de 2019, o debate sobre os pagamentos iguais cresceu ainda mais ao redor de todo mundo. Liderada pela jogadora Megan Rapinoe, a seleção estadunidense atual bicampeã mundial, promoveu um processo solicitando a igualdade de salários com a equipe nacional masculina. Entretanto, elas perderam a ação na justiça norte-americana. Apesar dos quatro títulos de Copa do Mundo (contra nenhum do masculino), as mulheres lá recebem 15% que a seleção masculina, conforme análise do Centro de Pesquisas Pew.

As disparidades existentes nas relações de gênero ainda são muitas no ambiente futebolístico, tanto nacional quanto internacional. Hoje, o Brasil deu um passo importante pela conquista por igualdade, contudo a luta ainda não terminou. A discriminação de gênero precisa continuar sendo debatida para promover mais mudanças significativas no futebol feminino como um todo.

“Nunca pararemos de lutar pela igualdade.” – Megan Rapinoe


Foto de capa: Richard Callis/Estadão Conteúdo