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River Plate e Boca Juniors, enfim, decidem a Libertadores da América

River Plate e Boca Juniors finalmente vão jogar o segundo jogo da final da Taça Libertadores da América.

Depois de ser cancelada duas vezes, a final entre os dois clubes argentinos irá acontecer nesse domingo (9), às 17h30 (horário de Brasília), no Santiago Bernabeu, em Madrid.

Foto: Real Madrid CF.

Inicialmente marcada para o dia 24 de novembro, no Monumental de Nunez, a partida teve que ser adiada para o dia seguinte, no domingo (25), devido o ônibus que levava a delegação do Boca Juniors ter sido atacado por torcedores do River Plate quando chegava ao estádio. No domingo, mesmo com o Boca Jrs dizendo que não iria jogar, pois alegava não estar em igualdade de condições do seu rival, devido ao seu capitão Pablo Pérez ter sofrido uma lesão no olho que o deixaria de fora do jogo, a Conmebol não adiou a partida e milhares de torcedores do River foram novamente para o Monumental de Nunez. Vendo que teria problemas maiores, a entidade comunicou o cancelamento da partida mais uma vez e os torcedores deixaram o estádio com sentimento de vergonha e revoltados.

Foto: River Plate.

No dia 27 de novembro, uma reunião na sede da Conmebol, em Assunção, no Paraguai, ficou definido que a final não seria realizada em território argentino. Alguns lugares como Doha, no Qtar foram cogitados, mas dois dias depois, foi definido que a final seria realizada em Madrid, no Santiago Bernabeu, estádio do Real Madrid. Veja a nota da Conmebol:

A Confederação Sul-Americana de Futebol – CONMEBOL – informa que, após analisar várias alternativas para sediar a partida de volta da final da CONMEBOL LIBERTADORES 2018, a Presidência e o Conselho, no exercício da sua faculdades legais e com base nos artigos 4 e 35 do Regulamento CONMEBOL LIBERTADORES 2018, resolveram, por decisão unânime, que o encontro entre o Clube Atlético River Plate e o Clube Atlético Boca Juniors será realizado em 9 de dezembro no Estádio Santiago Bernabéu, na cidade de Madri, Espanha, às 20h30 (hora local / CET / GMT +1), com acesso ao público de ambos os clubes em igualdade de condições.

O presidente da entidade, Alejandro Dominguez explicou o porquê da escolha de Madrid, para sediar a final da Libertadores da América:

“Madrid é uma cidade que nos dá todas as garantias para a pronta e correta organização deste evento em um contexto de circunstâncias excepcionais. Não somente está entre as cidades mais seguras do mundo, mas o Santiago Bernabéu é um estádio de elite que oferece os mais altos padrões de segurança e conforto para disputar um jogo dessa magnitude. Além disso, o aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas possui o maior número de conexões com a América Latina. Tudo isso garante as condições para que a CONMEBOL 2018 LIBERTADORES seja definida em campo e que ganhe o clube que faça mais gols na final”

Local definido, mas a insatisfação foi geral. Pelo lado do Boca Juniors, Carlitos Tevez, em entrevista ao jornal argentino OLÉ, chamou os representantes da Conmebol de burros.

É difícil nos focarmos na partida, viemos de uma viagem para Madri. Eu pensei que eu era o burro nessa história, mas com isso acho que me ultrapassaram. Quando saiu que iríamos jogar em Madri, Doha e não sei onde mais, pensava que era uma loucura. Nos tiraram a ilusão de jogar com a torcida do River. Como disse meu amigo Osvaldo (Daniel Osvaldo, ex-jogador do Boca), são três loucos atrás de um escritório que não entendem nada”.

Foto: Boca Juniors.

O clube ainda entrou com um recurso querendo que o título fosse dado ao Boca, porém, o recurso foi negado. Veja a nota da Conmebol:

– A Câmara de Apelações da Conmebol resolve rejeitar a apelação apresentada pelo Boca Juniors em 30 de novembro de 2018 contra a decisão emitida pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol em 29 de novembro de 2018 no processo O-212-18. E, consequentemente, confirmar em todos os seus termos a decisão do Tribunal Disciplinar da Conmebol, datada de 29 de novembro de 2018, no expediente O-212-18

Do outro lado, o River Plate ameaçou não disputar a partida, por não concordar ter que jogar fora da Argentina. Ameaçada de perder por W.O, os ânimos foram esfriando e ao que tudo indica, dessa vez saberemos quem será o campeão da Libertadores 2018 e consequentemente o representante do continente sul-americano no mundial de clubes, que será disputada pela quarta vez nos Emirados Árabes Unidos.

Falando da final, River Plate e Boca Juniors devem fazer um jogo muito disputado e pegado, como é de costume entre as duas equipes, tanto que o treinador do Boca, Guillermo Barros Schelotto, disse em entrevista coletiva que os torcedores que vão acompanhar a final, estejam cientes que não deverão assistir um jogo bonito, pois, as duas equipes deverão fazer uma partida muito disputada, devido a rivalidade e o fato de um não querer de jeito nenhum perder para a outra, já que ficará na história.

Tida para ser a maior final de todos os tempos da Libertadores, River e Boca na verdade se tornou um grande problema, que ao que tudo indica, acabará nesse domingo, em Madrid, longe dos domínios dos clubes argentinos.

Final Única

Essa será a última edição da competição com decisão em sistema de ida e volta. A partir de 2019 os organizadores pretendem realizar a final em jogo único e local neutro. Santiago, no Chile, será a sede da primeira final da Libertadores em jogo único e em local neutro.

Relembre como foi o primeiro jogo:

No primeiro jogo, realizado na Bombonera, no dia 11 de novembro, as duas equipes empataram em 2 a 2. Dessa maneira, quem vencer leva a taça. Em caso de novo empate, por não ter o gol qualificado como o critério de desempate, o campeão será conhecido na disputa de pênaltis.

Foto: Boca Juniors.

O jogo:

Num jogo eletrizante, com a Bombonera lotada, Boca e River fizeram um jogo equilibrado. O Boca Juniors esteve por duas vezes em vantagem no placar. O time de Schelotto abriu o placar aos 34 minutos do primeiro tempo com Ábila. No minuto seguinte, na saída de bola, Lucas Pratto deixou tudo igual. No final do primeiro tempo, Benedetto, herói da classificação para a final, quando eliminou o Palmeiras marcando três gols, colocou sua equipe em vantagem. No segundo tempo, aos 16 minutos, o zagueiro Izquierdo, em disputa de bola com Lucas Pratto, marcou gol contra de cabeça e decretou o placar final na Bombonera.

Foto: River Plate.
           Caminho do River Plate até a final

O River Plate chegou à final da Libertadores com uma campanha consistente, perdendo apenas um jogo, que foi o primeiro da semifinal, quando foi derrotado pelo Grêmio, em casa. Na primeira fase, ao lado de Flamengo, Emelec e Santa Fé, no Grupo 4, o time de Marcelo Gallardo se classificou em primeiro, com o rubro-negro carioca ficando em segundo. O River conquistou 12 pontos com três vitórias e três empates.

Nas oitavas de final, teve seu primeiro clássico argentino no torneio. Encarou o Racing realizando a primeira partida no estádio do rival. Arrancou empate sem gols. No jogo de volta, aproveitou-se do apoio de sua torcida no Monumental de Nuñez para golear por 3 a 0 e passar para a próxima fase.

Nas quartas de final mais um adversário argentino. Dessa vez o rival foi o Independiente. Nova igualdade sem gols no primeiro jogo. No segundo, em casa, o River venceu por 3 a 1 e garantiu a vaga nas semi.

Nas semifinais, o River enfrentou o Grêmio, atual campeão da Libertadores. Com campanha inferior ao time gaúcho, o River fez o primeiro jogo em seu estádio. No Monumental de Nuñez, o River Plate conheceu sua primeira derrota na competição. O Grêmio venceu por 1 a 0. No segundo confronto, em Porto Alegre, os gaúchos abriram o marcador. Os argentinos, no entanto, reagiram e viraram para 2 a 1, marcando o segundo tempo nos minutos finais em cobrança de pênalti de Pity Martínez.

Foto: River Plate.
Caminho do Boca Juniors até a final

Na Libertadores, o Boca ficou muito próximo da eliminação na primeira fase. Chegou à rodada final da etapa de grupos precisando de uma combinação de resultados para avançar. O time de Buenos Aires não apenas precisava superar o eliminado Alianza Lima, do Peru, a quem terminou goleando pelo placar de 5 a 0, mas necessitava que o Palmeiras, já classificado, derrotasse o Atlético Júnior, da Colômbia. O verdão fez sua parte, vencendo por 3 a 1, se classificando em primeiro do grupo 8, com 16 pontos e o Boca conseguiu passar para as oitavas de final em segundo lugar com 9 pontos ganhos (duas vitórias, três empates e uma derrota), ficando dois pontos a mais que o time colombiano.

Na fase de mata-mata, o Boca Juniors voltou arrasador. Venceu em casa o Libertad, do Paraguai, na primeira partida das oitavas de final, em casa, por 2 a 0, e na segunda partida, em Assunção, goleou por 4 a 2, passando de fase.
Nas quartas de final, o Boca teve o Cruzeiro como rival. Na La Bombonera, fez 2 a 0 e no Mineirão, no jogo da volta, só administrou a vantagem e garantiu a classificação com um empate em 1 a 1.

Nas semifinais, o Boca conseguiu novamente usar o fator casa a seu favor e conseguiu vencer o Palmeiras por 2 a 0, com dois gols de Benedetto, que saiu do banco de reservas para decidir a partida. No jogo de volta, na Arena Palmeiras, o Boca garantiu a vaga na grande final ao ficar no empate em 2 a 2, com o time de Felipão.

Foto: Boca Juniors.

Como vem o River Plate para a final:

Marcelo Gallardo não deu pistas do time que ele levará a campo para enfrentar o rival Boca Juniors. De certo, é a volta de Ponzio, que não jogou o primeiro jogo. Na frente, Lucas Pratto deve ficar isolado, tendo próximo a ele, o meia Pity Martínez.

Provável escalação do River Plate:

F. Armani, G. Montiel, J. Maidana, J. Pinola, M. Casco, Palacios, Ponzio, Enzo Pérez, Nacho Fernández, Pity Martínez e Lucas Pratto. 

Como vem o Boca Juniors:

O Boca Juniors, assim como o River, não divulgou a escalação, porém, o capitão da equipe, o volante Pablo Pérez, recuperado da lesão que teve no olho, devido ao ataque ao ônibus do Boca, feito por torcedores do River Plate, está recuperado e vai para o jogo. O goleiro Andrada, que se machucou nas quartas de final, numa disputa de bola com o zagueiro Dedé, do Cruzeiro, também está recuperado e entrará no lugar de Rossi, que conseguiu substituir seu companheiro a altura, fazendo grandes partidas contra o mesmo Cruzeiro, em BH, e nos dois confrontos diante do Palmeiras.

Outro que se beneficiou pelo adiamento da final foi Cristian Pavón, que se machucou na primeira partida da final, na Bombonera e agora, recuperado, pode começar jogando ao lado de Ábila. Outro cotado para o ataque é Benedetto, herói da classificação do Boca para a final, quando fez três gols nos confrontos diante do Palmeiras, eliminando o atual campeão brasileiro e passando para a grande final.

Provável escalação do Boca Juniors:

Andrada, Buffarini, Izquierdoz, Magallán, Más, Cardona, W. Barrios, Pablo Pérez, Benedetto, Cristian Pavón e Ábila.

Arbitragem:
Foto: CONMEBOL

O árbitro da grande final é o uruguaio Andres Cunha de 42 anos. Seus auxiliares são:

Árbitro assistente 1: Nicolas Taran (URU)

Árbitro assitente 2: Maurício Espinosa (URU)

Quarto árbitro: Victor H. Carrillo (PER)

VAR: Leodán Gonzalez (URU)

Auxiliar do VAR 1: Esteban Ostojich (URU)

Auxiliar do VAR 2: Richard Trindad (URU)

Observador VAR: Martin Vazquez

Assessor Internacional: Carlos Torres (PAR)

 Transmissão: SporTV e Fox Sports

Fernando Freire

Sou um apaixonado por futebol

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