Guiana, a força máxima de um brasileiro na luta pelo imponderável

A seleção da Guiana, apesar de geograficamente estar na América do Sul, no futebol ela disputa as competições da América do Norte e Central. Mesmo com o nível menor em termos de técnica e tática, a escolha não refletiu no crescimento do futebol guianense, pois até bem pouco tempo a Federação criada em 1902 somente tinha na Copa do Caribe de 1991 e o quarto lugar ao perder de Santa Lúcia como principal mérito. Além disso, a suspensão pela FIFA em 2002 por motivos financeiros e a desistência de participar da classificatória da Copa Ouro 2005 são pedras a serem superadas até hoje pelo país.

Todavia, a Guiana começou a ascender no continente com o jamaicano Michael Johnson, porém foi nas mãos do brasileiro Márcio Máximo que a situação começou a melhorar. O treinador tem experiência em clubes do nosso país (CRB e Brusque), Arábia Saudita, Alemanha, Escócia, além da seleção brasileira sub-17, selecionado catari sub-20 e principal da Tanzânia. Ele ajudou o início da carreira de alguns atletas como: Snodgrass (West Bromwich), Samatta (Fenerbahçe) e Ronaldo Fenômeno, em termos de elenco trabalha com jogadores que atuam no Suriname, Canadá, Inglaterra, Trinidad e Tobago, País de Gales e França.

Ele pegou um selecionado que já havia participado de uma Copa Ouro no ano de 2019, mesmo sendo eliminado na primeira fase, o empate contra os trinitinos por 1 a 1 com gol Neil Danns, do Halifax Town será lembrado nas mentes dos guianenses. Vale lembrar que Márcio classificou a seleção para a competição em 2021 ficando em segundo lugar no Grupo C da Nations League, atrás da Jamaica. Em março, a seleção enfrentará Trinidad e Tobago, Bahamas, Porto Rico e São Cristóvão e Nevis, sendo que o vencedor desta fase passará para o segundo round da Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.

Em entrevista ao Globo Esporte relata que o ideal dele ao trabalhar em cinco continentes diferentes é abrir as ofertas de mercado aos treinadores brasileiros. Segundo ele, o nível de competitividade da seleção e desenvolvimento do futebol local aos poucos foram melhorados ao se oferecer maior oportunidade aos atletas da região, pois anteriormente se colocava muitos jogadores estrangeiros, principalmente da Inglaterra. Muitos desses atletas não tem relação pessoal com o país e sim por causa de avós que nasceram na Guiana, por isso é importante estreitar os laços.