Futebol Sul-Americano

A Grande Conquista: Copa Sul-Americana

A Copa Sul-Americana chegou em 2020/2021 a sua 18ª edição tendo incríveis 16 campeões diferentes. Neste sábado (23), às 17 horas, conheceremos mais um time a conquistar a Gran Conquista como diz o lema da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A final em jogo único será entre os argentinos Lanús, que busca o bicampeonato, e o Defensa y Justicia, que busca o primeiro título de primeira grandeza de sua história. Vale ressaltar que é a primeira final entre times do mesmo país.

O jogo, por uma ironia do destino, será na cidade de Córdoba, no país portenho, no Estádio Mario Alberto Kempes, que tem capacidade para 57 mil torcedores. Porém, por conta da pandemia de coronavírus, estará sem torcedores nas arquibancadas.

Essa final vale mais que simplesmente o título, o vencedor conquista uma vaga diretamente à fase de grupos da próxima Copa Libertadores e disputará a Recopa Sul-Americana ante Palmeiras ou Santos. Os brasileiros que fazem a final da glória eterna no sábado, dia 30 de janeiro, às 17 horas.

Para chegar à decisão em Córdoba, o Lanús passou por todas as fases da Sula. Eliminou a Universidad de Quito, do Equador, na primeira fase, passou pelo São Paulo na segunda fase, eliminou o Bolívar nas oitavas, o Independiente nas quartas e o Vélez na semifinal.

Já o Defensa y Justicia veio para a Sul-Americana após a queda na fase de grupos na Libertadores. O time de Hernan Crespo eliminou o Sportivo Luqueño, do Paraguai, na segunda fase, o Vasco nas oitavas, o Bahia nas quartas de finais e o Coquimbo Unido, do Chile, na semi. Além disso, tem o artilheiro da competição, Braian Romero, com nove gols.

(Divulgação/Conmebol)

História da Copa

A Copa Sul-Americana teve algumas precursoras nos anos anteriores ao seu nascimento. Ela, na verdade, foi uma tentativa frustrada de uma competição de clubes pan-americana, envolvendo as três Américas: do Sul, Central e do Norte. Tanto que chegou a ter participação de times do México, Estados Unidos, Costa Rica e Honduras.

As quatro competições ‘genitoras’ da Copa foram a Supercopa da Libertadores, disputada entre os campeões da principal competição americana, a Libertadores da América (1988-1997), a Copa Conmebol (1992-1999), a Copa Mercosul com times da Argentina, do Brasil, Paraguai, Uruguai e Chile e a Copa Merconorte com equipes do Equador, Peru, da Bolívia e Venezuela, disputadas entre 1998 e 2001. Essa última chegou a ter estadunidenses, mexicanos e costarriquenhos convidados.

Desde seu começo, a Sul-Americana deu vaga à Recopa, disputada contra o campeão da Libertadores. Antes dela, quem fazia esse papel de competição secundária era a Supercopa. Até 2011, a competição não tinha nem 40 clubes participantes por temporada e passou para quase 50. Atualmente, 54 equipes disputam, sendo oito delas vindas da fase de grupos da Libertadores.

Outra mudança ao longo da história da Sul-Americana foi o calendário e o impedimento de equipes disputarem a principal competição e a Sula no mesmo ano (com exceção dos que vem eliminados da fase de grupos da Liberta).

A partir de 2011, ela começou a dar vaga na fase de grupos da Libertadores (Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images)

Até 2016, a Libertadores era disputada no primeiro semestre e a Sul-Americana no segundo. Com isso, algumas equipes poderiam conseguir uma dupla classificação e disputar as duas Copas. Com a reestruturação do calendário, passando as duas competições para a temporada inteira, isso foi evitado. Nenhum clube foi campeão de ambas no mesmo ano, quem quase conseguiu esse feito foi o Atlético Nacional, em 2016.

Até a presente edição, a Sul-Americana foi uma competição totalmente de mata-mata e sempre com o critério do gol fora de casa para o desempate, com exceção das finais em algumas edições. A cada fase, metade dos times se despediam. Desde 2017, equipes eliminadas na Libertadores em terceiro na fase de grupos e os dois melhores nas prévias, entram nas fases seguintes à primeira. Mas isso mudará na temporada seguinte, como já anunciou a Conmebol.

Para a edição de 2021, haverá três grandes fases na Copa Sul-Americana: a prévia, a fase de grupos e a fase final (a partir das oitavas). Serão 56 equipes classificadas: quatro de Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, seis do Brasil, seis da Argentina e doze da Libertadores (quatro das prévias e oito terceiros da fase de grupos).

As prévias serão de uma fase somente com ida e volta entre os clubes dos oito países classificados, passando dois de cada confederação à fase de grupos. Essa fase terá os seis brasileiros, os seis argentinos e os quatro melhores eliminados na prévia da Libertadores e será disputada em seis rodadas. Os oito primeiros avançam para enfrentar os oito terceiros colocados dos grupos da principal competição em partidas de ida e volta até a final, que é em jogo único.

O formato do mata-mata prévio da competição a partir da próxima edição (Reproduçâo)

Os campeões da Sul-Americana

A Copa Sul-Americana iniciou com o claro domínio das equipes argentinas. Nas seis primeiras edições os hermanos ficaram com quatro troféus. O primeiro campeão foi o San Lorenzo (2002), que bateu o Atlético Nacional na decisão. Com grande atuação de Romagnoli, o Ciclón fez 4 a 0 para cima dos colombianos. Por outro lado, o ano seguinte foi a vez da zebra entrar em ação. Após campanha surpreendente, o Cienciano, do Peru, chegava à decisão para encarar o todo poderoso River Plate, dos artilheiros Máxi Lopes e Marcelo Salas. Apesar dos argentinos terem anotado três gols no confronto de ida, não foi o suficiente. O empate em 3 a 3 no Monumental de Nuñez levaram os peruanos a glória no Estádio Universidad de San Agustín. O zagueiro Carlos Lugo, em bela cobrança de falta, fez o gol do título dos peruanos, se sagrando o único peruano campeão da América.

O temido Boca Juniors daquela época depois de dominar a Libertadores (campeão em 00, 01 e 03) entrou no cenário de vencedor da Sul-Americana conquistando o bicampeonato logo de cara (em 2004 e 2005). As respectivas vítimas do Boca nas decisões foram: Bolívar e Pumas, do México. Em 2006 a glória chegou ao México. Dessa vez com o Pachuca, onde se sagrou o único mexicano campeão de um torneiro sul-americano. O clube do estado de Hidalgo venceu o Colo-Colo por 2 a 1 e levantou o troféu em pleno território chileno.

Em 2007, a taça voltou para a Argentina. Em um título emocionante, o Arsenal de Sarandí superou o América, do México, dentro do Estádio Asteca e quase deixou escapar o título no jogo de volta, porém o atacante do Arse, Martín Andrizzi, marcou aos 37 no segundo tempo e sagrou a equipe campeã mesmo perdendo por 2 a 1. O primeiro título brasileiro foi do Internacional. No Beira Rio, o Colorado derrotou o Estudiantes na prorrogação com gol de Nilmar. Esse título trouxe a alcunha de ‘O campeão de tudo’ para os gaúchos.

Em 2009 curiosamente ocorreu o primeiro caso de repetição da final de Libertadores do ano anterior. Como a decisão era uma reedição, o resultado também foi. A LDU de Quito após fazer incríveis 5 a 1 jogando em casa, pôde até perder por 3 a 0 que mesmo assim levou o título. O Brasil novamente chegara forte e em 2010 foi com o Goiás. A equipe esmeraldina esteve perto da taça, mas a derrota nos pênaltis deixou o título com o Independiente-ARG. O iniciante e interessante treinador Jorge Sampaoli aparecia para o cenário continental na Universidad do Chile conquistando a competição em 2011, quando venceu a Liga de Quito na grande decisão.

A primeira Copa Sul-Americana do Independiente foi ante o Goiás (EFE)

O São Paulo também obcecava o título. Até que em 2012, na grande decisão, depois de terminar o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, os paulistas ficaram um longo período a espera do Tigre, da Argentina, para a segunda etapa, mas a equipe se envolveu em uma confusão com o policiamento do estádio e resolveu não voltar para a etapa final. Com isso, o título ficou com o clube do Morumbi.

A confusão no Morumbi em 2012 (Reuters)

Em 2013 outro brasileiro cavava seu espaço. A Ponte Preta chegou na final com certa expectativa, porém não conseguiu derrotar o Lanús, que ficou com a taça daquela edição. Após cair para a segunda divisão, o River Plate voltou a recuperar seu orgulho, conquistando a Sul-Americana de 2014 sob o comando do jovem treinador Marcelo Gallardo. O Atlético Nacional não fez frente aos Millonario. Naquele que viria a ser o primeiro título dos colombianos no Torneio, o Santa Fé, da Colômbia, bateu o Huracán, da Argentina, nos pênaltis e conquistou a segunda competição mais importante da América.

O River foi campeão em 2014 e o Nacional chegou ao segundo de três vice-campeonatos (EFE/LEONARDO MUÑOZ)

A Sul-Americana de 2016 reserva um dos capítulos mais tristes da história do futebol mundial. A equipe brasileira da Chapecoense se envolveu em um acidente aéreo que matou 71 pessoas enquanto viajava para a primeira partida da decisão contra o Atlético Nacional. Apenas três atletas do elenco sobreviveram ao ocorrido. Em um ato de nobreza o clube colombiano abriu mão do título e ficou para a Chape.

Em 2017 tivemos mais uma final entre brasileiros e argentinos – a quinta na história da competição. Flamengo e Independiente se enfrentaram e o clube de Avellaneda ficou com seu segundo título da competição. Em 2018 foi a vez do Furacão ganhar a América pela primeira vez. O Athletico Paranaense venceu o Junior de Barranquilla, nos pênaltis, e se sagrou campeão. Vale ressaltar que em 2019 aconteceu a primeira final em campo neutro e o Independiente Del Valle foi campeão. A sensação do Equador levou a melhor frente ao Colón, da Argentina, por 3 a 1 Estádio General Pablo Rojas, La Nueva Olla, do Cerro Porteño.

Curiosidades

A Copa Sul-Americana tem 18 edições e incríveis 16 campeões, o Lanús pode alcançar neste sábado o feito de Boca Juniors e Independiente, maiores campeões com dois títulos cada. Falando no clube de La Bombonera, ele é o único bicampeão seguido até o momento, conquistado em 2004-2005. Já o Atlético Nacional é o maior finalista sem títulos, foram três vices para os de Medellín. Agora o time com mais participações é o Libertad, do Paraguai.

A Sula deu também o único título da Conmebol para um clube peruano, o Cenciliano, em 2003. Esse também é a única conquista sul-americana do México. Os países com mais participantes na história são o Brasil, com 36 clubes, a Argentina, com 23, o Peru, com 22 e o Chile, com 21. Com relação aos grandes nomes, o maior jogador campeão é o paraguaio Claudio Morel Rodríguez, que conquistou três Copas (2002, 2004 e 2005). O máximo artilheiro é o argentino Hernán Barcos, ex-Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro com 19 gols feitos pela LDU, Palmeiras e Atlético Nacional.

Hernán Barcos é o maior artilheiro da história da Sul-Americana (LDU de Quito/Divulgação)

Artilheiros da Copa Sul-Americana

Para falar sobre a lista dos grandes nomes, é necessário falarmos também dos artilheiros em cada edição. Confira a lista abaixo com os artilheiros de cada ano:

2002 – Rodrigo Astudillo (San Lorenzo), Gonzalo Galindo (Bolívar), Pierre Webo (Nacional): 4 gols

2003 – Germán Carty (Cienciano): 6 gols

2004 – Horacio Chiorazzo (Bolívar): 5 gols

2005 – Bruno Marioni (Pumas): 7 gols

2006 – Humberto Suazo (Colo-Colo): 10 gols

2007 – Ricador Cicilliano (Millonarios): 6 gols

2008 – Alex e Nilmar (Internacional): 5 gols

2009 – Claudio Bieler (LDU): 8 gols

2010 – Rafael Moura (Goiás): 8 gols

2011 – Eduardo Vargas (Universidad de Chile): 11 gols

2012 – Carlos Nuñez (Liverpool), Fábio Renato (LDU Loja), Jonathan Fabbro (Cerro Porteño), Michael Ríos (Universidad Católica), Rentería (Millonarios): 5 gols

2013 – Enner Valencia (Emelec): 5 gols

2014 – Andrés Vilches (Huachipato), Bolaños (Emelec): 5 gols

2015 – Ariel Núñez (Olimpia), Bolaños (Emelec), Ramón Ábila (Huracán), Wilson Morelo (Santa Fé): 5 gols

2016 – Cecilio Domínguez (Cerro Porteño), Miguel Borja (Atlético Nacional): 6 gols.

2017 – Felipe Vizeu (Flamengo), Jhon Cifuentes (Universidad Católica), Luis Rodríguez (Atlético Tucumán): 5 gols

2018 – Nicolás Benedetti (Deportivo Cali), Pablo (Athletico Paranaense): 5 gols

2019 – Silvio Romero (Independiente): 5 gols

Texto produzido por Gabriel Neri e Vitor Hugo Ferreira

F de capa: Buda Mendes/Getty Images

Redação MF

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