Mensagem dos clubes para a ditadura argentina: ‘Nunca Más’
É impossível separar esporte de política, ainda mais se tratando de futebol, o mais político dos esportes. E no cenário da Argentina, isso é nítido. Todos os anos, desde 2003, o dia 24 de março reserva um momento de reflexão e de lembrança para todos os habitantes do país. Para o país portenho, o 24º dia do terceiro mês do ano é o Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça (em espanhol, Día Nacional de la Memoria por la Verdad y Justicia)
Em um país que respira futebol e vive o esporte com sua máxima intensidade e paixão, os clubes têm um papel de suma importância a cada 24 de março. Em 2020, todos os que fazem parte da primeira divisão argentina recordaram com seu ‘nunca más’.
O Dia é uma lembrança da data em que a Argentina deixou de ter seu regime democrático para se tornar uma ditadura que matou 30 mil, cometeu inúmeros crimes de Estado e milhares contra a humanidade.

Última Ditadura Argentina (1976-1983)
A Argentina viveu dois momentos com militares comandando o país. O primeiro golpe se instaurou no dia 28 de junho de 1966 e terminou com a volta do peronismo ao poder em 1973.
O segundo período, que será tratado aqui, foi de 24 de março de 1976 até 1983, quando enfim, a Argentina voltou a ser democrática. Esse período que é conhecido como a Última Ditadura Argentina. Vale ressaltar todos os vizinhos argentinos viviam ditaduras militares: Uruguai, Brasil, Chile, Paraguai e Bolívia.
O regime começou com a queda da presidente María Estela Martínez de Perón, ou simplesmente Isabelita Perón em março de 1976. No período, vigorou o denominado “Processo de Reorganização Nacional”, que era comandado pela Junta Militar, composta pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. O primeiro líder indicado foi o General Jorge Rafael Videla (foto acima). A partir disso, começou a destruição argentina com a desindustrialização, centralização do poder e no Terrorismo de Estado.