Tensões sociopolíticas e baixo rendimento em campo: Colômbia corre o risco de não ter nenhum representante no mata-mata da Libertadores
A Colômbia passa por um momento complicado em sua história recente. Esse cenário tem afetado a logística de suas equipes, que nessa rodada da Libertadores não puderam mandar jogos dentro do país, por causa dos confrontos e do ambiente de guerra instalado nas ruas. Esse pode ser o terceiro ano consecutivo em que não háverá nenhum representante colombiano na fase eliminatória da Libertadores.
Junior Barranquilla, América de Cali, Santa Fé e Atletico Nacional, o último em situação um pouco menos delicada, não estão em posições confortáveis em seus grupos. Junior e Santa Fé amargam a lanterna do grupo D, que tem Fluminense e River Plate empatados em pontos na liderança. Ambas as equipes iniciaram a fase podendo mandar jogos em seus respectivos estádios, antes de o país chegar ao estado de caos. Além disso, existe a possibilidade de as equipes encerrarem a competição mandando suas partidas fora da Colômbia, a depender do termômetro das manifestações nos próximos dias.
O mesmo aconteceu com a equipe do Atletico Nacional, que momentaneamente ocupa a segunda colocação de sua chave, porém com apenas um ponto de vantagem para o terceiro lugar, a Universidad Católica. A equipe não pôde disputar a partida contra o Argentinos no tradicional Atanazio Girardot, já que o retorno ao estádio também depende de como estará o clima nas ruas nos dias a seguir.
A situação do América é a mais complicada de todas. Os Diablos, além de ocuparem a lanterna do grupo H, com apenas um ponto, ainda vive em sua cidade o epicentro do embate entre policiais, militares e manifestantes. Sendo assim, abrem possibilidades remotas de mandar jogos em seu estádio ainda nesta fase de grupos, se o clima social não apresentar considerável melhora. O grupo do América tem Atlético Mineiro, líder com seis pontos, seguido de Cerro Porteño, com quatro, e La Guaira, com três.
É fato que o futebol não está nem perto de ser a maior preocupação do povo colombiano neste momento. O projeto da reforma tributária do Governo enviado ao Congresso foi, sem dúvidas, o estopim para a maioria das manifestações pacificas da população. A resposta veio com as ruas sendo militarizadas, porém os observadores internacionais e a própria população denunciam uso excessivo de força.
Nessa zona de guerra, os clubes do país que disputam a Libertadores estão mandando seus jogos em países aos arredores da Colômbia. O Atletico teve de enfrentar o Argentinos Juniors em Assunção, no Paraguai. Assim ocorreu com o Independiente Santa Fe, que encarou o River Plate; enquanto o Junior teve seu jogo levado até Guayaquil, no Equador. O America, por outro lado, não foi mandante nesta rodada. A partida contra o Galo,