Santos não quer pagar comissão a Doyen por Rodrygo

A venda do atacante Rodrygo ao Real Madrid ainda repercute. A diretoria santista quer agora evitar pagar uma comissão à Doyen Sports pela venda do atacante ao clube merengue. O contrato assinado em outubro de 2017, válido por 2 anos, reservava à Doyen 8% do valor bruto do passe do jogador. Se não tivesse atuado ainda, o valor cairia para 4%. O valor a ser pago seria 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) e a cúpula santista acredita ter encontrado no contrato uma brecha que a garanta não ter este desembolso.

O contrato assinado quando o Santos era dirigido por Modesto Roma Jr. é confuso. Segundo o contrato, a Doyen teria exclusividade nas negociações. Perante a ata apresentada por Modesto Roma ao Conselho Gestor, o documento garante que a empresa tem direito a representatividade nas negociações, o que é uma contradição clara. Desta forma, a diretoria santista deve acionar a Justiça e até mesmo se necessário, recorrer a Fifa para não pagar os 4%.

Em 2017, também foi celebrado um acordo entre Santos e Doyen, presidido por Modesto Roma Jr, para zerar as dívidas das contratações de Leandro Damião, Gabigol, Geuvânio, Lucas Lima, Daniel Guedes e Felipe Anderson. O contrato firmava um pagamento anual de 5 milhões de euros (R$ 21,7 milhões), uma em setembro de 2018 e outra em setembro de 2019. A gestão de Modesto Roma Jr afirma ter pago 13 milhões de euros (R$ 56,3 milhões) em 2017. Segundo o presidente Modesto Roma, “É o contrato de acordo com a Doyen, qual o problema? Quando se faz o negócio, tem de ceder. É óbvio que existe uma contrapartida. Existem esses 4% sim, que são válidos até setembro de 2019. Mas fizemos isso porque fechamos uma renegociação do contrato do Odílio (presidente santista entre 2013 e 2014). E nesta renegociação caiu uma dívida de 50 milhões de euros para 23 milhões. Só o Leandro Damião eles nos cobravam R$ 80 milhões. No contrato do Odílio, o Santos pagava ainda 10% de juros anuais. E os juros foram rengociados e baixaram para 3% no nosso contrato”.

(Foto: Alberto Marques/AT)