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Entrevista com o goleiro Marcelo Rangel, do Goiás

Na última quinta, dia 02 de julho, entrevistamos por meio de uma live no Instagram, o arqueiro Marcelo Rangel. Ele comentou sobre suas passagens pelo interior do Paraná (Cianorte, Operário Ferroviário e Londrina), além do seu atual momento no Goiás. Confiram os fragmentos textuais e abaixo a entrevista por completo:

 

1- No futebol paranaense, atuou no Cianorte, Operário Ferroviário e no Londrina. Quais as principais semelhanças e diferenças entre a estrutura e torcidas das equipes? Acreditas que o Londrina possa retornar à Série B esse ano e Operário conseguir o tão sonhado acesso à primeira divisão? Em 2016 conseguiu atuar mais de 50 partidas pela agremiação, como foi esse processo até a titularidade? Como foi ver depois o crescimento do clube de Ponta Grossa nos últimos anos? A equipe do Cianorte tenta ganhar espaço no cenário nacional, o que falta para chegarem mais longe nas competições?

R: Todos os clubes onde passei são corretos, comprometidos com o jogador (além de PSTC, Athletico Paranaense e Chapecoense). Tive dois acessos no Londrina e em 2016 ficamos por três pontos de subir para primeira divisão, no Cianorte fui muito bem. No PSTC, tive conquista na base. Porém, em termos de torcida (muito fanática) e história, o Goiás está na frente de todos. Hoje, estou em um grande clube e isso deve ser valorizado, apesar de ter gratidão pelos degraus que tive na vida. Operário e Londrina são clubes organizados, tendo pessoas sérias e corretas, combinando e cumprindo de forma certa, acabando tudo no final certo. Ambos podem subir de divisão, pois tem totais situações para tal, com estrutura e seriedade.

R: No Londrina, cheguei em 2014 estando na Série D, a diferença é a união de todos. Fiquei 2015 todo esperando o Vitor, mas ele por causa da sua doutrina adventista, após seu batismo, ele decidiu não jogar entre sexta a noite e sábado a noite. Depois disso, o Cláudio Tencati disse que os goleiros eram do mesmo nível, mas não poderia atuar com dois goleiros ao mesmo tempo, então decidiu para minha titularidade. Tive 54 partidas, sendo 37 na Série B levando 26 gols e assim com a defesa mais vazadas entre os 40 clubes principais. Temos que respeitar as pessoas pela decisões, Vitor foi muito fiel as suas crenças.

 

2- No Goiás chegou em 2017, com o status de titular, mas as lesões atrapalharam um pouco seu prosseguimento na agremiação. Atualmente, como está a disputa pela vaga na meta esmeraldina? No processo de recuperação, você atuou no time de aspirantes como forma de ganhar maior confiança. Para você existe alguma diferença no modo de atuação entre um embate profissional e no Campeonato Brasileiro de Aspirantes?

R: Em relação aos aspirantes me ajudou muito no processo de transição. O clube me perguntou se queria jogar na equipe, alguns atletas não querem atuar, pois eles podem achar estranho pela representatividade que já possui no profissional. Mas eu aceitei de pronto e fiz bons jogos na competição, me preparando para o profissional, onde também consegui atuar bem. Foi uma base para quando jogasse no principal fizesse boas partidas, o goleiro tem que estar preparado, a defesa que você faz no aspirante, também vai fazer no profissional. Hoje, falamos sub-23, mas na realidade, tem muitos jogadores com 17 e 18 anos jogando em grandes clubes brasileiros que daqui a pouco são craques e vendidos. Várias agremiações tem jovens com capacidades para disputar grandes ligas. Atualmente temos o Tadeu, Matheus (base) e a minha partida (além do Marcos emprestado ao Paraná). Com muito mérito, Tadeu teve seu passe comprado pela Ferroviária-SP, pela suas atuações no ano passado. A disputa pela titularidade é boa, pelos jogadores que tem atualmente o esmeraldino trabalhado pelo Flavio e Marlos.

 
Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC.
 

3- Como foi vencer dois Campeonatos Estaduais nos últimos anos. A meta para retorno dos jogos é conquistar Goiano e chegar até aonde no Campeonato Brasileiro e Copa Verde? Como foi o processo de três meses entre a saída dos treinos para retorno? Como foi cuidar do corpo e da mente nesse período? Aos 32 anos, você viu o processo de transição entre o goleiro que precisava somente ser bom nas defesas para um arqueiro que joga com os pés. Como foi para você aprender novas funções durantes os anos? 

R: Como você disse cheguei em 2017 e iniciei muito bem a minha passagem pelo Goiás, todavia tive lesões que me atrapalharam na sequência nos gramados, pois fiquei 10 meses sem jogar em alto nível. Tinha o campeonato sub-23 e aceitei o desafio para ganhar ritmo e depois disso, voltei a normalidade jogando a Copa Verde, oportunidade na Série A contra o Grêmio e também 5 jogos pelo estadual 2020. O Goiás é um clube grandioso em termos de estrutura e torcida, estávamos bem antes nas competições, principalmente na Copa do Brasil, espero que isso passe logo, assim voltando os campeonatos e repetir o Brasileiro com excelência, além de vencer grandes times seja dentro ou fora de campo. Também quero ficar disponível para o professor Ney Franco para conseguir os objetivos.

R: Realmente já vinhamos bem, com a preparação desde janeiro. Vencemos o Vasco na Copa do Brasil no Rio de Janeiro, mas teve a paralisação geral. Nunca tinha ficado três meses parado, ainda tem muitas restrições nos treinamentos e a volta, tentei seguir todo o protocolo da equipe dos preparadores. Para não sentir tanto o ritmo, estamos na quarta semana de treino e estamos bem fisicamente, espero que também consiga encaixar como estava anteriormente. Tenho certeza que a posição que mais evoluiu, tanto no Brasil, como no mundo, anteriormente o arqueiro somente se preocupava com as defesas, agora tem que ser bom nos pés, o jogo fica mais dinâmico, fazendo um balanço deixando o atacante na cara do gol. Temos que fazer nossa parte deixando das traves com o trabalho muito bom dos preparados de goleiros, não somente no Goiás, como em outros times. Eles fazem um bom trabalho.