Hertha, polêmicas e constantes reformulações fazem parte do histórico sobrevivente de Berlim

O Hertha-Berliner Sport-Club von 1892 é chamada de Velha Senhora, ou em alemão, Die Alte Dame, todavia a situação apesar do alto investimento não é tão tranquila quanto a vida de uma respeitável idosa

 

História:

Fritz Linder e seu pai Max tiveram no bairro Gesundbrunnen, a ideia de homenagear um navio chamado Hertha, onde ambos fizeram uma excursão com o nome de um novo clube. Em 1905, a agremiação começou a ganhar em torneios estaduais de Berlim, mas na década de 1920 a unificação com o BSC Berlin tornou o time forte no cenário nacional.

Entre 1926 e 1931 disputou a final do Campeonato Alemão, porém somente em duas oportunidades foi o vencedor (1930 e 1931) e nesta época criou-se uma rivalidade com Tennis Borussia Berlin, atualmente na liga regional ou quinta divisão alemã (NOFV-Oberliga Nord). Depois do Terceiro Reich ou período do nazismo, o time mudou de nome e perdeu sua força.

Após a segunda guerra mundial, o time teve dificuldades de atuar na capital alemã, mesmo assim retornou em 1949 ao seu nome original e lutou pela sua sobrevivência. Em 1963, a Bundesliga foi criada e o atual campeão de Berlim foi para a disputa, porém com a construção do famoso, o time foi excluído da competição na temporada 1968/1969.

Outro período de dificuldades viria quando em 1971 foi punido por um escândalo de uma grande dívida. Contudo, na temporada 1974/1975, o time retornou ao cenário alemão com vice-campeonato e além disso foi segundo na Copa da Alemanha e semifinalista da Copa da UEFA no ano de 1979. Porém a década de 1980 foi resumida em rebaixamento e liga amadora.

O clube que foi um dos fundadores em 1900 da Federação de Futebol da Alemanha retornou em 1997 a Bundesliga, após resolução de suas pendências. Após isso, algumas conquistas de vaga na Liga Europa e Champions League (com a presença de Marcelinho Paraíba) e o título da segunda divisa alemã na temporada 2010/2011.

 

Atual elenco:

Se for analisar somente os jogadores, pouco acreditam nessa atual décima terceira posição. Começando pela meta a disputa é entre o norueguês Rune Jarstein e Thomas Kraft, ambos há pelo menos sete temporadas na equipe. No setor defensivo, o eslovaco Peter Pekarík, Marvin Plattenhardt e Dedryck Boyata (contratado nesta época) são os nomes mais conhecidos.

Chegando ao meio-campo, aparecem jogadores experientes como Per Ciljan Skjelbred, Alexander Esswein, o tcheco Vladimír Darida e o australiano Mathew Leckie, participando de duas Copas do Mundo. No outro lado, jovens estrelas como o sérvio Marko Grujic e o argentino Santiago Ascacíbar, este com vínculo até junho de 2024.

No ataque, o elenco está bem servido com o polonês Krzysztof Piątek, buscando repetir suas apresentações no Genoa, o marfinense Salomon Kalou, envolvido em uma polêmica de live de um treinamento, o bósnio Vedad Ibišević e o atacante brasileiro Matheus Cunha, uma opção muito viável para a Copa de 2022.

 

Foto: Hertha Berlin.
 

Problemas ao se achar treinador:

Nesta temporada, o Hertha vive uma situação pouco comum na Alemanha, quatro treinadores em 2019/2020, sendo que ainda faltam alguns jogos. O croata Ante Čović fez sua trajetória na equipe berlinense, sendo auxiliar e treinador do time B, chegou para assumir o elenco no início da competição e teve 4 vitórias em 14 jogos.

Na sequência veio Jürgen Klinsmann, de trabalhos duradouros nas seleções da Alemanha e Estados Unidos, todavia ficou somente 10 partidas com 3 triunfos. A esperança de um treinador renomado, mas que não treinava há alguns anos se esvaiu rápido. Assim, Alexander Nouri chegou e deixou a equipe com somente quatro embates e uma vitória.

Durante a pandemia, a diretoria do Hertha Berlin se movimentou para contratar Bruno Labbadia que possuí bons trabalhos no Wolfsburg, Hamburgo e Stuttgart. A meta é que nessas últimas rodadas, o time pelo menos chegue no G-8, entretanto não é impossível tirar nove pontos do Schalke 04 e pensar em uma segunda fase eliminatória da Liga Europa.

 

Foto de capa: Getty Images.