Imortal Tricolor

A memorável Batalha dos Aflitos completa seus 12 anos e Galatto, herói do jogo nos conta um pouco de sua história.

Hoje 26 de novembro de 2017, celebra-se 12 anos da espetacular, heroica, nervosa, inacreditável Batalha dos Aflitos. Condições precárias de jogo e pressão da torcida alvirrubra não desanimaram nossos guerreiros de 2005. Nem pedras ao vento. Nem cheiro de tinta sufocante no vestiário. Nem porta soldada. Nem violência. Nem quatro expulsões e nem dois pênaltis contra. Nem o medo.

Revendo hoje, cada lance, cada passo dos jogadores que defendiam a camisa do Grêmio naquele ano, cada sofrimento posto para chegar e sobreviver com as condições que haviam no estádio se percebe o quão histórico foi este confronto.

Anderson, aos 37’ do segundo tempo marcou o gol que faria do Grêmio campeão da Série B, conquistando assim o acesso. Mas antes, ocorreram dois pênaltis contra o Tricolor. O primeiro foi no poste e o segundo, foi parar no pé de Galatto. Com apenas sete jogadores em campo, sabendo de todas as circunstâncias ruins que poderiam sim ocorrer, em baixo das traves encontrava-se uma cria da casa, um menino novo que fez história e, a partir daí se tornou ídolo imortal!

(@gremiofuture)

Para relembrar esta conquista sensacional, Rodrigo José Galatto, 34 anos, atualmente sem clube respondeu algumas perguntas inéditas. Aproveito para agradecer e a ele por concordar com as propostas feitas e topar essa parceria. Confiram com exclusividade um pouco do que este grande goleiro contou sobre a Batalha dos Aflitos e as passagens de sua carreira.

 

  • Se formaste nas categorias de base do Grêmio e fez sua estreia dia 14 de maio de 2005, contra o Criciúma. Carrega desde gurizinho o amor por este time e não esconde isso. Na hora que vestia a camisa e ia ao jogo, o espírito de torcedor ficava fora ou entrava em campo?

“O espírito torcedor sempre entrou em campo quando jogava pelo Grêmio, quando ganhava a alegria era imensa e quando perdia sentia a mesma dor de um torcedor.”

  • O ano de 2005 foi uma mancha na história gremista por ter de jogar a segunda divisão do futebol brasileiro, o elenco tricolor era forte mas ainda assim precisava de um empate contra o Náutico jogando fora de casa no dia 26 de novembro para voltar à elite. Como estava a sua cabeça em relação a este jogo? A pressão de toda a torcida mexeu com teu sentimento?

R= “Na minha cabeça só queria vencer o jogo para acabar de vez com a segunda divisão, pressão da torcida é normal sabíamos administrar.”

  • Quando quatro jogadores do Grêmio foram expulsos, você chegou a pensar que não ia dar para voltar de onde o Grêmio nunca deveria ter saído?

R= “Quando se marcou o segundo pênalti passou sim na minha cabeça que não iria dar, dois pênaltis, quatro jogadores a menos, pensei que não daria, mas no final deu tudo certo.”

  • Depois de toda a confusão, inacreditavelmente você fez a defesa mais importante do jogo, o abalo dos alvirrubros era notável e a felicidade tricolor também. Nesta mesma hora já sabia que seria um ídolo imortal, gravado na memória de cada gremista deste país?

R= “Na hora não me passava na cabeça o tamanho do feito que escrevemos aquele dia, hoje sou muito feliz em ter jogado no Grêmio e ter meu nome lembrado por todos.”

  • Comente um pouco sobre os bastidores após essa vitória absurdamente heroica de vocês que carimbou o passaporte do Grêmio pra Série A.

R= “Lembro da alegria de todos, no ônibus, aeroporto. Na chegada em Porto Alegre desfilar no carro de bombeiros era um sonho que sempre tive e graças a Deus consegui realizar.”

  • Conte uma curiosidade que todos queremos saber, tens o filme da batalha dos aflitos? Se sim, costuma vê-lo diariamente?

R= “Tenho sim o DVD e sempre que posso assisto.”

 

  • Era reserva do time em 2007 quando perdemos o título da Libertadores da América para o Boca Juniors, e tornou-se terceiro reserva do Grêmio com a chegada de Victor em 2008, assim, a direção te deixou livre para procurar outro clube. Neste tempo, chegou a sentir rancor do Grêmio por não aproveitarem seu talento?

R= “Victor chegou em 2008 ano que fui para o Atlético-PR, não ficou rancor só achei que poderia ter um pouco mais de valor por tudo que fiz pelo Grêmio no momento mais difícil do clube.”

  • Após quase 12 anos da vitória mais sofrida e aguerrida que o mundo já presenciou, qual a primeira lembrança que vem na sua cabeça sobre o dia 26/11/2005? Consegue definir este dia em uma só palavra?

R= “Superação”

 

  • Hoje, com 34 anos, ainda pensa em voltar aos gramados ou ter algum cargo no tricolor no quesito preparador de goleiros ou direção?

R= “Hoje tenho 34 anos, sim gostaria muito de voltar ao Grêmio, para ajudar nesse quesito de preparação de goleiro ou quem sabe na direção. De futebol entendo porque fiz toda minha formação no clube.”

  • Com toda sua experiência e convivência no que todos diziam ser ‘impossível’, o Grêmio é sim, um dos favoritos para ganhar a Libertadores 2017?

R= “Grêmio com certeza é o favorito a ganhar esse título, está com um bom grupo de jogadores, eu estou na torcida.”

 

Agradeço ao Galatto pela entrevista concedida, desejo muito sucesso! Estás na história.

Vamos, Grêmio!

@Rafa_Breansini

 

Rafaela Breansini

Gremista de Cordilheira Alta/SC, apaixonada pelo Grêmio e suas conquistas. Nada pode ser maior!

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