
A primeira conquista da tão sonhada América ocorreu em 16 de agosto de 2006. O Internacional conquistou o título inédito da Libertadores com uma campanha quase perfeita: foram oito vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. O grito de “É Campeão” estava guardado dentro do coração de cada colorado. Finalmente, naquele ano, o Clube do Povo pode Libertar a América. E pintá-la de vermelho. Vamos retomar nessa matéria toda a trajetória colorada até o título.
O grupo campeão foi comandado pelo grande Abel Braga. A liderança ficou por conta do eterno capitão colorado, Fernandão. A defesa colorada tinha os zagueiros Bolívar, Índio e Fabiano Eller e no gol, o paredão Clemer. No meio de campo, Edinho, Tinga e Alex comandavam e nas laterais, Ceará e Jorge Wagner. Já o ataque se dividia entre Fernandão, Rafael Sóbis, Rentería e Michel. Além dessas figuras importantíssimas, o elenco era composto também por Marcelo Boeck, Elder Granja, Fabinho, Ediglê, Adriano Gabiru, Mossoró, Iarley, Wellington Monteiro, Rubens Cardoso e Perdigão. Os principais goleadores desse elenco foram: Fernandão com cinco gols; Rentería com quatro; Michel e Rafael Sobis com três gols cada.
O Inter disputou no Grupo 6 com o Nacional (URU), o Maracaibo (VEN) e o Pumas (MEX). Contra o Maracaibo, Inter empatou em 1 a 1 na Venezuela. Já em Porto Alegre, o Clube do Povo goleou por 4 a 0 com gols de Adriano Gabiru, Bolívar, Michel e Rentería. Em casa, o Inter também goleou o Nacional, agora com o placar de 3 a 0. Gols assinados por Michel, Fernandão e Rubens Cardoso. No Uruguai, diferente do que aconteceu no Beira-Rio, a partida finalizou sem gols, em 0 a 0. Contra o Pumas, o colorado vivenciou duas viradas. No México, o time começou perdendo, porém com gols de Rentería e Fernandão conseguiram a vitória por 2 a 1.
Já no Beira-Rio, a torcida colorada presenciou uma virada espetacular. Muitos acreditavam que o Inter venceria com facilidade. No entanto, aos 4 minutos do primeiro tempo, o time mexicano abriu o placar. E aos 34, marcaria o segundo. O Inter se viu em um momento de desespero. E foi em um momento de tentativas afobadas que Michel encontrou espaço para empurrar a bola para o gol. Para o segundo tempo, Inter retornou decidido a reverter o placar. Aos 7 minutos, Fernandão empata e aos 30 minutos Adriano Gabiru faz o gol da virada. O time de Abel Braga termina a fase de grupos com a melhor campanha da chave, com 14 pontos, e o segundo melhor desempenho entre todas as equipes da competição.
Jogo de Ida: Nacional 1 X 2 Internacional
Agora nas oitavas de final, o Inter precisava encarar o Nacional. No primeiro jogo, em Montevidéu, o colorado venceu de virada o time uruguaio por 2 a 1. Vanzini abriu o placar para o time da casa com um gol de cabeça aos 29 minutos. Ainda no primeiro tempo, nos acréscimos Jorge Wagner de falta empatou.
Já no segundo tempo, Rentería entrou no jogo para marcar o gol histórico, que definiria o futuro do time na competição. Aos 19 minutos, recebe a bola na entrada da área, não poupa o adversário, aplica um chapéu com a perna direita e com a esquerda chuta diretamente para balançar as redes. Na comemoração do gol, Rentería levou cartão amarelo por dançar próximo a torcida do Nacional. Mais adiante no jogo, recebeu outro cartão amarelo por uma confusão no campo.
Além da expulsão do atacante colombiano, Ediglê que entrou no lugar do Alex na partida também recebeu cartão vermelho. Com dois a menos, os últimos minutos foram dramáticos para o Inter que bravamente conseguiu segurar a vitória e levar vantagem para o jogo em casa.
Escalação: Clemer; Elder Granja, Bolívar, Fabiano Eller e Jorge Wagner; Edinho, Fabinho, Adriano (Michel) e Alex (Ediglê); Rafael Sobis (Rentería) e Fernandão. Técnico: Abel Braga.
Jogo de volta: Internacional 0 x 0 Nacional
No jogo de volta, no Beira-Rio, o Internacional empatou em 0 a 0 com o Nacional, conquistando a classificação para as quartas de final. Como o time havia vencido no Uruguai, o colorado podia perder até por 1×0 que mesmo assim se classificaria. Nacional investiu na marcação alta logo na saída de bola do Internacional, pressionando o time da casa. O que resultou em dois gols do time uruguaio, anulados pelo árbitro. O ataque colorado também chegou muito perto de abrir o placar, mas nenhuma tentativa foi realmente efetiva. Apesar do resultado, Inter se classificava e seu próximo adversário seria a LDU.
Escalação: Clemer; Elder Granja, Bolívar, Fabiano Eller e Jorge Wagner; Edinho, Fabinho, Adriano (Michel) e Alex (Perdigão); Mossoró (Iarley) e Fernandão. Técnico: Abel Braga.
Jogo de Ida: LDU 2 X 1 Internacional
O Internacional precisou viajar até o Equador para enfrentar a LDU pela primeira partida das quartas de final. O time brasileiro não conseguiu vencer o equatoriano. Durante o primeiro tempo, o Inter saiu na frente com gol marcado por Jorge Wagner. No segundo tempo, mesmo estando bem no jogo, o time se encontrou em momento instável, após um conflito entre dois jogadores colorados, Michel e Elder Granja. Os dois foram amarelados pelo árbitro.
A discussão entre os jogadores aconteceu aos 11 minutos do segundo tempo, um minuto depois o time da casa empata com gol de Delgado. Abel precisou mexer no time: Ceará entrou no lugar de Perdigão que já sentia o cansaço de jogar na altitude de Quito; e Rentería substituiu Fernandão para tentar segurar a bola no ataque. Infelizmente, o time não conseguiu impedir a virada e aos 38 minutos Graziani fez o segundo para a LDU. O Inter, desse modo, precisava de uma vitória de 1 a 0 no Beira-Rio para avançar para as semifinais.
Escalação:Marcelo Boeck; Elder Granja, Bolívar, Fabiano Eller e Jorge Wagner; Edinho, Fabinho, Perdigão (Ceará) e Alex (Rubens Cardoso); Michel e Fernandão (Rentería). Técnico: Abel Braga
Jogo de volta: Internacional 2 x 0 LDU
Os primeiros 45 minutos de jogo no Beira-Rio foram marcados pelo nervosismo. Os visitantes não se sentiram intimidados e se mantiveram focados na troca de passes no meio de campo. Já os donos da casa estavam com dificuldades para acertar o último passe. O gol não veio no primeiro tempo e a responsabilidade aumentava cada vez mais para o elenco colorado. No segundo tempo, Abel manteve o mesmo time, sem mudanças nos jogadores. Contudo, o time entrou mais determinado a conquistar a vitória. E logo aos 6 minutos, Rafael Sobis encontrou o gol. Fernandão desviou de cabeça na intermediária e tocou para o menino de Erechim que só tinha o zagueiro Espinoza pela frente. Avançou, driblou e chutou rasteiro no canto direito do gol.
Com o placar na frente, o Gigante pulsava. Edinho e Fernandão perderam boas chances durante os minutos seguintes. O clima de vitória ressoava o estádio. Já no final do jogo, aos 42 minutos, Rentería, que entrou para substituir Sobis, encontrou o segundo gol. No contra-ataque, após receber lançamento, Rentería venceu o goleiro na corrida e marcou chutando de primeira por cobertura. E como de costume, o jogador foi comemorar o gol coma torcida, puxou o cachimbo e a toca para imitar o Saci. Assim, o Inter se classificava para a seminifinal da Copa Libertadores, após 17 anos. Desde 1989, o time não chegava tão longe na competição.
Escalação: Clemer; Elder Granja, Bolívar, Fabiano Eller e Jorge Wagner; Fabinho, Edinho, Tinga (Adriano) e Alex (Perdigão); Fernandão e Rafael Sobis (Rentería). Técnico: Abel Braga.
Jogo de Ida: Libertad 0 X 0 Internacional
No primeiro jogo da semifinal, o Inter enfrentou o Libertad em Assunção, no Paraguai. A partida se encerrou sem gols, deixando a decisão para o Beira-Rio. Mesmo com a pressão do time da casa, o Internacional conseguiu segurar as investidas com muita eficiência pela defesa. O time colorado teve algumas oportunidades para sair na frene. Por exemplo, aos 42 minutos do primeiro tempo, Ceará cruza para área e acerta a trave. No rebote, Jorge Wagner de longe chuta direto para o gol, obrigando o goleiro González a fazer fazer uma difícil defesa. Embora, o Inter tivesse conseguido criar boas chances de gol, o jogo terminou 0 a 0.
Escalação: Clemer; Índio, Bolívar e Fabiano Eller; Ceará, Edinho (Wellington Monteiro), Fabinho, Alex (Iarley) e Jorge Wagner; Sobis (Rentería) e Fernandão. Técnico: Abel Braga.
Jogo de volta: Internacional 2 x 0 Libertad
A classificação para a final se deu com uma vitória sobre o Libertad por 2 a 0. A fria noite no Beira-Rio foi regida pelo grito da pulsante torcida. Durante o primeiro tempo, Libertad conseguiu suportar a pressão colorada com marcação pesada. Um dos personagens da defesa paraguaia era Pablo Guiñazú, que um ano depois se juntaria ao elenco do Internacional. E o resto da história todo mundo conhece: o homem se tornou ídolo no Inter também.
Os times retornaram para o segundo tempo com as mesmas formações. O susto aos 11 minutos imposto pelo Libertad fez Abel Braga reagir. Mudança no time: saiu volante Fabinho para a entrada de Rentería. Logo após a alteração, Alex arriscou de fora da área. A bola quicou no gramado, riscou a trave e encontrou o caminho do gol. Um gol digno de semifinal de Libertadores. Cinco minutos depois, Fernandão recebeu a bola de Sobis na entrada da área, girou e chutou forte no canto do gol. Inter consagrava a sua classificação histórica.
Escalação: Clemer; Índio (Wellington Monteiro), Bolívar e Fabiano Eller; Ceará, Edinho, Fabinho (Rentería), Alex (Perdigão) e Jorge Wagner; Sobis e Fernandão. Técnico: Abel Braga.
Jogo de Ida: São Paulo 1 x 2 Internacional
Dois jogos separavam os colorados do sonho de conquistar a América pela primeira vez. O Inter precisava enfrentar o grande São Paulo que tinha faturado a Libertadores e o Mundial de Clubes no ano anterior. No Morumbi com mais de 71 mil pessoas, Inter sabia que esse jogo definiria o seu futuro. O segundo tempo foi palco para Rafael Sobis mostrar o seu brilho. Aos 8 minutos, conduziu a bola pelo meio, driblando Fabão, e chutou cruzado, rasteiro, direto para o gol.
São Paulo se viu na necessidade de mudar de postura no jogo. Entretanto, ao se arriscar o tricolor deu espaço para o ataque colorado. Em um cruzamento de Alex, Fernandão cabeceia para o meio da área, Júnior tentou cortar e a bola foi direto para o próprio gol. Rogério Ceni defendeu, mas no rebote Rafael Sobis não desperdiçou e marcou o segundo gol. Edcarlos aos 30 descontou para o tricolor com gol de cabeça. O jogo terminou com a vitória do Inter. No Morumbi, só se escutava o grito de felicidade do torcedor colorado.
Escalação: Clemer; Ceará (Wellington Monteiro), Fabiano Eller, Bolivar e Jorge Wagner; Edinho, Fabinho, Tinga, Alex (Índio); Rafael Sobis (Michel) e Fernandão Técnico: Abel Braga
Jogo de Volta: Internacional 2 x 2 São Paulo
Na esperada final, 60 mil pessoas lotaram o Gigante. 90 minutos separavam os colorados do tão esperado título da Libertadores. Aos 29 minutos, Fernandão abriu o placar. Rogério Ceni defendeu a cobrança de falta de Jorge Wagner, mas soltou a bola. O jogador Fabiano Eller aproveitou o deslize do goleiro e tocou para o capitão colorado que empurrou a bola para o fundo do gol. A torcida explodiu de alegria.
No segundo tempo, o Fabão empatou para o São Paulo. Mas aos 20 minutos Inter respondeu com gol de Tinga. Após cruzamento de Ceará, Fernandão cabeceou e a bola parou com a grande defesa de Ceni. E no rebote, Tinga de cabeça não desperdiçou e ampliou: 2 a 1. Durante a comemoração, o dono do gol foi expulso por levar o segundo amarelo ao levantar a camisa. No final do jogo, a pressão do São Paulo aumentou e aos 39 Lenílson deixou tudo igual. Os últimos minutos foram de puro nervosismo para a torcida colorada. Clemer e toda a defesa precisaram dar a vida para impedir qualquer investida do time paulista. Apito final. E o Internacional pintava, pela primeira vez, a América de vermelho.
Internacional: Clemer, Índio, Bolívar e Fabiano Eller; Ceará, Edinho, Tinga, Alex (Michel) e Jorge Wagner; Sobis (Ediglê) e Fernandão. Técnico: Abel Braga
A alegria do povo colorado foi tanta que ninguém imaginava que ela poderia ser ainda maior. Em dezembro do mesmo ano, o time disputaria o Mundial de Clubes e em um jogo antológico contra o Barcelona, pintaria, também, o mundo de vermelho. Mas vamos falar sobre a maior glória da história do Clube do Povo em outra matéria.
Créditos Foto de Capa: Divulgação SCInternacional
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