Em entrevista exclusiva ao MF, Praxedes fala sobre retribuir a confiança que recebe no Inter: “Penso em ganhar muitos títulos e fazer história“

“Penso em ganhar muitos títulos e fazer história“. Essas foram as palavras de Bruno Praxedes, meia de apenas 18 anos e atual dono do posto de promessa do Inter, durante sua  entrevista exclusiva ao Mercado do Futebol. Xodó da torcida colorada, o carioca teve seu contrato renovado na semana passada (21) e é visto como o grande trunfo da direção do clube gaúcho no futuro, não sendo para menos: o novo acordo lhe rendeu o vínculo mais longevo dentre os atuais jogadores do plantel, até abril de 2025.

O campeão e destaque individual da Copa São Paulo de Futebol Júnior subiu para o time principal em janeiro e até a parada dos jogos do Inter, em março, participou de partidas válidas pelo Gauchão e pela Libertadores. Praxedes avaliou seus primeiros meses como jogador profissional: “pensando nos minutos que fiz, acho que fui muito bem”.

Personagem de dois grandes Grenais no ano, o jogador, que chegou ao Inter em 2019, saiu campeão no duelo válido pela Copinha e foi expulso sem ao menos entrar em campo pela partida histórica na Libertadores. Tendo vivido duas experiências distintas defendendo a camisa colorada, o carioca garante que o clássico gaúcho tem um diferencial:

– “A pegada é outra. Já joguei Fla-Flu pelo Fluminense, clássicos contra o Vasco e o Botafogo também, e nenhum chega nem perto”.

Além da confiança da direção e da torcida, o canhoto ainda conta com constantes elogios do técnico Eduardo Coudet, que chegou a compará-lo ao também meia Lo Celso, do Tottenham. D’alessandro é outra figura importante que já comentou sobre o futebol de Praxedes. Em uma live no seu Instagram, o capitão colorado falou que a promessa jogava muito.

Apesar de tantas palavras positivas, o jovem conta como lida com os elogios: “vejo isso não como uma forma de subir a cabeça, mas sim para aprender mais.”

Durante o bate-papo, Praxedes comentou também sobre a nova rotina de treinamentos, contou o que mais sente falta nos treinos coletivos, projetou seu rendimento com o retorno do futebol e finalizou falando em como se imagina ao final da temporada 2020:

CONFIRA A ENTREVISTA:

1- Na última semana, você renovou seu contrato com o Inter até abril de 2025, se tornando o jogador do elenco profissional de vínculo mais longevo com o clube. Qual a sensação de saber que a direção colorada te considera a principal promessa e confia tanto no seu potencial como atleta?

R: Eu fico muito feliz e grato. Tenho 18 anos e o clube já confia muito em mim, no meu potencial, e me deu um voto de confiança. Espero retribuir da melhor maneira possível. Penso em ganhar muitos títulos e fazer história pelo Inter.

 

2- Faz quatro meses que você se tornou jogador profissional, tendo subido logo após a Copa SP. Nesse tempo, teve a oportunidade de jogar o Gauchão e a Libertadores. Como você avalia seus primeiros meses como jogador profissional?

R: Avalio positivamente. Acho que fui bem nos jogos. Pensando nas partidas que eu entrei, nos minutos que eu fiz em campo, acho que fui muito bem. Subi recentemente, tenho apenas quatro meses de profissional, mas vim de boas sequências de jogos. Os jogadores e toda a comissão técnica me deram total apoio e apostam muito em mim.

 

3- Esse ano você participou de dois Grenais muito importantes, um pela final da Copa São Paulo e um inédito na Libertadores. Em um saiu com o título, em outro nem entrou em campo e foi expulso. Como é pra você ter participado de dois momentos tão diferentes? Deu para perceber o diferencial do clássico?

R: A adrenalina é totalmente diferente, é um jogo totalmente diferente, então para mim, particularmente, é único. O estilo de jogo é diferente, a pegada é outra, os jogadores entram em campo com muito mais vontade do que o normal. A rivalidade é enorme, diferente de todos os jogos. Já joguei Fla-Flu pelo Fluminense, clássicos contra o Vasco e o Botafogo também, e nenhum chega nem perto.

4- Além da torcida colorada, dois grandes nomes também te avaliam positivamente. O Coudet chegou a te comparar com o meia argentino Lo Celso e o D’alessandro, em sua live, disse que você jogava muito. De que forma todos esses elogios são recebidos por um menino de apenas 18 anos? Sobe à cabeça?

R: Acho que é uma coisa que todo jovem que está subindo para o profissional gostaria de ouvir. O D’alessandro é um ídolo, então você receber elogio de um cara que está anos vestindo a 10 e o é capitão do time, é incrível. O Chacho (apelido de Eduardo Coudet) é um cara que sempre conversa comigo, me dá conselhos, está sempre tentando me ajudar. Eu vejo isso não como uma forma de subir a cabeça ou pesar, mas sim para aprender mais.

 

5- Devido a pandemia de coronavírus, o futebol está parado em boa parte do mundo. O Inter ficou quase dois meses sem atividades e voltou aos treinamentos no dia cinco desse mês. Existem casos no futebol mundial de jogadores que tiveram receio em retornar aos treinos, como Kanté, do Chelsea. Você teve medo ou receio em retornar às atividades?

R: Não, não. O clube está com uma estrutura enorme para todos os jogadores. Estamos fazendo tudo que foi pedido no sentido de proteção e cuidado. Eu estava com saudades de voltar a jogar, isso sim (risos).

 

6- Como está sendo a experiência de treinar de modo diferente, já que o clube adota todas as medidas de saúde necessárias? E do que você mais sente falta em relação ao modo como era “o mundo do futebol” em tempos sem pandemia?

R: A gente vem treinando basicamente o que já vínhamos treinando. Claro que mudam algumas coisas, alguns treinos têm que mudar, mas o principal a gente vem fazendo como antes. E o que eu mais sinto saudades são dos jogos, é o que todo jogador quer: Jogar.

7- A Conmebol e a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) estão fazendo movimentos que indicam um possível retorno dos jogos para final de julho, começo de agosto. Com a volta do futebol, como você espera render na continuação do calendário e de que forma imagina o Praxedes ao final da temporada 2020?

R: Eu venho me preparando desde quando paramos por conta da pandemia, continuei treinando em casa. A gente voltou aos treinamentos e eu sigo trabalhando forte, firme. Espero voltar muito bem. Assim que voltarem os jogos, eu espero estar muito bem, aproveitar as oportunidades e, se for da vontade do Chacho e de Deus, terminar jogando, sendo titular.