O Flamengo perde, mas ganha. O Inter empata, mas perde. Ninguém consegue explicar o que aconteceu na noite de São Paulo, no Morumbi, e no céu às margens do Rio Guaíba, em Porto Alegre. O Internacional, na última noite de Abel Braga precisava de um gol. UM GOL. E ele veio no primeiro tempo, no segundo tempo, mas não foi validado. Ambos por impedimento.
Parece uma sina, impedimentos tiraram os títulos de fora do eixo nesses 19 anos de Brasileirão. Desde 2002, somente times com CEP no Rio de Janeiro ou São Paulo ganharam. A exceção, que não pôde nem disputar nesta temporada, estava na Série B, o Cruzeiro.
Agora falamos de Inter. Nada explica o que se passou acima das raízes de grama do Beira-Rio. A rede balançou tantas vezes, seja pelo vento vindo das arquibancadas sem torcida, ou pelas bolas invalidadas. O Corinthians, que não tinha nada a ver com a história, fez o que não era esperado dele, defendeu tudo. Abel Braga sai de sua última dança sem o improvável título brasileiro e o Inter sem o tetra.
O Flamengo, com Rogério Ceni, que venceu o mesmo SCI no domingo, perde e sai campeão, hepta ou octa pouco importa. A verdade é que é bicampeão. O primeiro desde 2013-2014, quando aquele time exceção ganhou duas vezes.
Ninguém explica o que se passou. Assim como a vida de Abel Braga no Inter. Falando somente dele, o treinador resume o coloradismo como poucos. Comandante com mais jogos e que quase deu o inédito tetra nacional do futebol do Rio Grande. E olha que quem vos escreve não torce para o Inter. Ao menos não de segunda a sexta. Ouvi de um colorado que ele resume. A verdade é que eu torço para a exceção de 2013-2014. O azul de ontem, virou o vermelho de uma noite quente de quinta-feira.
Mas o Abel fez parte da minha vida. Bom, preciso fazer um parêntese temporal (se é que essa expressão existe). Em novembro de 2019, uma amiga colorada, no último jogo de Abel pelo Cruzeiro, me arrancou o fone de ouvido quando eu escutava o ‘jogo rebaixamento’. Aquele 1 a 0 contra o CSA no Mineirão. Eu não culpo o Abelão pelo descenso, tem ao menos uma centena antes. Ele ajudou a assinar o óbito, mas não deu o tiro. Enfim, ela fez algo por mim que ninguém ousou fazer, seja por distância ou covardia.
Hoje (ou ontem, sabe-se lá quando você lê essas míseras linhas), a mulher que tem o mesmo nome da mãe de Cristo bebia um vinho com o simbólico valor de R$ 10. E eu ouvia o jogo do Inter no rádio. Uma dança que no último passo houve um avanço a mais, um impedimento, um tropeço e perdeu para o favorito.
Eu tentei ajudar como pude, juro, colorados. E aos flamenguistas, eu sequei sim, e não foi pouco. Desculpa-me se não deu certo. A mística não foi capaz de soprar aquele chute de um lateral-direito mais para baixo. Eu sei, amigos colorados, a vaga na Libertadores já iludia antes mesmo dos 380 jogos do Brasileirão. Porém, um argentino e um colorado fizeram uma imponderável ilusão acontecer. É uma pena que a coroa, ou a taça não veio. O vice-campeonato amargo como aquele vinho barato na geladeira restou.
De qualquer modo, foi uma jornada épica. Uma epopeia que eu e nenhum colorado esqueceremos. Quando o tetra vier, sei lá quando, o sorriso trairá a tristeza e tomará o lugar das lágrimas. Ao Abel, obrigado. Você me fez chorar por um time que não é o de batismo. Eu não sei dançar, mas você me conduziu. Um escorregão que rendeu o avançar a linha do impedimento tirou a conquista.
Aos que leram até aqui, agradeço e saibam que fiz essas pouco mais de 600 palavras levemente alterado.
Foto de capa: Divulgação/Internacional
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