|

Entrevista com o zagueiro Genílson, do Juventude

Nome completo: Genílson Ventura Mendes de Oliveira.

Data de Nascimento: 27/10/90.

Posição: Zagueiro.

Carreira: 2007 a 2009 – Tigres do Brasil (RJ); 2010 – Vasco (RJ); 2011 – Duque de Caxias (RJ); 2012 – Potiguar (RN); 2013 – Boavista (RJ); 2014 – Potiguar (RN); 2014 e 2015 – Fortaleza (CE); 2016 – Sampaio Corrêa (MA); 2016 e 2017 – Guarani (SP); 2018 – Santa Cruz (PE).

 

1- Iniciando as perguntas no que cerne a carreira de jogador. Quando foi que tu percebeu que queria seguir nesse ramo? Como essa paixão surgiu?

R: Eu jogava nas escolinhas do bairro desde os 7 anos de idade, porém até aí era mais uma diversão, não encarava com muita seriedade isso, mas foi com 13 pra 14 anos que percebi que era realmente aquilo que almejava para minha vida, viver do futebol e graças a Deus consegui me tornar um atleta profissional.

 

2- Imagino que como jogador profissional, tu tenhas muitas metas traçadas. Tem alguma em específico que tu ainda não alcançou?

R: Sim, tenho algumas metas realizadas já e muitas ainda que eu acredito muito que não é impossível de realizar-las e trabalho todos os dia para que isso venha acontecer o quanto antes.

 
Foto: Juventude EC.
 

3- Tu já teve passagem em clubes como o Vasco da Gama e o Fortaleza, chegando no Juventude em 2018, inclusive já teve a chance de usar a braçadeira de capitão. Qual foi a tua expectativa ao chegar aqui no Rio Grande do Sul?

R: Eu cheguei com uma expectativa boa, cheguei motivado para o grande desafio que seria por o Juventude na Série B novamente. Tinha vindo de um ano mais ou menos no Santa Cruz, fiz um primeiro semestre bom até a lesão na panturrilha me parar por quase dois meses e com isso perdi a titularidade e a braçadeira de capitão até porque houve uma troca no comando técnico, e sabemos que no futebol quando muda o comando técnico está tudo em aberto para todos do elenco brigarem e mostrarem seu trabalho para o novo comando. Eu respeitei, trabalhei e graças a Deus voltei a jogar no último jogo próximo do mata-mata da Série C, mas acabei não tendo sequência. Saímos para o Operário e com isso acabou o ano, até surgiu algumas possibilidades de Série B, porém não aconteceu.

R: Cheguei no Juventude ainda em 2018, no dia 12 de dezembro, onde encontrei um clube triste, os funcionários todos com olhar de desconfiança, olha de tristeza e tinham seus motivos, pois vinha de um rebaixamento e eu vi que eu tinha que erguer o clube junto com os meus companheiros que estavam chegando, foi montado tudo do zero, só ficou os meninos da base e mais uns 6 contratados. O trabalho começou e tínhamos pouco tempo para a preparação e ali juntamos força, nos fechamos e conseguimos fazer um Campeonato Gaúcho dentro do que a diretoria queria, que não era cair, conseguimos até classificar para as oitavas, porém não fomos adiante. Eu estava bem, estava fazendo minha parte e com isso o Winck entendeu que deveria ser capitão, e no segundo jogo e eu assumi a responsabilidade que naquele momento era grande, pelas circunstâncias que o clube se encontrava, contudo eu tinha sido contratado, então tinha que fazer o meu papel e até não foi novidade, desde a base fui capitão, então pra mim não era nada de diferente, até que ele (Winck) também me colocou pra ser o batedor de pênalti da equipe e assim começou uma história bonita, fiz 5 gols no ano, sendo 4 de pênalti.

 

4- Em relação a realidade que o Juventude já vive há algum tempo, o que tu acha que a equipe precisa para sair da Série B do Campeonato Brasileiro?

R: Eu acho que como clube ainda precisa amadurecer bastante para conseguir a tão sonhada vaga na Série A, porém sabemos que não é nenhum bicho de sete cabeças e também não é somente estar na primeira divisão, tem que se ter uma estrutura para se manter, porém enquanto o clube ainda não tem, até porque vem se reestruturando, a cada dia melhorando mais as nossas condições de trabalho e diga-se de passagem, é uma boa estrutura e também vem se organizando financeiramente. A diretoria atual tem muito os pés no chão e isso eu acho interessante, eles não fazem loucuras, como tem muitas diretorias aí que fazem né. Mas é um clube organizado, aonde estou indo para minha segunda temporada e espero conquistar esse tão sonhado acesso para Série A, seria bacana da C para B e da B para Série A.

 

5- No ano passado, teve uma frase tua que ficou marcada na torcida do Juventude. Tu disse que “foi do céu ao inferno”, quais foram os momentos determinantes para isso?

R: Foi no jogo contra o Grêmio, o futebol tem dessas coisas, eu já to calejado com isso, mas fiquei triste e foi um momento ruim na minha carreira, mas consegui dar a volta por cima. No jogo contra o Grêmio, eu estava bem na partida comecei super bem, tive a chance de abrir o placar, perdi e logo em seguida acabei dando um carrinho e fui expulso direto e aquela imagem do carrinho circulou bastante por aí, torcida pegou no pé, fui até chamado de macaco por um torcedor e também foi mais por isso minha tristeza, mas eu sabia que Deus não tinha me colocado aqui em vão.

R: O Marquinhos me chamou na semana e disse tu sabe que tu fez besteira, eu sei que tu não é um jogador maldoso e quem te acompanha sabe, mas agora tu se vira, eu vou te colocar pra jogar, eu quero você jogando com a mesma personalidade de sempre, a torcida vai pegar no seu pé? Vai, mas se vira, da seu jeito aconteceu e já era, eu falei “beleza, deixa comigo”. A partir dali, eu comecei a fazer grandes jogos na Série C, ficando acho que só 2 ou 3 de fora, se eu não engano, e ainda fui coroado no segundo jogo em Recife da semifinal contra o Náutico, aonde estávamos perdendo por 2×0 e aos 78 minutos eu consegui fazer o gol de cabeça ao qual foi para os pênaltis. Então, aonde eu falei na entrevista que fui do céu ao inferno foram essas duas questões aí citadas.

 

6- Claro que a temporada de 2020 acaba sendo prejudicada pela pandemia de COVID-19, mas o que se espera do Juventude pra esse ano, caso o futebol venha a retornar? Ainda mais agora, com a troca de técnico, saindo o Marquinhos e para ocupar seu lugar veio o Pintado, duas figuras que trabalham de formas diferentes.

R: Pois é, estamos sendo todos prejudicados por essa pandemia, mas esperamos voltar mais fortes, concentrados porque tínhamos uma expectativa boa de fazer um grande Campeonato Gaúcho, mas a situação foi o inverso, o time não encaixou, as formações não encaixaram e acabou custando o cargo do professor Marquinhos. Agora é esperar voltar as atividades para conhecermos o novo comandante que é o Pintado, já foi definido, não tive a oportunidade de trabalhar com ele ainda, será a primeira vez, contudo ouvi coisas boas, tive boas informações então a expectativa sempre é a melhor e que ele venha pra nos ajudar a conquistar os principais objetivos do ano.

 

7- O Campeonato Gaúcho foi paralisado já no segundo turno, mas o que tu estavas esperando do Gaúchão? Acha que conseguiriam brigar pelo título ainda? Apesar do campeão do primeiro turno ser o Caxias e o vice ser o Grêmio.

R: Acho que a nossa situação hoje é o inverso, até o jogo do Aimoré se estivéssemos ganhado poderíamos sim falar de título, mas acabamos empatando a última rodada antes da paralisação e agora é pensar diferente, não podemos perder pontos e temos que deixar o clube na Série A do Campeonato Gaúcho, afastar esse fantasma do rebaixamento.

 
Foto: Juventude EC.